Agilidade emocional em tempos de pandemia
Agilidade emocional é a forma como uma pessoa lida com seu mundo interno, encarando seus pensamentos e emoções. É a habilidade de reconhecer e aplicar suas experiências pessoais, sejam elas boas ou ruins, de maneira mais consciente e produtiva, com coragem, curiosidade e compaixão. Quem criou esse conceito foi Susan David, psicóloga, coach de executivos e professora na Escola de Medicina de Harvard.
Nesses tempos de pandemia, como a Agilidade Emocional pode ajudar, sobretudo no exercício da liderança? Antes, vale saber que 1/3 das pessoas no mundo ou se julgam por terem emoções ruins, ou as ignoram, ou seja: ou elas reprimem ou ruminam suas emoções. Outro comportamento comum é se deixarem levar pela tirania da positividade, uma ideia coletiva que defende que sorrir sempre é remédio para todos os males. Reprimir, ruminar ou fingir que está tudo bem, quando na verdade não está, são impedimentos para o desenvolvimento de competências essenciais tão necessárias para lidar com o mundo como ele é, e não como gostaríamos que ele fosse.
O mundo passa por grandes mudanças. Nesse contexto a agilidade emocional aplicada à liderança pode ajudar significativamente as empresas a levantarem o ânimo de suas equipes. Lidar com o estresse em meio a turbulência tem sido um dos maiores desafios no mundo corporativo.
Por isso separei algumas atitudes aplicáveis para a liderança diante desse cenário desafiador:
- Tomar consciência de toda a situação e compartilhar com a equipe de forma transparente: Sempre que necessário, exponha suas vulnerabilidades, demonstre que a situação afeta a todos, inclusive a você e convide-os para a ação com base nas competências, habilidades e capacidade de cada um;
- Evite criar expectativas irrealistas: o futuro nunca foi tão incerto. Falar abertamente sobre essas questões pode ajudar a evitar falsas expectativas. Não prometa nada sem saber se poderá cumprir, reforce a importância de cada um em sua função; deixe claro seu respeito e consideração, e acima de tudo, demonstre apoio incondicional dentro das suas possibilidades, sem medir esforços no exercício da compaixão;
- Esteja atento à fragilidade emocional das pessoas: Dedique mais tempo para ouvi-los com empatia; incentive-os a olharem para suas questões desconfortáveis com gentileza, curiosidade e autocompaixão;
- Estabeleça reuniões onde vocês possam enaltecer os pontos fortes de cada um: Compartilhar ideias, estimular a criatividade e se mostrarem ainda mais unidos;
- Abra-se para ouvir: O líder que pede feedback à sua equipe sem que ela ofereça, aumenta o elo de confiança, sobretudo quando faz da maneira correta. É preciso ouvir atentamente e agradecer, simplesmente assim. Não prometa nada, caso sinta que precisa mudar, decida por você e mostre através de suas atitudes. Caso não concorde com alguma colocação, peça exemplos, mas jamais se defenda ou se justifique;
- Trabalhe fortemente com sua equipe atitudes de coragem: Resiliência, por sinal esse é o pilar da agilidade emocional, revisão e alinhamento com valores e definição de propósito;
- Caso tenha que abrir mão de alguém, dedique tempo tentando ajudá-lo a se recolocar, relembre-o de suas forças e habilidades. No mínimo, isso irá motivá-lo a acreditar mais nele próprio.
Agilidade emocional é algo a ser exercitado diariamente. Não se trata apenas de uma conquista, como um lugar que se chega, mas acima de tudo, da observação contínua sobre as nossas emoções e da forma como as encaramos.
Grande abraço!
Shirley Brandão
https://shirleybrandao.com.br/
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