“Chegou um momento inadiável. Escrever e dizer muita coisa que, em várias ocasiões, não foi possível. O dia a dia nos toma tanto tempo e são tantas as prioridades, que corremos o risco de esquecer e deixar passar chances únicas em nossas vidas. Mas temos de deixar de lado os compromissos diários e lembrar que, antes de sermos resultados, somos essencialmente humanos. Tenho muito a dizer. Mas as palavras, que parecem leves, tornavam-se “pesadas” para mim. Fico com um nó na garganta.”
Quantas vezes isso já não aconteceu com um líder? Estar tão próximo à sua equipe, mas ao mesmo tempo, quase sem perceber, tão distante? Esse comportamento combina com uma visão de dirigente que dia a dia se torna ultrapassada. Ainda existe, mas o discurso do qual tanto se faz uso hoje, de valorizar o trabalho em equipe, deve ganhar maior território.
Pessoas que têm talento para liderar, em geral, trazem consigo uma formação sólida, currículo repleto de cursos, pós-graduações e MBA’s. Basta? É um currículo excelente, mas lidar com seres humanos requer muito mais do que estratégias e fórmulas.
Sabe-se que é maioria os executivos que ainda não encontraram um caminho eficaz de se comunicar com a sua equipe. Consideram-se autossuficientes, mas parecem não enxergar que antes mesmo de um chefe, são integrantes de uma equipe. Julgam-se insubstituíveis, querem resultados rápidos e acham que ensinar seus subordinados é perder tempo. Afinal, quem quer saber sobre as fraquezas de um líder? Ele dirige a sua equipe com pulso forte, é decidido, parece ser inabalável. É essa a ideia que todos fazem de um líder. Mas, agora, os conceitos estão se modificando.
Chega a hora em que os “nós” devem ser desatados. O líder deve se sentir entrosado com sua equipe e isso não significa deixar o seu lugar na liderança.
Ser líder é também ser humilde. Só desta forma, ele tem chances de ser um bom líder e ter a certeza de que tem um dever a cumprir, mas, sozinho, jamais conseguirá.
O líder não só ensina, como também aprende com sua equipe e tem a consciência que também deve a ela suas vitórias. Aprende não só chegar sempre inteiro às metas estabelecidas, como se torna um ser humano mais completo.
Desmotivação na equipe – Situação comum é encontrar o grupo desmotivado. Por vários motivos: falta de desafios, desentendimentos entre os próprios integrantes, insatisfação com as políticas da empresa. Os resultados disso aparecem nos projetos que não alcançam os resultados esperados.
Mas o que tem a ver o líder com tudo isso, se a sua função é só delegar tarefas? Além do mais, os funcionários são pagos para trabalhar e produzir resultados.
Não é bem assim. À distância entre bons projetos na teoria e projetos bem-sucedidos, na prática requer muito trabalho e precisa de pessoas qualificadas e motivadas. De nada adianta passar e repassar informações se o grupo está “fora de sintonia”, falta cooperação e confiança. Desgastes que levam o trabalho em equipe por água abaixo.
Um líder, além de delegar funções, deve conhecer sua equipe e saber quais as características de cada integrante. Seus defeitos e qualidade. Conversar em grupo ou individualmente é um caminho positivo para detectar os empecilhos que impedem o trabalho de seguir em frente. Expor as feridas e ajudar o próprio grupo a curá-las o máximo possível também é função de um líder.
Só colocando em pauta as desavenças, os integrantes podem falar a mesma língua, se entender e perceber que é possível trabalhar juntos, desde que um respeite o espaço do outro. Para isso, é necessário que a liderança esteja presente e equilibre o grupo. São nessas ocasiões que as lideranças devem ter mais do que especializações em suas carreiras. Precisam de sensibilidade para lidar com o outro, reconhecer as crises no grupo e saber contorná-las, promovendo a motivação de seus integrantes. São desses fatores que nasce o sucesso de uma equipe e é desse sucesso que nascem o prazer de pertencer a ela, o bem-estar, a admiração por ela e o amadurecimento pessoal e coletivo.
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