O cérebro humano é resultado de uma evolução de milhões e milhões de anos. Evoluiu fisicamente, mas evoluiu também em sua incrível capacidade de processar e reagir às milhões de informações que recebe a cada segundo: luzes, cores, sons, movimentos, sensações de frio/quente, de liso/áspero, de duro/mole, doce/amargo, palavras, figuras, ideias, sonhos, emoções, etc.
Reflita um pouco sobre isso e veja que maravilha! E além de tudo isso, temos uma memória fantástica! E uma capacidade incrível de projetarmos as ações para o futuro. E guardamos um mundo de informações que ficam escondidas de nosso consciente, algumas das quais conseguimos acessar com muito treinamento e com técnicas que vêm se aprimorando.
Entender o que se passa no interior de nosso cérebro, de nossa mente, é uma tarefa quase impossível, tamanha é sua complexidade. A partir da década de 1980 os cientistas da neurofisiologia começaram a descrever nosso cérebro inicialmente com 2 áreas distintas: o Racional e o Emocional. Depois ampliaram os conhecimentos e agora descrevem o cérebro com 3 áreas distintas de funções:
- do lado direito, de quem olha de trás para frente, fica o lado Emocional;
- do lado esquerdo, fica o lado Racional e
- na base, ligando o cérebro à coluna vertebral, fica a chamada Porção Comum.
Fala-se então em Inteligência Emocional, Inteligência Racional e Inteligência Operacional.
Inteligência emocional é um conceito desenvolvido pelo psicólogo estadunidense Daniel Goleman. Um indivíduo emocionalmente inteligente é aquele que consegue identificar as suas emoções com mais facilidade.
Uma das grandes vantagens das pessoas com inteligência emocional é a capacidade de se automotivar e seguir em frente, mesmo diante de frustrações e desilusões.
Olhar a natureza humana sem levar em conta o poder das emoções é uma forma bem míope de se relacionar. É semear no deserto.
A inteligência emocional também é chamada de inteligência do coração. É aqui que estão a emoção, os sentimentos, a afetividade. Trata-se também do lado mais criativo, o lado da imaginação, dos sonhos.
“É com o coração que se vê corretamente; o essencial é invisível aos olhos”, já dizia Antoine de Saint-Exupéry, em O Pequeno Príncipe.
Quando falamos de inteligência emocional, falamos de inspiração, de motivação, de coragem de quebrar paradigmas, de coragem de tomar decisões, sobretudo as mais importantes para a nossa vida.
É a inteligência emocional que comanda a arte, a sensibilidade. É através dela que descobrimos o achar lindo, maravilhoso. É pelo lado emocional que nós desfrutamos da vida, que gostamos das pessoas e dos outros seres, é por aqui que sentimos aqueles momentos em que a vida é maravilhosa!
É a responsável pela poesia, pela música, pela pintura, pelos bons filmes.
Mas a inteligência emocional é também o lado do sofrimento, da dor de viver, do sentir a falta ou a distância, das mágoas, das tristezas, do sentir-se abandonado, da depressão.
É a inteligência emocional que influencia nos relacionamentos humanos, no sentimento de pertencer, nas ligações entre as pessoas, na liderança, na capacidade de impulsionar e motivar as pessoas, de fazer com que as pessoas acreditem ou não nas pessoas.
Segundo o filósofo Aristóteles, “nossas paixões, quando bem exercidas, têm sabedoria; orientam nosso pensamento, nossos valores, nossa sobrevivência. Mas podem facilmente cair em erro, e o fazem com demasiada frequência” (Ética a Nicômaco). E ele continua: “Qualquer um pode zangar-se — isso é fácil. Mas zangar-se com a pessoa certa, na medida certa, na hora certa, pelo motivo certo e da maneira certa — não é fácil.”
A emoção é imediatista, age de rompante, é impulsiva, é caótica. Se estiver fora de comando, age sem pensar. Depois de agirmos, paramos e pensamos: “Por que fiz isto? Não devia ter dito aquilo”!
Daniel Goleman diz que as pessoas devem aprender a reconhecer e classificar com precisão seus sentimentos. E como eles nos levam a agir; as atividades de empatia devem tornar-nos capazes de identificar as pistas não-verbais de como outra pessoa se sente; de analisar o que provoca estresse nelas ou o que as motiva a ter desempenhos melhores. Estas habilidades incluem ouvir e falar de modo a solucionar conflitos, em vez de agravá-los, e negociar saídas em que todos ganhem.
É somente então que podemos falar de pessoas emocionalmente inteligentes.
Elas sabem lidar com as emoções. E a motivação é um dos desafios para as lideranças: saber lidar com a motivação, com a confiança, com a garra.
São palavras de um diretor de pesquisa de uma empresa de seleção de executivos: “os CEOs são contratados por seu intelecto e habilidade empresarial — e são despedidos por falta de inteligência emocional”.
Nos níveis de maior cultivo e refinamento, é a inteligência emocional que desenvolve a intuição, a percepção do clima ou tensor, o sentir à distância, o antecipar e prever o que pode acontecer. É ela que é responsável pelo insight, pelo achei!, pelo sentimento que gera o grito de oba!.
Através do cultivo pessoal da inteligência emocional é que a pessoa se sente ligada ao Todo, sente a vibração do Universo em si mesma. É o lado místico, da iluminação.
Nosso desafio é juntar mente e coração. Experimente praticar qualquer forma de mergulho interior, tais como: yoga, qigong, tai chi chuan, meditação, contemplação da natureza… E você se sentirá em paz, pronto para a ação e levando inteligência às nossas emoções.
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