Quer nossos desafios sejam profissionais ou pessoais, podemos acabar sentindo que nossas possibilidades para melhorar a situação são poucas. Nesse sentido, podemos estar exibindo um comportamento conhecido como apatia ou inércia. Assim como o condicionamento de fuga, a inércia adquirida foi observada pela primeira vez como uma interessante reação colateral em estudos com cobaias de laboratório.
Nessas experiências, cobaias que haviam aprendido a fugir de estímulos desagradáveis foram posteriormente amarradas para impedir que fugissem. O que os cientistas observaram depois da retirada das amarras os surpreendeu. Apesar de fisicamente aptas, as cobaias não tentavam mais fugir. Era como se tivessem aprendido a ficar apáticas.
Apesar de essa experiência ter sido feita com cobaias de laboratório, ela faz lembrar o cotidiano das pessoas.
Quantas vezes deixamos de nos defender, ou deixamos que terceiros decidam as coisas para nós, presumindo que não podemos fazer nada porque em alguma experiência anterior isso realmente foi verdade?
Tenho visto o que está movendo o mundo, numa velocidade tão grande, e que muitos de nós ainda não perceberam o que está realmente acontecendo em sua volta, parece que ficam em uma redoma assistindo o mundo lá fora, ou pensam que estão assistindo um filme de ficção cientifica.
Visito as organizações, fazendo sessões de Coaching, e percebo que algumas pessoas não têm a mínima noção do que está acontecendo no mundo de hoje. Parece que estão imobilizadas, engessadas, esperando um milagre acontecer, inertes, procrastinando uma ação que os levará a um rumo em direção ao sucesso, e adaptação mais rápida nas mudanças que estão ocorrendo.
Aí pergunto a mim mesmo: Inércia ou Ação? E qual será o rumo desses executivos? O que estão esperando?
A inércia também pode ser chamada de Impotência, e isso pode ser uma escolha. Já dizia Viktor Frankl, nós temos o poder da escolha.
Então, qual o resultado dessa escolha?
Às vezes a zona de conforto ou mesmo os exemplos que recebemos na vida, nos leva à escolha da impotência. A dúvida é muitas vezes a raiz do problema.
Dentre os resultados temos: a ausência de reação, quando não tomamos uma atitude e esperamos que algo aconteça ou que outra pessoa tome uma atitude; a irracionalidade, quando insistimos em acreditar que palavras e ideias falsas (mesmo que expressas apenas internamente) são verdadeiras; e a imobilidade, quando ficamos estagnados emocionalmente e intelectualmente, incapazes de considerar novas opções.
O que fazemos quando decidimos ser impotentes?
- Ignoramos;
- Desconsideramos;
- Esperamos;
- Protelamos;
- Não agimos;
- Desesperamo-nos;
- Ficamos indiferentes;
- Somos negligentes;
- Ficamos apáticos.
O que conseguimos quando nos sentimos impotentes?
- Mais do mesmo;
- Relacionamentos desvantajosos;
- Apatia;
- Consequências imprevisível-desconhecidas;
- Incerteza;
- Desejos e fantasias;
- Perda de capacidade.
Existem outras possibilidades. Marcel Proust afirmou que a jornada de descoberta não consiste em ir para novas terras, mas em ter um novo olhar.
Talvez possamos aprender algo sobre a superação da impotência se o nosso olhar, renovado, perceber de que forma a apatia adquirida pode se transformar em ação.
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