No contexto atual, alguns profissionais utilizam a palavra “parceria” como um recurso necessário e recorrente para se sentirem inseridos, porém utilizam apenas como um disfarce para sua real intenção que é se alinhar aos valores evidenciados na sociedade de hoje onde impera o conceito da colaboração, cocriação, compartilhamento de informações e principalmente do bem-estar comum (tendência comportamental).
Simplificando, acreditam que parceria é a palavra da vez e precisam transparecer à sociedade que fazem parte dos mesmos valores e propósitos.
Tenho visto muitas parcerias efetivadas se comportando dentro do velho modelo que há décadas não funciona, o “ganho individual”, estes agem como espiões industriais, sugam toda informação possível e tratam os seus parceiros como se fosse um feroz concorrente. Sabe aquele parceiro que ao estar no meio do seu relacionamento o proíbe de mencionar a sua especialidade com medo de perder o cliente mesmo você sendo seu parceiro?
Ou o parceiro que troca informação, adquire experiência, conteúdo e na hora do relacionamento com clientes ele atua sozinho? São apenas dois exemplos dentro de uma gama extensa que todos nós conhecemos.
Isto não se limita ao conhecimento intelectual, pois hoje as informações, como é de conhecimento notório, estão abertas e acessíveis a todos, eu me refiro à sua experiência vivencial, aquele “pulo do gato” que você demorou anos para entender, aprender e atribui-la à sua vida.
Este tipo de profissional quer sempre tirar vantagem em tudo, no popular “não dão um ponto sem nó”, normalmente, são simpáticos, empáticos, falantes, persuasivos, entendem de tudo, conhecem todo mundo e estão sempre prontos para ajudar, mas com um único intuito, usar o bom relacionamento, imagem e conhecimento do seu “parceiro”.
Nestes anos de atuação e relacionamento com o mercado, vi grandes e leais parcerias como também parcerias extremamente tóxicas e desleais com grandes decepções como também alegrias e crescimento mutuo.
Observe como são as suas parcerias, você realmente está disposto a somar expertises ou apenas tirar proveito da expertise de outrem?
Na hora de estar se relacionando você trata o seu parceiro como um parceiro que agrega para o crescimento de ambos, divide experiências, compartilha novos conhecimentos, indica clientes que não são relacionados com as suas habilidades e especialidades? Ou você, simplesmente, o vê como um concorrente, o ignora completamente e acha que pode fazer tudo sozinho?
Este é o momento de reavaliar a sua conduta e interesses, identificando se você é um parceiro ideal ou tem um parceiro ideal.
O que é Parceria afinal?
Parceria: substantivo feminino: reunião de indivíduos para alcançar um objetivo comum; companhia, sociedade.
É o “Ganha–Ganha”, uma relação mútua entre profissionais ou empresas com o objetivo de beneficiar a todos os envolvidos, a somatória de experiências, conhecimento, talento, habilidade de ambos os parceiros para o crescimento sustentável e alinhado aos valores dos seus clientes e da sociedade.
Quando impera o “ganha-ganha” e estabelece verdadeira parceria, ambos adquirem um diferencial gigantesco perante os consumidores mais exigentes e um mercado cada vez mais competitivo que dificilmente se trabalha ou se relaciona sozinho.
Suas principais vantagens são: a compatibilidade de objetivos, aumento de rentabilidade e visibilidade para ambos, confiança, credibilidade, melhora significativa no relacionamento com o mercado e clientes, fortalecimento e sustentabilidade em suas operações, potencialização das habilidades, aprendizado contínuo, colaboração, cocriação, soluções inovadoras e eficazes e um sucesso com crescimento exponencial e sustentável.
Alguns passos iniciais para uma parceria ideal:
- Pesquise sobre o seu provável parceiro, identifique como ele é visto por outros profissionais e clientes (imagem), como atua no campo profissional e pessoal e principalmente se a sua fala condiz com as suas atitudes;
- Especifique o projeto em comum delineando quais são as responsabilidades e como cada um poderá contribuir;
- Tenha um propósito comum e valores que se alinham;
- Estabeleça o benefício que seja bom para ambos os lados (ganha-ganha);
- Paute a parceria na sinceridade, clareza, confiabilidade e credibilidade, pois a quebra de qualquer uma, gerará consequências desastrosas e não obterá lucros e benefícios aos envolvidos;
- Garanta a solidez da parceria lembrando que é uma relação praticamente diária, onde poderá existir divergência de opiniões, principalmente, pelo acesso irrestrito de informações graças à globalização.
Mesmo com inúmeras vantagens, a diferenciação e a soma de forças e competências, ainda existem muitos profissionais que insistem nas parcerias “só para inglês ver”, pois só enxergam o próprio umbigo, seu ego envaidecido, agindo permanentemente como sanguessugas que se abstêm do mal que fazem a todos os envolvidos e principalmente do mal que fazem a si mesmos.
E você tem e é um parceiro verdadeiro ou também acredita que todos os parceiros são seus concorrentes potenciais e que você pode dar conta de tudo sozinho?
Hoje as pessoas são únicas em seus desejos e necessidades e por isto a soma de visões diferenciadas é um ganho extraordinário para quem deseja entregar soluções eficazes e assertivas.
“Sozinhos somos apenas tolos que lutamos diariamente por um espaço, juntos somos extraordinários, surpreendentes e mais fortes” (Adriane Yared)
Adriane Yared
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