O tempo nos ensina a identificar um excelente profissional rapidamente, ou melhor, os excelentes profissionais.
Depois de quase 5 décadas de vida profissional, aprendi que com apenas algumas perguntas, posso identificar um amador com boa vontade de um profissional que faz acontecer.
De um modo geral é fácil identificar um profissional que faz acontecer de um amador com boa vontade, pois apresentam um comportamento mais ou menos padrão entre eles.
Em minhas atividades para auxiliar o desenvolvimento pessoal e profissional, costumo fazer esta identificação logo na primeira conversa, pois ela me dará a direção do trabalho que terei que realizar na vida profissional da pessoa.
Acompanhe comigo algumas características marcantes e que são os meus primeiros focos de investigação:
Os profissionais enxergam o final antes de começar e os amadores aguardam que “as coisas fiquem mais claras”.
Os profissionais por terem um autoconhecimento bastante desenvolvido apresentam a autoconsciência que é fundamental nos processos criativos.
Muito do que você cria, muito do que você realiza e como realiza está vinculado a quem você é, quais são suas soft skills, enfim qual a sua identidade profissional.
O profissional age com base no seu compromisso com que ele é, e, para isso ele precisa se conhecer muito bem e ter autoconfiança, que proporcionará a ele tranquilidade e segurança profissional para fazer acontecer.
O amador tem medo, pois não conhecendo a si próprio em profundidade, está sempre como se estivesse caminhando em areia movediça.
Enquanto os profissionais querem melhorar sempre, os amadores querem apenas chegar.
Os profissionais buscam constantemente as excelências, enquanto amadores apenas realizam a tarefa.
De um modo geral os profissionais já adquiriram um mindset de crescimento enquanto os amadores têm um mindset fixo.
Os profissionais realizam uma tarefa dia após dia, sempre observando onde ela poderia ser melhorada, enquanto o amador queixa-se da rotina.
Profissionais têm uma característica importante – o autodesenvolvimento.
Durante os mais de 20 anos em que atuei como executivo de uma empresa internacional, sempre me deparei com dois tipos de colaboradores:
- Os que ficavam aguardando a empresa custear um treinamento a eles, e
- Os que buscam as soluções por própria conta, perguntando com os mais experientes e mais recentemente fazendo buscas pela WEB.
Normalmente eu costumava utilizar o budget de treinamento e desenvolvimento para estes últimos e, não para os primeiros, que apenas buscavam uma certificação a fim de melhorar os seus currículos, sem, contudo, apresentar um interesse genuíno de auxiliar no desenvolvimento da equipe ou da organização.
Como professor de pós-graduação, tive um aluno que assistiu às minhas aulas em seu primeiro e no quarto MBA. Uma vez fomos almoçar juntos em um dia de aulas e pude observar que apesar dos 4 MBA´s, continuava o mesmo tipo de profissional, a mesma mentalidade e principalmente, sempre necessitando de treinamento externo, quase nunca buscando o autodesenvolvimento.
É no autodesenvolvimento que vislumbramos o que virá à frente, as tendências e cenários futuros.
Os amadores temem o fracasso e os profissionais aprendem com ele.
O fracasso é o primeiro degrau do sucesso.
Ayrton Senna, sempre que algo não saía como havia planejado ou não tinha sucesso no que fazia, não culpava ninguém e não atribuía culpa a fatores externos. Não se lamentava com o ocorrido. Apenas analisava a situação, percebia onde houve falha, estabelecia um plano e corrigia para que isto não mais acontecesse.
Sempre encontrei amadores que quando algo não dava certo, saíam atirando para todos os lados – do governo até fatores exotéricos e, às vezes, sobrava até para a tia do café, mas os profissionais, quando isto acontecia, parece que olhavam no espelho, apenas viam a si mesmos e tomavam atitudes: faziam acontecer.
Thomas Edison, em seus esforços para inventar uma lâmpada que funcionasse disse uma vez: “Eu não falhei. Acabei de encontrar 10.000 maneiras que não funcionam.
Os amadores querem ser notados. Os profissionais querem ser lembrados.
Já no início do século XXI podíamos notar que o culto à personalidade era coisa do passado. Os grandes líderes têm como missão o legado e não o ego.
Aquele líder que andava pela empresa de forma garbosa e altiva, sedento de elogios, já é algo anacrônico. Todos hoje, queremos fazer a nossa parte e deixar o nosso legado para os que virão, pois estamos sofrendo, e muito, com o mundo que nos deixaram.
Cleyson Dellcorso
https://www.dellcorso.com.br/
Confira também: 4 dicas para se sobressair em uma equipe
Participe da Conversa