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Prisões Mentais que atrapalham nossas Vidas

Se a mente é infinita, ilimitada, segundo as mais avançadas teorias científicas e a sabedoria das mais antigas tradições, como pode então ficar presa?

Quando se fala em Prisões Mentais, a primeira coisa a refletir é sobre o que é uma prisão. Prisão é algo que prende, limita, circunscreve, fecha, restringe, encarcera.

Quer dizer, então, que prisão mental é ter a mente limitada, restrita, fechada? O que dizer dessa letra de música do Lupicínio Rodrigues:

A minha casa fica lá detrás do mundo, onde eu vou em um segundo quando começo a cantar. O pensamento parece uma coisa à toa, mas como é que a gente voa quando começo a pensar”?

Como pode? Se a mente é infinita, ilimitada, segundo as mais avançadas teorias científicas e a sabedoria das mais antigas tradições? O pensamento, os sentimentos, os sonhos, os encantos, quem os prende? 

A Mente é livre 

Bem, segundo as correntes neurocientíficas materialistas, a mente estaria, sim, circunscrita à capacidade de conexões sinápticas do cérebro. E se fosse? Como prender trilhões de possibilidades de conexões neurológicas?

Mas, como eu entendo que o cérebro não passa de um fantástico suporte físico-biológico da mente, assim como o computador é o suporte físico-técnico para o usuário criar apoiado nele, o potencial infinito da mente vai muito além das possíveis limitações do cérebro.

Portanto, se não dá nem para circunscrever as conexões sinápticas do cérebro, muito menos é possível travar ou aprisionar a mente.

O Medo 

E, no entanto, vemos as mentes da maioria das pessoas travadas, controladas, obrigadas a funcionar apenas dentro de um limitado campo de possíveis conexões e ligações, com viseiras unidirecionadas. Como é possível tal contradição?

Na minha experiência de lidar primeiramente comigo mesmo e, depois, com muita gente ao longo dos anos de atendimento pessoal e grupal, posso dizer que as viseiras e prisões mentais povoam as mentes das pessoas.

Essas prisões mentais foram originadas ainda na primeira infância através das mais diferentes modalidades de medos que eram incutidas nas mentes. O maior medo era, sem dúvida, o de sentir-se rejeitado, excluído da convivência e do carinho daquelas pessoas que significavam tudo para elas. Logo de cara, o medo de estar afastado dos pais, de não encontrá-los por perto, medo do abandono.

Depois vêm as sequências disso. Muito medo da violência, que põe a perigo esta proximidade. Daí vem o medo do escuro, de monstros, derivados de rostos brabos, severos, de imposições quanto à maneira de estar, das repreensões, dos castigos. O castigo físico envolve impor-se, exigir submissão. Pior que os castigos físicos são os psicológicos, as ameaças de abandono, as chantagens obrigando a submissão para não perder a conexão protetora.

E o grande medo foi a eternização do medo, levando para planos sobrenaturais o medo de castigo eterno, de privação definitiva do amor e aconchego divino.

Tudo isso vai cristalizando nas mentes das crianças as mais diversas formas de manifestação de prisões mentais. Prisões a paradigmas dogmatizados, através da imposição de crenças eternas e irrefutáveis em relação a todo o universo explicativo da vida. São princípios introduzidos na mente através de determinações rígidas ou de sutis medos de não se encontrar sentido de vida senão em verdades que não podem ser nem mesmo questionadas. Duvidar dessas verdades acarreta muita insegurança frente a qualquer ação não condizente.

E essas prisões se incrustam na mente pela vida afora e, se não forem consciente e livremente superadas, vão comandar os pensamentos, as crenças, os sentimentos e as ações na vida adulta.

5 prisões mentais principais

Vou agora apresentar algumas dessas prisões mentais, as que especialmente atrapalham o sucesso das pessoas, por se tornarem altamente tolhedoras e unidirecionadoras das tomadas de decisões, todas elas expressões explícitas ou implícitas e sutis dos medos originais:

1. Crenças limitantes 

São crenças originadas na necessidade de se firmar em algumas verdades, que garantam sentir-se seguros diante das variegadas condições e opções que surgem ao longo da vida. Elas podem estar fundadas em princípios irrefutáveis de ordem religiosa, geralmente com uma carga emocional muito forte, altamente limitantes no sentido de exclusão explícita ou manifesta desconfiança de quem não comunga dos mesmos princípios. Mas podem também estar fundadas em princípios considerados científicos, montados em rigorosa couraça racional e objetiva, mas que partem de hipóteses consideradas verdadeiras em opções pré-objetivas. Estas são muito comuns em especialistas, inclusive na área médica e psicológica.

