Resiliência, Ética e os fatores de proteção em tempos de COVID-19
O professor, Senhor Goenka, com quem tive os meus cursos de meditação em Vipassana, diz: “os alunos também lhe prestam reverência, mas no momento em que começar a se impor como uma autoridade, isso então significa que não está preparado, apesar de ter sido designado professor...” e também diz “…se o professor não tiver as qualidades de humildade, do amor, da ética e compaixão, então nunca poderá ser um professor bem-sucedido. Mesmo que lhe peçam que ocupe a titularidade da disciplina, isso não vai funcionar.”
São essenciais as qualidades de um líder de uma organização, ou um professor, em momentos de crise. Estas qualidades se tornam assim, por si mesmas, também fatores de proteção. Sempre estão em minha mente.
Nas diferentes atividades que executo tenho estas palavras em conta. Muito em especial, quando sei que posso fomentar ou desenvolver fatores de proteção, em tempos de pandemia.
Sem dúvida que, qualidades de humildade, amor, ética e compaixão são fatores de proteção à vida que enfrenta uma tormenta. Verdadeiramente trazem alternativas à pessoa que olha a morte como uma escape.
Durante essas vivências da COVID-19, nas quais milhares de pessoas morrem sozinhas e seus familiares são interditados de realizarem os rituais de despedida, para os envolvidos na situação, o suicídio surge então como uma possibilidade a mais no cenário de decisões.
Neste ponto podemos inserir o conceito de resiliência para desse modo contribuir na busca de trazer esperança e segurança para a vida. Resiliência é a arte de enfrentar desafios e adversidades por meio do pensar estratégico e este modo de pensar viabiliza de fato o encontro de soluções para os problemas.
Como tenho destacado, a resiliência é constituída de áreas muito específicas, a saber:
o autocontrole; a autoconfiança; a análise de contexto; o sentido de vida; o otimismo para com a vida; a empatia; a leitura corporal e o conquistar e manter pessoas. (Rodrigues, RTS, 2012)
Resiliência e ética produzem um amálgama que procura decerto preservar e proteger a vida. As duas minimizam os riscos e os perigos que de fato a continuidade da vida enfrenta.
Assim, como podemos fomentar e desenvolver a resiliência e a ética na prática, para este tempo de sofrimento da COVID-19? Veja então as possibilidades práticas:
Áreas constitutivas da Resiliência | Condições que podem ser fomentadas ou desenvolvidas | ||
Autocontrole | conhecer como a raiva pessoal funciona | lidar com os fracassos | saber desfrutar de momentos calmos |
Autoconfiança | relações de confiança | nutrir fortes ligações com a sociedade | se sentir capaz de fazer |
Análise de contexto | encontrar fontes de ajuda em terceiros | conhecer o próprio estilo cognitivo e personalidade | ser e ter exemplo de vida |
Sentido de vida | noção de valor pessoal | pertencer a grupo religioso | se sentir produtiv@ e socialmente integrad@ |
Otimismo para com a vida | valores culturais | noção e empenho em projetos de vida | prática de atividade física, bem como de lazer |
Empatia | bom relacionamento familiar | cuidados parentais | laços afetivos nutritivos |
Leitura corporal | dieta saudável | boa qualidade do sono | ciência das reações no organismo |
Conquistar e manter pessoas | boas habilidades sociais | pedir ajuda e conselhos | abertura para novas experiências, bem como novas aprendizagens |
Que riqueza, não é?
Não só as áreas da resiliência, mas todas as outras habilidades ou competências que podemos desenvolver são “fatores de proteção” contra ideias ruins à vida em tempos adversos. É de fato um verdadeiro antídoto contra um possível efeito de Werther.
Se você partilha desta opinião e possui algo para somar ao assunto, então me escreva. Será interessante conhecer suas contribuições.
Citação: Tese Completa de Rosana Rodrigues
George Barbosa
http://sobrare.com.br/
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