Os pais sempre desejam fazer o melhor para educar seus filhos, fazem o possível dentro do que têm disponível de conhecimento e ferramentas. Ouço muitos pais dizerem “eu já tentei de tudo”, quando passam por algum desafio de comportamento com os filhos. Isso é muito verdadeiro, já tentaram de tudo dentro da perspectiva que possuem. Normalmente usam métodos baseados no que aprenderam em sua própria criação ou procuram fazer o oposto.
Nem tudo o que fazemos por nossos filhos em nome do amor é bom para eles. Ceder às vontades sendo permissivo, procurar evitar qualquer tipo de decepção através da superproteção, criar expectativas de que se deve proporcionar uma felicidade irreal para eles.
Muitos pais fazem sacrifícios e se desdobram para proporcionar viagens, brinquedos, aparelhos tecnológicos, com a justificativa de que irão compensar o filho por tudo o que eles próprios não tiveram. Mas será que é disso que as crianças precisam?
Crianças precisam de relacionamentos que as façam se sentir amadas e pertencentes.
Precisam desenvolver um apego seguro com seus cuidadores. É no relacionamento e nas experiências que a aprendizagem acontece. As crianças estão numa jornada desenvolvendo suas capacidades cognitivas, motoras e sócio emocionais. O adulto é o responsável em ajudar a criança a treinar suas capacidades, além de ensinar valores, regras e habilidades de vida.
Aprendemos a sermos pais, sendo pais.
Não nascemos com habilidades para sermos pais, assim como as crianças também não vêm com manual. A criação de filhos é uma constante aprendizagem, não existem fórmulas ou receitas. É possível desenvolver habilidades parentais mais efetivas e aprender técnicas e estratégias que funcionem melhor. É importante encontrar o equilíbrio para ser amoroso, respeitoso e firme ao mesmo tempo. Essa não é uma tarefa fácil, mas toda mudança é possível.
Habilidades parentais podem ser aprendidas.
✔ Lembre-se que você é o maior exemplo e que as ações falam muito mais alto do que as palavras. Seja a referência que seus filhos precisam. As crianças aprendem observando os adultos, com as experiências do dia a dia, com a rotina, com as interações com o meio e com os relacionamentos;
✔ Cuide de suas próprias emoções, em situações desafiadoras faça uma pausa e encontre estratégias para regular suas emoções. Após acalmar-se, estará pronto para poder escolher o que fazer;
✔ Entenda que por trás de um comportamento há sempre uma necessidade a ser atendida. A criança está aprendendo a se expressar adequadamente e você poderá ajudá-la a aumentar seu repertório de respostas. As perguntas são ótimas ferramentas para nos ajudar a compreender o comportamento;
✔ Seja firme e amável ao mesmo tempo. Seja respeitoso, paciente e afetuoso, mas estabeleça expectativas claras e cumpra o que disser;
✔ Procure acolher o sentimento e redirecionar o comportamento. Não minimize os sentimentos da criança, mas ajude-a a encontrar formas de lidar com as situações difíceis;
✔ Estabeleça regras e combinados. Deixe claro os valores da família, o que é aceitável, o que é inegociável e os comportamentos esperados;
✔ Ensine habilidades para a vida, utilize os erros e os comportamentos desafiadores como oportunidade de aprendizagem;
✔ Encoraje a autonomia e o sentimento de que a criança é capaz de realizar e de aprender novas capacidades;
✔ Limite o poder da criança, não dê a ela um poder de decisão ao qual ela ainda não está preparada para receber;
✔ Ensine que toda ação tem uma consequência e que precisamos arcar com os resultados de nossas escolhas e decisões;
✔ Invista no relacionamento. Dedique tempo de qualidade, procure se divertir, viver momentos de prazer e alegria;
✔ Cultive uma visão positiva da vida. O otimismo é uma habilidade que pode ser treinada e aprendida. Procure ser grato e ajude seus filhos a também desenvolverem a gratidão.
Danielle Gomes
Participe da Conversa