Quais são as competências mais buscadas pelas empresas em líderes que pretendem chegar no alto escalão?
Você que está nos ouvindo, querendo um cargo mais sênior na sua carreira, atenção, você está diante de uma etapa desafiadora. Não basta ter a ambição de querer ser um gestor de alto escalão, as exigências são grandes.
Como perceber se há preocupação da empresa com a sua evolução? Você precisa demonstrar sua energia e disposição. Quero dizer que empresas atentas, observam a qualidade, empenho, dedicação e os resultados dos seus profissionais. Esse reconhecimento deve estar te levando a novas oportunidades, nem sempre para assumir um cargo de imediato, mas você deve perceber que há interesse do gestor em te preparar para futuros desafios. Desta maneira começa a jornada para essa conquista.
Quais desafios? Começar a conduzir um projeto, assumir equipes, aumentar a exposição e ou relacionamento de clientes ou contas especiais. Essas experiências ajudam a consolidar conhecimento e experiência além de responsabilidade.
No ultimo trimestre a multinacional inglesa de recrutamento especializado, Michael Page, analisou entre 200 profissionais de seu portfólio, quais eram as 5 maiores exigências quando o assunto é liderança sênior. Confira:
1 – Visão sistêmica (habilidade de enxergar o todo e as partes)
Enxergar além do funcionamento e perceber a essência e o significado de cada setor da companhia. A essa virtude damos o nome de visão sistêmica. Capacidade de enxergar de modo claro os processos, os resultados e as pessoas dentro do negócio. Essa capacidade se aplica tanto no que se refere às propriedades tangíveis da companhia (produtos, estrutura física/tecnológica, por exemplo) quanto intangíveis (a marca, a relação da empresa com a sociedade, o valor dos talentos internos), contemplando todas as partes interessadas: acionistas, parceiros, concorrentes e formadores de opinião”.
2 – Influência (poder de produzir efeito sobre pessoas e ideias)
Talvez um talento que escape às teorias, pois é uma combinação de ação pessoal interna e percepção de oportunidades externas. A pessoa goza de certo poder ou prestígio perante sua equipe e clientes e usa sua posição para influenciar a opinião pública ou influenciar o processo de decisão de situações, para que sejam produzidos resultados que beneficiem os interesses do negócio.
Um líder inspirador é capaz de incentivar seu time em todos os momentos, em especial nos períodos de crise. E isso se configura de modo particular em cada empresa. A pessoa tem que demonstrar coerência entre aquilo que fala e o que pratica.
3 – Tomada de decisões difíceis (decidir o futuro de indivíduos e projetos)
Tomar decisões difíceis é parte significativa da carreira dos líderes que atingiram a alta gerência. O líder sênior será fortemente cobrado a tomar decisões difíceis, desde o desligamento de pessoas que são queridas e respeitadas na organização, até aspectos de alto impacto orçamentário e cultural para a organização. Desta forma, autoconhecimento, equilíbrio emocional, ética, sólido conhecimento dos valores culturais da empresa, capacidade e habilidade para fundamentar cada decisão difícil em números, perspectivas, oportunidades e eventuais riscos serão fundamentais. O bom senso deve prevalecer.
4 – Performance em finanças (diagnosticar e cuidar da saúde financeira)
A vida financeira da empresa é como um organismo vivo: depende de cuidados incessantes e evolutivos para manter a companhia de pé e saudável. Esse líder sênior precisa entender o orçamento, o planejamento estratégico, os pontos fortes e fracos da estrutura financeira da empresa e isso vai além da monitoria do orçamento (budget). Mesmo que não venha da área de exatas, é crucial que o líder busque cursos de especialização, treinamentos e técnicas para interpretar não apenas os números, mas o real significado e o impacto dos investimentos, gastos, despesas e projeções futuras. É preciso ter a vida financeira da empresa nas mãos.
5 – Senso de inovação (não é criar, mas saber quem está criando)
Fala-se muito que o alto escalão das empresas é o setor menos afeito à inovação, entretanto o líder sênior do mundo atual deve estar integrado às mentes inovadoras da companhia, sejam elas em nível de gestão, média gerência ou até mesmo os juniores. O senso de inovação é a capacidade de perceber onde a empresa pode fazer diferente e, principalmente, como captar recursos, mobilizar pessoas e executar a cultura de mudança. O senso de inovação é o último dessa lista, pois é o passo mais complexo de ser atingido ao longo da jornada profissional, e ao mesmo, um dos mais transformadores.
* Texto adaptado por Adriana Gomes a partir dos comentários do Gerente Executivo da Michael Page, Tomás Jafet.
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