Certamente 2020 será lembrado como o ano marcado por uma guerra silenciosa que chegou provocando uma série de mudanças radicais sem que ao menos tivéssemos tempo para refletir, abrindo com o pé as portas da nova era.
Ao longo das últimas décadas, aprendemos em uníssono o seguinte mantra: “pense fora da caixa”! O que ninguém parou pra pensar foi na profundidade da caixa em que estávamos. Foi preciso que uma pandemia chegasse e lacrasse essa tal caixa, da qual pensávamos já ter saído, para começarmos a compreender sua dimensão.
Nesta edição, peço licença para estender essa reflexão a todas as pessoas, pois o momento exige que cada um amplie sua visão sob o aspecto da liderança que há dentro de si. Não importa se você lidera milhares, centenas, dezenas de pessoas ou apenas a si mesmo, a nova era nos convoca a assumir, de uma vez por todas, a responsabilidade na proporção que nos cabe.
Antes, o problema era de todo mundo, mas não era de ninguém. Agora é até de quem ainda não se deu conta do que está acontecendo.
O futuro acaba de nascer de parto prematuro e por mais preparados que acreditássemos estar, percebemos, diante desse cenário, o quanto nos falta habilidades para lidar com tantas questões desconhecidas, como bem explica o mundo V.U.C.A. (V.I.C.A. em português). O mundo que já crescia exponencialmente e se desenvolvia de forma Volátil, Incerta, Complexa e Ambígua, parece que juntou todas essas definições, bateu num liquidificador e nos devolveu tudo misturado. A convocação para essa nova adequação na vida, na sociedade e no planeta, falará cada vez mais alto então daqui pra frente.
Já não será possível supervalorizar a inteligência intelectual sem dar o mesmo crédito à inteligência emocional e espiritual. Essas três inteligências precisarão seguir de mãos unidas, se apoiando na reconstrução de um novo tempo. A natureza não poderá mais ser subjugada, tão pouco considerada problema apenas de alguns; ela terá que ser respeitada e cuidada. Dessa forma, várias dimensões criativas que promovam a evolução da nossa espécie, e do planeta, ganharão maior credibilidade.
A educação, em instituições ou familiar, terá que repensar suas estruturas e aprender a ensinar a arte de viver. Felicidade e bem-estar serão essenciais em qualquer contexto, seja na escolha de uma profissão, trabalho ou relacionamento.
A partir desta nova realidade, moldada através das perdas, em diferentes aspectos, sofrimentos e angústias, empatia, compaixão e altruísmo se tornarão atitudes essenciais do ser humano.
Autenticidade, liberdade, leveza, paz e amor, serão os novos valores de quem aprendeu a lição e pretende contribuir na construção de uma humanidade mais solidária.
Shirley Brandão
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