Com a colaboração de Caio Bianchi*
Origem do Termo
Economia Criativa é uma abordagem de mercado que considera a criatividade como a força que movimenta negócios e desenvolvimento econômico. Ela engloba indústrias criativas, setores da economia que dependem completamente da criatividade para gerar lucro, como o audiovisual, moda, design, arquitetura e games.
O termo também não é tão recente, surgiu no início da década de 1990 na Inglaterra quando a indústria fonográfica teve participação maior no PIB britânico do que a indústria automobilística.
A partir desse fato, estudos científicos e governamentais começaram a ser desenvolvidos para a compreensão do potencial dessas indústrias criativas. Desde então, a discussão sobre economia criativa evoluiu. Em termos de mercado, é impossível falar sobre economia criativa e ignorar a inovação, design thinking, comportamento do consumidor, economia do compartilhamento, empreendedorismo e negócios. Todos os assuntos são intimamente relacionados, e devem ser considerados em conjunto para maximizar os seus impactos.
De acordo com o estudo da Firjan, são 13 segmentos criativos divididos em quatro grandes áreas: Consumo (Design, Arquitetura, Moda e Publicidade), Mídias (Editorial e Audiovisual), Cultura (Patrimônio e Artes, Música, Artes Cênicas e Expressões Culturais) e Tecnologia (P amp;D, Biotecnologia e TIC).
Mercado no Brasil
Sob a ótica do mercado formal de trabalho, a Indústria Criativa era composta por 851,2 mil profissionais formais em 2015. E os criativos, têm passado melhor por esse momento de crise de emprego. A participação no PIB cresceu 3% no período de 2013 a 2015.
O salário médio nessa área também é relevante chega a ser duas vezes e meia maior do que a média do mercado.
A criatividade gera valor em qualquer atividade. Estive recentemente num Fórum da indústria da embalagem, onde pude verificar através do depoimento de profissionais que fizeram uma missão ao Vale do Silício, o quanto a criatividade e a inovação estão impulsionando a economia. O lema de lá é: “o mais rápido devora o mais lento”. Também há muitas empresas convencionais, que já estão com os olhos nesse setor da economia, trabalhando em projetos colaborativos e investindo em startups trazendo inovação dentro de seus negócios.
Entre os estados, São Paulo e Rio de Janeiro se sobressaem no mercado de trabalho criativo: são 328 mil trabalhadores paulistas e 99 mil trabalhadores fluminenses. Esses são, ainda, os dois estados que mais se destacam em termos de participação: 2,4% de todos os trabalhadores formais de São Paulo e 2,2% do Rio de Janeiro têm como principal ferramenta de trabalho a criatividade.
* Caio Bianchi é doutorando em inovação internacional (ESPM), mestre em gestão internacional (ESPM) e especialista em negociação internacional (UAM). É docente e pesquisador nas áreas de gestão da criatividade e inovação, economia criativa, cidades criativas, inovação pedagógica, metodologias científicas, internacionalização de empresas e empreendedorismo.
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