Resiliência no Planejamento Corporativo
Por Nilza Bueno*
O cenário corporativo atual apresenta desafios, oportunidades, ameaças quando pensamos em planejamento. Essa ação, tarefa ou atividade – chame como desejar – carrega o poder de levar uma empresa a alcançar uma situação futura desejada num compasso ágil, colaborativo e focado. Ou pode trazer um processo pesado e desgastante. É importante dizer também que é possível alcançar o resultado desejado em ambos esses casos. E, também, que durante o desenrolar do desenvolvimento e execução do planejamento haverá: ajustes, refações, mudanças de rota etc. A pergunta é: quem em sã consciência, nos tempos difíceis que temos vivido, optaria pelo processo mais pesado?
Para elaborar o processo de planejamento para as organizações de hoje, há que se considerar o volume e agilidade das mudanças, então fica mais difícil prever cenários. Se a empresa deseja inovar, fazer algo diferente, precisa achar um novo jeito de fazer, afinal não dá para se fazer algo novo usando os mesmos caminhos e recursos de antes. E por fim, estar atento para trabalhar com os dados e informações que possui, hoje existem muitas formas de interpretar e analisar números e contextos.
Mas vamos ao cerne da questão: pessoas! Sem pessoas nada disso acima existe. O planejamento é elaborado e executado por pessoas. O planejamento de uma organização é feito para que ela possa atender, oferecer produtos e serviços para pessoas. Então aqui entra a Resiliência.
Resiliência é a “capacidade que temos de enfrentar nosso dia a dia, buscando agir de forma estratégica para prosseguir diante de situações de estresse e adversidades. É ter sabedoria para se adaptar às mudanças, buscando transformar os impactos negativos de um conflito em lições de aprendizado e amadurecimento” – SOBRARE.
Assim sendo, vamos olhar como a Resiliência pode ser uma ferramenta pessoal e organizacional para elaboração e execução de um planejamento viável, consistente, abrangente e objetivo.
Desenvolvemos resiliência por meio do treino de alguns padrões no modo de pensar ou também chamados de “áreas vitais da vida”. São oito as áreas que compõem a Resiliência, mas vamos falar de cinco delas:
1. Autoconfiança
Primeira, a Autoconfiança: trata-se da confiança que uma pessoa tem nas suas habilidades para solucionar problemas e conflitos, de se sentir apto para propor soluções usando seus recursos e talentos pessoais e, também, do ambiente. Para elaboração do planejamento é necessário que cada colaborador tenha essa percepção clara de onde pode contribuir e de que forma.
2. Autocontrole
O Autocontrole, nesta área, trabalha-se com a intensidade e a capacidade de ter controle emocional e o modo como consegue se organizar diante de situações de estresse. Treinar o autocontrole das emoções fortalece a flexibilidade, que gera tranquilidade e segurança. Imprescindível para o processo. Aprender a desapegar de ideias em prol do resultado.
3. Análise Contexto
Outra área importante é Análise de Contexto, ser capaz de fazer a leitura do ambiente. Identificar as pistas que demonstram o posicionamento das pessoas em um determinado contexto é vital para posicionamento claro e proposição de soluções que atendam ao processo. É incrível como hoje as pessoas estão tão voltadas para si mesmas (e para seus celulares!) e mal se apercebem do que acontece no entorno. Tornando-se “presa fácil” para uma exposição desnecessária ou descontrole emocional.
4. Empatia
A Empatia é a área que desenvolve a capacidade de se comunicar de forma estratégica, com significado e verdade de tal forma que o interlocutor receba, interprete e perceba a mensagem como coerente. Importante ressaltar nesta área o treino da escuta ativa.
5. Otimismo para com a Vida
E por fim, vamos falar da área Otimismo para com a Vida, essa se relaciona com acreditar que uma situação pode mudar para melhor, mesmo que o controle da situação não esteja em suas mãos. Exercitar a criatividade para enxergar o problema como desafio. Pessimismo se aprende e otimismo também. Isso traz leveza e compreensão do que de fato é nosso, possibilitando dar ao processo de planejamento o tamanho, o espaço e o envolvimento necessário.
Quando uma empresa tem como base da sua cultura organizacional o desenvolvimento da resiliência, há o estímulo e incentivo constante em todos os níveis hierárquicos pela busca do autoconhecimento, que é a essência da resiliência. Ao trabalhar o autoconhecimento promove-se a ressignificação de comportamentos e posturas, traz melhor qualidade de vida e saúde mental e, ainda, torna possível estabelecer melhores objetivos e ampliar a visão da vida e do negócio.
O exercício e desenvolvimento da resiliência é pessoal e intransferível, isso significa que não importa seu cargo, função ou que posição ocupa na elaboração de um planejamento. Mas sem dúvida seu papel será decisivo para que o resultado seja viável, consistente, abrangente e objetivo.
(*) Nilza Bueno é Especialista e Trainer em Resiliência. Experiência de 25 anos em gestão de pessoas, execução de treinamentos técnicos, workshops e palestras. Certificação em Coaching Cognitivo Resiliente (CCR) e Especialista em Resiliência – Sociedade Brasileira de Resiliência – SOBRARE.
Nilza Bueno
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