A proposta é entendermos como a prática de Mindfulness (Atenção Plena) pode nos levar a um estado de mais felicidade.
Para ilustrar, citarei aqui uma das habilidades que desenvolvemos ao praticar Mindfulness, e está ligada ao que chamamos de: Paradoxo de Mindfulness.
Ao longo da vida, naturalmente nos deparamos com desafios, problemas e dificuldades, e temos a tendência de querer nos livrarmos o quanto antes dos desconfortos que surgem junto a este “pacote indesejável”.
O paradoxo de Mindfulness é: ao entender e aceitar que o desconfortável/desagradável/indesejável também é parte da vida, e que alternar momentos de felicidade e infelicidade é algo natural, experimentamos um estado psicológico de bem-estar e felicidade.
É desenvolver a habilidade da equanimidade, e olhar para as diversas situações da vida com abertura, curiosidade/aceitação, e sem julgamentos.
Segundo algumas tradições orientais, apego e aversão são os principais fatores que nos levam à infelicidade.
Quer um exemplo?
Sabe quando você está vivenciando um momento muito agradável e que te traz muita alegria, como uma viagem para algum lugar especial? E então, surge na mente, pensamentos do tipo: “gostaria que isso durasse pra sempre” … “não quero mais ir embora” … “por que o que é bom dura tão pouco?”.
Isso se chama apego. Nos apegamos às coisas, pessoas, situações, com uma postura de não finitude. Como se isso fosse possível. E ainda por cima, ao fazermos isso, nos desconectamos do presente, que afinal de contas é o que estamos querendo que não acabe.
E sabe quando você está em uma reunião longa e com pessoas de pouca afinidade e surge na mente pensamentos do tipo: “que horas isso vai acabar?” … quero ir embora para casa” … “o que posso fazer para sair daqui logo?”.
Isso é aversão. Somos aversivos a tudo que nos causa dor e desconforto. Desejamos viver apenas o que nos traz alegria.
Assim, desenvolver o estado de consciência Mindfulness nos permite viver e desfrutar de tudo que se apresenta momento a momento, sejam “coisas boas ou ruins”, com um olhar de observador, compreendendo que tudo é impermanente, de forma equânime.
É a felicidade que vem de dentro para fora, que não depende das circunstâncias para se manifestar. É algo parecido com o que chamamos de “paz de espírito”.
E para desenvolver essa habilidade, como qualquer outra, só precisamos aprender técnicas, recursos e treinar.
Que tal? Vamos praticar?
Pare por um minuto, feche seus olhos e preste atenção no ar entrando e saindo de suas narinas. Ao fazer isso, se perceber que a mente divagou, se volte à sua respiração de forma gentil e repita para si mesmo: apenas esta respiração, faça isto quantas vezes forem necessárias, e continue a prestar atenção na sua respiração.
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