Há alguns dias atrás finalizei a leitura do livro Autocompaixão, escrito por Kristin Neff. Confesso que o título me fez pensar que se tratasse de mais um livro de autoajuda, mas a recomendação de uma pessoa querida fez com que eu desse atenção a este tema.
Em minha crença sobre o significado de autocompaixão, imaginava uma atitude permissiva e que tende à procrastinação, porém, a partir dos conceitos propostos por Kristin, pude ressignificar este conceito e entender a importância desta prática nos diálogos, nos comportamentos proativos e por que não dizer também na saúde e bem-estar?
A autocompaixão não significa considerar os meus problemas mais importantes do que os seus, significa apenas colocar ambos os problemas no mesmo nível de importância, entendendo-os como dignos de serem atendidos. – Kristin Neff – Autocompaixão.
Talvez você possa estar se perguntando, mas por que citar autocompaixão, quando o artigo menciona autoconhecimento e consciência em seu título. Praticar autocompaixão requer que eu observe minhas reações, me conheça, entenda meus sentimentos e emoções e isto requer autoconhecimento e consciência.
Kristin apresenta 3 principais componentes para esta prática:
- Autobondade: interromper o autojulgamento constante e comentários depreciativos internos. Quando nos observamos é possível perceber o quanto somos mais críticos conosco. Faça o teste, pense em uma situação difícil e como você confortaria um amigo querido nesta situação.
- Reconhecimento da experiência humana comum: Ser humano significa ser imperfeito. Sentimentos de inadequação e decepção são comuns por todos. Reconhecer isso possibilita nos abrirmos e evitarmos as comparações. Kristin faz uma análise entre autoestima e autocompaixão e como a busca por sermos acima da média, sempre melhores, nos faz sentirmos isolados e sozinhos.
- Atenção Plena: Observar o fato, enfrentar a realidade e responder à situação da maneira mais compassiva possível.
Link original: https://www.youtube.com/watch?v=IvtZBUSplr4
Não precisamos estar sempre certos, sermos perfeitos e nos punirmos quando erramos. Ao contrário disso, podemos observar a realidade e praticando a autocompaixão termos a certeza de que podemos aprender com as situações difíceis e fazermos algo diferente em uma nova oportunidade.
E o que isso tem a ver com comunicação? Seguindo a prática da comunicação não violenta, proposta por Marshal, o primeiro passo trata de apresentar o fato sem julgamento e, em sequência, o meu sentimento a partir do fato. Combinar comunicação não violenta à prática da Autocompaixão pode tornar nossos diálogos cada vez mais conscientes e produtivos.
A comunicação é um dos maiores desafios quando pensamos no ambiente organizacional, e porque não dizer nas relações. Estabelecer diálogos construtivos com seu time pode fazer toda a diferença.
E você? Se considera um autocrítico? Pratique a autocompaixão e depois compartilhe comigo o seu aprendizado.
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