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Ser Mãe, Mulher e Profissional

O que é ser uma boa mãe? Ser mãe não tem manual, cada uma vai exercer seu papel de acordo com seus recursos psíquicos, financeiros e sociais, mas é fundamental que cada uma faça o seu melhor.

Desde sempre me pergunto e me questiono: o que é ser uma boa mãe?

Antes de mais nada, vamos fazer uma ponderação sobre o papel da mulher nesta sociedade Pós-Moderna em que vivemos.

As brasileiras estão tendo filhos mais tarde. Em 2015, o número de registro de nascimentos de mulheres entre 30 e 39 anos chegou a 30,8% enquanto na faixa entre 15 e 19, o número caiu e ficou em torno de 17% (o que é um alento, afinal ter um filho na adolescência traz consequências para a mãe e para o bebê).

Por outro lado, a faixa de mulheres que se divorciaram caiu para 40 anos, sendo que 78,8% assumem a guarda dos filhos.

As famílias diminuíram de tamanho e nos últimos anos, cresceu a proporção de mulheres encarregadas pelas finanças das famílias e educação dos filhos. Entre 1995 e 2015, os lares nas cidades chefiados por mulheres cresceram de 25% para 43%, enquanto no campo de 15% para 25%. Nesse mesmo período o número de casais sem filhos e o número de casais com um filho só aumentou.

Em 2016, 2,4 milhões de mulheres passaram a exercer a função de chefe de família, número que vem crescendo desde 2012, enquanto a proporção de homens vem caindo, e pasmem – mesmo com salários em média 30% inferiores aos homens.

Além deste contexto sócioeconômico, é insubstituível o papel de mãe ao gerar um outro ser, que vem com um potencial físico e emocional, mas que é totalmente dependente de cuidados, por sua total incapacidade de lidar com o meio externo. No início, existe uma dependência absoluta, uma relação de fusão vital para o desenvolvimento do bebê. Isso absorve a mulher de tal forma, que muitas vezes gera um desgaste e estresse muito grandes que só podem ser suplantados pela essência inexistente em qualquer outra coisa além de ser mãe. Em alguns momentos, é se desvencilhar das próprias necessidades e objetivos para poder dar conta do recado.

Mas a criança segue rumo à sua independência, através do engatinhar e depois do ficar em pé e caminhar.

Essa “maternagem” é o amor no início da vida do bebê, e de fundamental importância para o desenvolvimento não só da criança, como do adulto que será, na constituição de seu Ego e na relação com o mundo à sua volta.

A mãe continuará no seu papel, mas acompanhando cada vez com maior distância, aconselhando e dando os limites necessários para o seu desenvolvimento, como um todo e sua inserção saudável na sociedade.

Em face das mudanças na sociedade e nas famílias, na clínica recebo jovens mães que se culpam por não estarem mais presentes no dia a dia de seus filhos, mas que ao mesmo tempo têm anseios pessoais e profissionais, e suas responsabilidades são cada vez mais amplas e, por vezes, estão sozinhas.

O meu trabalho com essas mães é acalmá-las e mostrar, que mantida a devida segurança da criança, nas creches ou escolinhas, mais importante é a qualidade do tempo que estarão juntas e a transmissão de valores.

O fato é que ser mãe não tem manual, cada uma vai exercer seu papel de acordo com os recursos psíquicos, financeiros e sociais e é fundamental que cada uma faça o seu melhor.

Ter a oportunidade de ver um filho ou filha atingir seus objetivos, receber o retorno do seu empenho é muito gratificante e impagável.

“Algumas mães são carinhosas e outras são repreensivas, mas isto é amor do mesmo modo, e a maioria das mães beija e repreende ao mesmo tempo”
(Pearl S. Buck)

Natália Marques é Psicóloga Clínica, Coach e Palestrante. Formada em Psicologia pela FMU (1981) e em Coaching/ Mentoring Life & Self-Instituto Holos (2009), possui pós-graduação em Recursos Humanos pela FECAP. Aperfeiçoamento em Terapia Cognitivo Comportamental pelo CETCC (2019). Especialista em Psicoterapia na Abordagem Resiliente pela SOBRARE (2020). Tem curso de Meditação Chan do Templo Zu Lai em Cotia. Como Psicóloga Clínica realiza atendimento Psicoterápico de base Psicanalítica e utiliza as ferramentas da Terapia Cognitivo Comportamental e da Psicoterapia na Abordagem Resiliente. Trabalha os sintomas de Estresse, Ansiedade, Depressão, Fobias, Síndrome do Pânico, Síndrome de Burnout, Conflitos Pessoais e Profissionais. É Coach de Desenvolvimento Pessoal, ajuda pessoas a atingirem seus objetivos e metas pessoais e profissionais, para se tornarem mais saudáveis e felizes.
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