Estamos envelhecendo. A vida útil das pessoas está sofrendo uma dramática expansão. Dos 30 anos de atividade em que produzíamos até a segunda guerra, estamos hoje produzindo por 50 e caminhando rapidamente para os 60 de vida útil, produtiva, não apenas de vida empresarial com carteira assinada. Praticamente dobramos os anos de vida produtiva de um ser humano num espaço de três gerações. Nunca algo assim aconteceu na história da humanidade.
O Brasil possui a quinta maior população idosa do planeta – com projeção de grande crescimento. Hoje representam 14% de nossa pirâmide e deve atingir 20% em 2030. Os brasileiros acima de 50 anos são hoje 54 milhões, mais do que uma Espanha – 46,56 milhões (2016).
Nos EUA 19% das pessoas acima de 65 anos trabalham – e serão 22% em 2024, segundo Joseph Coughlin, diretor do AgeLab do MIT, autor do livro The Longevity Economy – Unlocking the World’s Fastest Growing, Most Misunderstood Market.
Pesquisa FGV recém-concluída
O Fórum apresentará em primeira mão pesquisa da FGV sobre como as empresas estão lidando com o envelhecimento dos seus talentos e a longevidade de suas carreiras, também foi criado para debater o presente e futuro do trabalho dos profissionais sêniores e sua relação com as empresas.
Se por um lado os dramas da reforma da previdência estão deixando muita gente preocupada – mas é um caminho sem volta – é imprescindível que ela aconteça, senão teremos um colapso, por outro há oportunidades da intergeracionalidade entre os Cabeças Grisalhas com Millenials podendo trazer inúmeros benefícios às organizações.
Algumas empresas brasileiras já perceberam que uma política que inclua a intergeracionalidade é inteligente.
A PwC criou o projeto Senior Citizens, que em fevereiro de 2018 contratou os primeiros cinco talentos acima dos 50 anos, para funções alinhadas com suas trajetórias. O sócio Durval Portela é um entusiasta do projeto. Ele acredita que em breve o modelo será replicado para outras áreas da empresa.
O programa “Toque de Vivência”, da Tokio Marine, começou a contratar em 2017 pessoas acima de 50 anos para atuar no contact center da empresa, dando a esses profissionais a grande responsabilidade de serem o primeiro contato do cliente com a companhia.
A Gol também criou em 2017 seu programa Experiência na Bagagem, de contratação de sêniores, depois que a empresa percebeu que seus profissionais mais experientes, na casa dos 50, 60 e 70 anos, tinham comprometimento, dedicação e engajamento muito acima da média. Segundo Jean Carlo Nogueira, diretor de RH: “O objetivo é que haja mais equilíbrio entre a jovialidade e a maturidade”.
Também em 2017 o Sebrae abriu vagas de consultores de crédito exclusivas para maiores de 60 anos de idade. Aqui o número foi expressivo: 510. E estes contratados trabalharão em suas próprias casas. Desejo de muitos.
Há mais:
As pesquisas nesse segmento de mercado avançam rapidamente. Mostram, por exemplo, que conexão digital dos mais velhos pode surpreender. Nos EUA, 60% das pessoas entre 50 a 64 anos usam smartphone, assim como o usam 35% das pessoas acima dos 65 anos. Um universo nada desprezível.
E mais. O empreendedorismo também é desejo dos mais velhos. Pesquisa Encore.org – mostra que 25% dos americanos entre 44 e 70 anos pretendem abrir um negócio ou uma ONG nos próximos 5 – 10 anos.
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