Ser autêntico parece fácil, basta falar a verdade.
Será que é isso mesmo?
E se falar a verdade irá gerar muitos conflitos, mágoas, julgamentos e críticas?
Bem, a maioria de nós compreende ou interpreta a autenticidade como ser real. A autenticidade é muito mais profunda do que podemos imaginar. Minha autenticidade é diferente da de qualquer pessoa, ou seja, é única, o que acaba confundindo com algo igual para todas as pessoas. A minha autenticidade modifica-se ao longo dos meus anos de vida, com meu crescimento e evolução. E, para eu encontrar minha autenticidade, preciso olhar para dentro de mim, lidar com meus medos e com a minha sombra, e isso gera em mim uma resistência enorme, porque, afinal, terei que me conectar com minhas crenças familiares, sociais, com as expectativas das outras pessoas em relação ao meu comportamento e com o “socialmente correto”.
Para sermos autênticos, precisamos aprender a lidar com nosso ego, pois em várias ocasiões acreditamos que estamos sendo autênticos e, na verdade, estamos nos comportando de forma superficial e confundindo esta atitude com a verdadeira autenticidade. Sempre que ficamos pensando qual o melhor comportamento aqui ou o que preciso falar ali ou de que jeito eu tenho que ser acolá, muito provavelmente não estamos sendo autênticos.
Se olharmos para a palavra autenticidade em seu significado literal, ela será descrita como a “qualidade de ser autêntico e genuíno”: uma obra de arte de Picasso genuína, um documento achado nos primórdios da época ou qualquer outra coisa. Já em nossa vida, a autenticidade afeta nosso trabalho e relacionamentos. A autenticidade tem a ver com como somos por completo. Sermos nós mesmos, tanto a nossa luz como a nossa escuridão (sombra). Em um processo de evolução, podemos pensar “eu já não sou quem eu era, mas não sou quem gostaria de ser; quem sou eu agora?” Vivemos nessa busca, e esse é um dos maiores desafios que temos em nossa vida para crescer e evoluir. Quando somos autênticos, somos vulneráveis, e ser vulnerável é algo do qual estamos sempre fugindo. Quando somos autênticos, somos curiosos, abertos, honestos e conscientes, pois estamos sempre prestando atenção aos nossos pensamentos, sentimentos, emoções, dúvidas, medos e muitas outras coisas.
Uma coisa é ensinar as pessoas a respeito da autenticidade e outra é ser autêntico consigo mesmo, com o trabalho, com as relações e com a vida. Quando somos autênticos, nossas palavras, atos e atitudes estão congruentes com nosso verdadeiro eu. Não precisamos provar nada a ninguém para sermos autênticos; precisamos apenas ser nós mesmos, do fundo da nossa alma; é sobre aquilo que é verdadeiro para nós e o que é real para nós. Na medida que formos conquistando nossa autenticidade, não precisaremos mais nos defender de nada, apenas assumirmo-nos por nós mesmos.
O grande benefício de sermos autênticos é nos libertarmos de dores e sofrimentos e sermos livres para dizer, fazer, ser, buscar e vivenciar o que realmente desejamos. Sermos autênticos nos traz o benefício de confiar em nós mesmos, sermos livres das amarras das desculpas, julgamentos, opiniões, fuga, manipulação, crítica, culpa etc. Outro benefício é que temos mais bem-estar, uma vida mais saudável, sem estresse, temos paz de espírito, conquistamos a autocompaixão, a autoaceitação, a autovalorização. Assim a vida fica mais divertida.
Para cultivar sua autenticidade, busque o autoconhecimento, aprenda a lidar com seus medos e aprenda a transformá-los. Comunique-se, exercite a vulnerabilidade e a coragem e comemore quem você é.
Bibliografia:
ROBBIN, Mike, Seja Autêntico, Editora Best Seller, 2011
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