O termo autoestima é definido pelo valor que damos a nós mesmos, podendo este ser positivo ou negativo, o que impacta na formação de uma autoestima elevada ou baixa. Envolve a avaliação que fazemos da nossa personalidade, podendo conter características relacionadas com os nossos valores, habilidades, comportamentos, imagem, forma física, conquistas, entre outras. Uma avaliação envolve utilizarmos alguma referência. No caso da autoestima, essa referência pode ser interna ou externa.
Quando a referência utilizada é externa, acaba se baseando em questões relacionadas à construção da nossa imagem e realizações perante as outras pessoas. Nesse estado, se desejamos desenvolver a nossa autoestima, buscamos ter ações nos diferentes papéis que exercemos (profissional, pai, mãe, amigo, filho), que permitem que tenhamos uma imagem positiva. Inconscientemente, tentamos demonstrar o nosso valor por meio da casa, carro, títulos, profissão, estudos, viagens, que conquistamos. As redes sociais acabam estimulando ainda mais a construção dessa nossa persona perante os olhos dos outros. Ficamos mencionando o que temos, o que alcançamos, o que fizemos, e às vezes ainda nos sentimos frustrados ou decepcionados quando vemos o que o outro tem algo a mais do que nós. O foco está na performance, na entrega, na conquista, no resultado. Isso pode ser bastante cansativo e desgastante, além de não ter fim.
Esse tipo de autoestima não é perene, e pode gerar muito sofrimento. A atenção está no que chamamos de “forma”, sendo que a forma sempre se altera. A perda de um emprego, um divórcio, mudança do ciclo de amigos, e até o envelhecimento do nosso corpo, acabam impactando diretamente na nossa autoestima e consequentemente, no nosso bem estar.
Um outro caminho seria buscar uma referência interna. É trabalharmos a expansão da nossa consciência, para entendermos que temos um aspecto nosso que vai além da forma. Nesse caso, a autoestima será construída em cima do nosso verdadeiro eu, nossa essência. E para alcançarmos isso, não precisamos focar no FAZER e sim no SER. É reconhecermos que não somos essa autoimagem. Imagens são construídas ao longo dos anos. Acreditamos que precisamos de uma, pois a sociedade nos julga em relação a ela. Quando olhamos um bebê ou uma criança pequena, podemos reconhecer que eles não estão buscando referências externas para determinar quem eles são. Apenas alguns anos mais tarde é que os fatores externos começam a influência a construção da autoimagem deles, e eles começam a desejar ter determinados produtos, roupas, viagens, experiências.
Trabalhar a referência interna na autoestima envolve trabalharmos a nossa consciência que identifica a nossa existência. Reconhecer a paz, amor, alegria, que está constantemente presente em nós. Esse trabalho pode ser feito quando exercitamos o nosso estado de presença. A presença permite que identifiquemos o nosso valor pelo simples motivo de existirmos. Não há a necessidade de ficar se provando constantemente com palavras e ações. É sentirmos a energia que temos dentro de nós a todo momento.
O mundo diz o que devemos ser ao invés do que podemos ser, então não podemos ser autênticos, o que impacta diretamente a nossa autoestima. Se desejamos elevar a nossa autoestima precisamos mudar o nosso ponto de referência do externo para o interno. Focar na nossa essência e na nossa evolução e aprendizagem. Essa é uma constante em nossas vidas. As circunstâncias, os papéis, as conquistas mudam. Se a nossa autoestima estiver baseada nesses aspectos, viveremos em ondas de autoestima elevada, intercalada com baixa. Consciência é encontrar essa dimensão em nós que é mais profunda do que os pensamentos e emoções gerados por aspectos externos. É focarmos no que é essencial, o nosso desenvolvimento, a nossa evolução, pois isso é a única coisa perene. É mudarmos a nossa atenção para dentro, para a nossa essência, nossa existência.
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