A Consciência é a automanifestação da Vida em si e por si mesma. Na realidade tudo o que há e o que podemos perceber, é a manifestação da Consciência. Embora isto seja o óbvio, observo que poucas pessoas já tomaram Consciência da sua própria Consciência! Quando lhe falo isto, muitas ficam espantadas! De repente, em um instante, como um flash, tomamos Consciência que sabemos, raciocinamos, cheiramos, sentimos, temos Vida, e com ela temos emoções, nós vemos, percebemos cores, ouvimos, intuímos, fazemos, trabalhamos e tantas outras coisas maravilhosas que a Consciência – ou a própria Vida – nos oferece gratuitamente, sem esforço.
A Consciência que se automanifesta é a Fonte da Vida, plena, eterna e imortal, universal e não pessoal, aberta, espacial, não local, invisível, autocognoscível (conhecer e perceber a si mesma) com qualidades inerentes como Amor, Compaixão, Alegria e Sabedoria incondicionais.
Esta Sabedoria é a qualidade de saber, conhecer, captar, intuir sem o uso do raciocínio, do pensamento ou da racionalidade.
Todas estas qualidades estão sempre presentes, embora às vezes (ou quase sempre!) obscurecidas pelo nosso ego, excesso de pensamentos ou racionalidades, mas sempre presente como pano de fundo.
É como o sol, uma fonte irradiadora de luz. Assim como a luz não afeta o sol, da mesma maneira a nossa Consciência plena não é afetada por acontecimentos, atividades, pensamentos, emoções, etc, embora tudo isto que percebemos como nossa vida comum e atividades do dia a dia comum seja um produto da própria Consciência plena ou original.
A Consciência se manifesta no dia a dia em diferentes níveis de abertura. Assim, muitas pessoas vivem com sua Consciência de pequena abertura, onde predomina a mente comum, o mundo das explicações, das preocupações, dos raciocínios de bom e mau, certo e errado, dos sofrimentos, conflitos, medos, das comparações e disputas.
Eu já vivi este estado de pouca abertura de Consciência muitas e muitas vezes em minha vida, aliás a maior parte do tempo, assim como a grande maioria das pessoas.
Esta dimensão da Consciência é chamada de Terceira Dimensão – o mundo de conflitos, de energias mais grosseiras, de guerras e raivas e medos, que produzem nossas depressões e síndrome do pânico e outras doenças psicossomáticas. É como se a mente se afunilasse num canto sem saída, onde ela se debate dia e noite em busca de saídas racionais, de avaliações, julgamentos, teorias, de comparações que não terminam nunca, e que muito menos resolvem as situações.
Veja o quadro referencial que desenhei, buscando uma representação gráfica desta situação.
Na última vez em que me vi nesta situação angustiante, eu mesmo criando, sem perceber e de forma ignorante, meu próprio inferno mental.
Mas de repente resolvi dar um passeio a pé. Comecei a olhar para o alto, vi o céu azul e as nuvens, as árvores, percebi as flores, o cheio do mar, senti o frescor da brisa, ouvi diferentes sons, vi pássaros e a vida se manifestando gratuitamente à minha volta, e assim fui me sentindo cada vez mais aliviado, mais aberto. Num dado momento determinei a mim mesmo de não pensar mais na situação que estava enfrentando, determinei que não me agarraria aos pensamentos e que os deixaria desaparecem no vazio por si só. Um estado de paz foi tomando conta de mim. Com a mente mais aberta, sem mais seguir os fustigantes raciocínios, explicações e justificativas, foram surgindo pequenos insights e uma compreensão mais profunda da beleza da vida, do valor do agora, do presente momento. Senti como nos debatemos dia e noite querendo controlar e resolver o mundo, ajeitar tudo à nossa maneira. Vi com maior clareza que a dificuldade na qual estava me debatendo não teria uma solução, e que eu deveria doravante viver a vida num estado de abertura e aceitação da forma como ela se apresenta.
Entendi que no mundo comum não há soluções, apenas adaptações temporárias, numa roda sem fim. Entendi que não temos o poder de solucionar e controlar a Vida. Ela tem seu jeito próprio de ser, que é de plena liberdade e amor. Esta mente aberta, ampla, nos dá a plenitude e a liberdade a cada momento.
Este estado aberto da Consciência é o que podemos chamar de Quinta Dimensão, onde tudo flui de modo natural e espontâneo, onde nos sentimos livres e felizes de modo natural. Esta é a grande benção da própria Vida, um presente divino de viver nesta sintonia, onde as dúvidas e problemas evaporam por si só, sem esforço.
Claro, às vezes, caímos de volta para a Terceira Dimensão, e o sofrimento recomeça. Mas agora temos instrumentos para lidar com isto, podemos simplesmente abrir a mente e nos sintonizarmos com a Quinta Dimensão. Claro, ainda temos outras dimensões superiores a sintonizar, mas confesso que ainda não cheguei a este ponto! Quem sabe, algum dia…!
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