2. Medo de Mudanças 

Mudança significa romper com o estabelecido e rotinizado para se abrir para algo novo. É o medo do desconhecido, que tolhe as motivações para sair da zona de (aparente) conforto. Pensar em arriscar algo novo gera, na maioria da pessoas, desconforto e insegurança. Por isso é que costumo dizer que são poucas as pessoas com liderança, porque são poucas as pessoas que correm o risco de errar, pois toda mudança é probabilística, sai do mundo das certezas.

3. O perfeccionismo 

Está ligado ao medo de mudanças, pois revela uma mente rígida, que não admite erros. O perfeccionismo é escravizante, pois a pessoa perde a liberdade de criar, de arriscar coisas novas, ao mesmo tempo que tende a ter muita dificuldade nos relacionamentos, pois determinam que as coisas somente são perfeitas quando realizadas segundo seus rígidos padrões.

4. O extremismo 

É expressão de uma mente dicotômica, em que só um lado é o certo, e quem não está de acordo é perigoso e deve-se ter cuidado com ele e, mesmo, deve ser combatido. É uma prisão mental altamente nociva à convivência pacífica, pois se alimenta do medo do diferente. Os dogmatismos religiosos, ideológicos, culturais e políticos não admitem o diferente, que é visto como perigoso e, por isso, deve ser combatido, achincalhado, desmoralizado.

5. O especialista 

No mundo altamente tecnológico no qual vivemos e convivemos as especialidades são mais que necessárias. Os especialistas são aquelas pessoas que entendem a fundo de determinada área de conhecimento. Não há como prescindir dele no desenvolvimento e manutenção das máquinas e dos conhecimentos imprescindíveis. Mas tende a se tornar uma prisão mental quando o especialista perde a visão do todo, não leva em conta a rede de conexões na dinâmica sistêmica que interliga todas as partes e partículas a um todo pulsante, articulado e interligado.

Conclusão 

A mente é uma força poderosa. Pode nos libertar ou nos aprisionar. Por isso, nós podemos escolher não aceitar os falsos limites que nos foram introjetados e impostos no passado.

Como dissemos, o cérebro não passa de um suporte físico-biológico da mente e o potencial da mente vai muito além das possíveis limitações do cérebro.

Podemos, portanto, modificar as prisões mentais que atrapalham nosso sucesso de forma consciente quando descobrimos que possuímos uma capacidade ilimitada de criatividade e passamos a viver de acordo com um propósito real e inspirador, com objetivos desafiadores capazes de gerar autorrealização e superação de limites. Dessa forma rompemos as correntes que prendem nossa mente.

Para isso é importante acreditar em si. Não se compare aos outros e não deixe as circunstâncias dizer o que você pode alcançar.

Não fique preso e não deixe as prisões mentais atrapalharem o seu sucesso. Nunca desista. Nada que vale a pena vem fácil. Tenha visão de futuro e lute pelos seus sonhos. Não deixe o medo atrapalhar você. Seja protagonista de sua história e não plateia. Acredite em si! Acredite no seu sucesso! Rompa suas prisões mentais.

 

Marcos Wunderlich é Empresário e Presidente Executivo do Instituto Holos. Pioneiro do Coaching e Mentoring no Brasil, é referência nacional em Formação e Instrumentação de Mentores e Coaches no Brasil com abordagem holossistêmica e complexa, tem mais de 30 anos de experiência profissional. Consultor, palestrante, Master Coach e Mentor de Executivos. Mentalizador do Sistema ISOR® um conjunto instrumental científico-pedagógico de Desenvolvimento de Pessoas e Organizações com base na moderna ciência e neurociência, na milenar sabedoria humana e nas inovações da administração. Filiado ao ICF – International Coach Federation. Consultor CMC – Certified Management Consultant credenciado pelo IBCO – Instituto Brasileiro de Consultores de Organização em convênio com o ICMCI – International Council of Management Consulting Institutes. Formado e pós-graduado na área tecnológica, tem várias formações no campo da Gestão e Humanidades,
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