Em tempos de crise e insegurança como o que estamos enfrentando, muitas pessoas temem conflitos. Pensando a este respeito me dei conta que conflito não é de fato o problema. Conforto é. Quando analisamos guerras e desavenças em diversas partes do mundo observamos diferentes grupos lutando em prol de uma causa. Para que você não pense que estou defendendo guerras, deixe eu explicar melhor. Lutas são decorrentes da busca de pessoas engajadas. E se eu tivesse que escolher entre lutar por algo importante para mim, ou seguir em frente abrindo mão dos meus valores e anseios, certamente eu optaria pela luta.
Martin Luther King escreveu em um dos seus discursos: “Se um homem não descobriu nada pelo qual morreria, não está pronto para viver”. Infelizmente, muitas pessoas não estão.
Mas o que leva tantas pessoas a este despreparo? O fato é que o ser humano se acostuma. Nossa maior habilidade, se mal utilizada se torna nosso grande desafio. Nos adaptamos com muita facilidade. Nos acostumamos à nossa rotina, à nossa cultura, às ausências e às vontades. Nos acostumamos a abrir mão, a ganhar o que ganhamos. E nos acostumamos a fazer o que dá com o que ganhamos. Nos acostumamos ao nosso governo. E aos impostos. Nós simplesmente nos acostumamos. Nos acostumamos a conviver com as pessoas… e, de adaptação em adaptação, percebo que muitos se acostumaram a não pensar, não sentir e, naturalmente, não agir.
A paixão está acabando. A paixão por oportunidades. Por trabalhar. Por fazer acontecer. Por conquistar um novo objetivo ou uma nova meta. E quando acaba a paixão, acaba a ação. Pois a paixão é combustível, funciona como mola propulsora. Os apaixonados superam obstáculos e criam oportunidades. Os mornos não. Os mornos sobrevivem.
Segundo a neurociência, a paixão nos coloca num estado de maior ativação cerebral. Assim, você se sente mais vivo, com energia, com ideias, com vontade. A paixão ressignifica a distância, o preço e o esforço. Quando estamos apaixonados movemos montanhas. E, obviamente, não estou me referindo à paixão romântica tão somente. Estou falando da paixão por nós mesmos em primeiro lugar, por nossos ideais, nossos valores, nossos sonhos e possibilidades.
A partir deste ponto, para alguns, cabe a paixão pelo outro. Mas não a paixão cega. Afinal, a paixão precisa ser bem canalizada. Com o foco equivocado, ela traz muita dor e confusão. Podendo gerar marcas que levam ao esfriamento. Mas, todos concordamos, ninguém bebe café morno. Não é mesmo?
O quanto tem vivido no automático? Quão adaptado está a sua rotina e realidade? Quão empolgante tem sido os seus dias?
Pessoas extraordinárias recorrentemente renovam sua paixão!
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