Costumamos ter como companheiro de jornada o nosso crítico interior. Um parceiro que não nos deixa um segundo sequer, mas que tem um péssimo defeito: usa com muita frequência as palavras “sempre” e “nunca” e parece que tem um prazer muito grande em fazer com que a CULPA seja a tônica em seus assuntos.
É uma presença constante e sua voz parece que não sai de nosso pensamento: “Você estragou tudo, você SEMPRE faz isso… deveria desistir…” “Você não é legal, ninguém NUNCA vai gostar de você”! “Você tem tantos defeitos, como pretende ajudar os outros? NUNCA vai conseguir!” Na verdade, este falso amigo questiona sempre nosso valor e faz com que passemos a desconfiar de nossa capacidade.
Nos meus atendimentos de Coaching costumo utilizar MINDFULNESS – Atenção Plena para poder neutralizar as ações deste falso amigo.
A atenção plena nos ajuda a ver o aspecto viciante da autocrítica – um ciclo repetitivo de duvidar daquilo que é novo. A crítica interna pode se tornar uma espécie de companheira em nosso sofrimento e isolamento. Enquanto nos julgamos duramente, podemos sentir como se estivéssemos progredindo contra nossas falhas. Mas, na realidade, estamos apenas reforçando nosso senso de indignidade.
Para alguns profissionais, este crítico interno é uma voz que ecoa do passado – sua mãe, um parente, um amigo de infância, um chefe que te demitiu de forma truculenta. Um comentário agressivo pode entrar tão profundamente em nossas mentes que se tornam parte de nossas identidades.
Os julgamentos daqueles que amamos ou admiramos fazem parte de nossa história e, se não os identificarmos quando surgirem, eles se tornarão os julgamentos que projetamos sobre os outros, bem como sobre nós mesmos.
Analise sua vida e identifique as situações que o seu carrasco interior deixou sua marca. Não negue seus erros, mas se você continuar ensaiando, analisando-os, criando histórias em torno deles, você está simplesmente reforçando a dor e a alienação que eles já lhe causaram.
Minha sugestão é que você identifique alguma coisa realmente boa que tenha acontecido com você e que tenha sido responsável direto pelo acontecimento. Tente retornar mentalmente à época deste agradável acontecimento. Permaneça em pensamento neste cenário, pois aumenta sua capacidade de olhar honesta e diretamente para o que é difícil e lhe dá energia e coragem para seguir em frente.
A partir deste ponto quero sugerir este pequeno exercício de Mindfulness.
Quando você reconhece e reflete até mesmo uma coisa boa sobre si mesmo, você está construindo uma ponte para um lugar de bondade e carinho.
- Sente-se confortavelmente numa postura relaxada e feche os olhos.Agora, lembre-se de uma coisa que você fez ou disse recentemente que o fez se sentir bem;
- Não precisa ser interessante! Talvez você tenha sorrido ou escutado o desabafo de alguém, talvez não tenha se irritado com um balconista lento, talvez tenha sido generoso, talvez tenha se sentado para meditar, talvez tenha feito um agradecimento qualquer;
- Ou você pode pensar em uma qualidade ou habilidade em si mesmo que você gosta: talvez você se sinta bem em ajudar os outros ou se comprometer a ter paciência em relação ao seu vizinho mal-humorado;
- Se você ainda se encontrar envolvido em autocrítica, volte sua atenção para o simples fato de que você tem um desejo de felicidade. Há bondade e beleza nisso. Ou simplesmente recordar que todos os seres em todos os lugares querem ser felizes, todos nascemos para sermos felizes;
- Nunca se sinta envergonhado de seu desejo de felicidade: Buscar a felicidade não é o problema. O problema é que muitas vezes não sabemos onde e como encontrar a felicidade genuína e, assim, cometer os erros que causam sofrimento para nós mesmos e para os outros. Mas esse anseio pela felicidade em si é legítimo, e quando o apoiamos com plena consciência, pode se tornar um instinto de orientação ou uma bússola nos apontando para a liberdade.
Se qualquer impaciência ou julgamento surgir durante essa meditação, não sinta que você tenha falhado. Isso é totalmente natural. Simplesmente permita que a reação negativa diminua como uma onda na praia e veja se você pode retornar à contemplação positiva sem autocrítica.
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