Em 2018, uma pesquisa realizada com 7.500 funcionários americanos pela Gallup detectou que, pelo menos uma vez na carreira, podem passar pelo Burnout.
Outra pesquisa, realizada pela consultoria Mercer (Global Talent 2019), com 7.000 executivos responsáveis por RH em 16 países, mostra a preocupação em torno do tema, em função de elevados índices registrados no Brasil e no mundo.
Dados da ISMA-BR (International Stress Management Association no Brasil), após um levantamento com 1.000 pessoas entre São Paulo e Porto Alegre, revelaram que 72% da população economicamente ativa apresenta altos níveis de estresse, sendo que 32% desenvolveram a Síndrome de Burnout.
O que esses dados apontam é assustador: a OMS (Organização Mundial de Saúde) incluiu a Síndrome na Classificação Internacional de Doenças, sendo a primeira vez que o esgotamento profissional entra nessa classificação para tendências estatísticas de saúde.
É importante entender que o esgotamento profissional não acontece da noite para o dia, mas sim em estágios que podem ser reconhecidos e interrompidos. Herbert Freudenberger e Gail North descrevem em 12 passos, (sendo que alguns podem ser pulados):
– Necessidade de se autoafirmar – Mostrar que tem competência para si e para o seu entorno;
– Dedicação intensificada – Não delegar tarefas, não reconhecer que precisa de ajuda, necessidade de mostrar que é imprescindível;
– Descaso com as próprias necessidades – Dedicar-se somente ao trabalho, abrir mão de lazer e amigos, “renúncia heroica”;
– Recalque de conflitos – Pode perceber que algo não vai bem, mas prefere não tomar conhecimento; podem aparecer os primeiros sintomas físicos;
– Reinterpretação de valores – Isolamento, fuga de conflitos, negação das próprias necessidades. O trabalho é a medida para a autoestima. Ocorre um embotamento emocional;
– Negação de problemas – Predomina a intolerância, torna-se exigente com os demais. Revela comportamentos de cinismo e agressão. Dificuldades são atribuídas à falta de tempo e não ao problema que está enfrentando;
– Recolhimento – Redução de contatos sociais, no trabalho faz o estritamente necessário, pode iniciar o uso de drogas lícitas e ilícitas;
– Mudanças de Comportamento – Passam de ativos para apáticos, atribuem a culpa ao mundo ao seu redor. Interiormente se sentem cada vez mais inúteis;
– Despersonalização – Rompe o contato consigo mesmo. O seu valor e dos outros fica afetado. O funcionamento é mecânico, faz por fazer;
– Vazio interior – Sensação de vazio interior cada vez mais forte. Intensifica atividades para não se dar conta do vazio interior, pode ser caracterizado por compulsão;
– Depressão – Se torna indiferente, sem esperança, negativo, sem perspectiva. A vida perde o sentido;
– Síndrome do Esgotamento Profissional – Colapso físico e emocional. Pode ocorrer ideação suicida. Precisam de ajuda médica e psicológica o mais rápido possível.
Esses sintomas podem estar ancorados em aspectos pessoais aliados ao do ambiente onde está inserido e suas exigências, no trabalho ou do meio social. Fique atento com você e auxilie o colega que não tem essa percepção.
As Lideranças podem ter um papel fundamental, primeiro se preparando para entender, não adoecer, e perceber em seus colaboradores possíveis indícios.
Desenvolver a Resiliência para a vida é fundamental através da Análise de Contexto, Autocontrole, Autoconfiança, Empatia, Rede Social, Otimismo para a Vida, Leitura Corporal e Sentido de Vida.
Um clima de satisfação no trabalho, organização em equipe, feedbacks positivos e corretivos, auxiliam nesse caminho.
No campo pessoal é fundamental ter uma vida gratificante, desenvolvendo atividades prazerosas e saudáveis, estabelecendo metas não só profissionais, mas de realização e bem-estar.
Segundo os ensinamentos do mestre:
“Quando a alma está feliz, a prosperidade cresce, a saúde melhora, as amizades aumentam, enfim, o mundo fica de bem com você” (Mahatma Gandhi)
Natalia Marques
Psicóloga, Coach e Palestrante
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