O que você deveria ter aprendido na sua adolescência para se tornar um líder hoje
Se tem uma coisa que a adolescência nos proporciona é a total independência. Adolescentes, antes dos 18 ou até 21 anos de idade, têm uma serie de limitações e dependem dos pais ou representantes legais para exercerem uma série de atividades ou responsabilidades.
A legislação trabalhista no Brasil até permite que menor com mais de 14 anos trabalhe como menor aprendiz desde que siga algumas exigências como escolaridade e carga horária. Também já é permitido aos adolescentes entre os 16 e 18 anos, que votem, mas não é obrigatório.
Entretanto, via de regra, principalmente para os(as) adolescentes de classes média e alta, não é muito comum que comecem a trabalhar até que estejam num curso superior e muitos trabalham como estagiários, às vezes, até sem remuneração.
Sendo assim, essa é a fase da vida na qual podemos exercer a habilidade de solicitar e negociar para conquistarmos aquilo que desejamos. Se você foi uma(a) adolescente mais persuasivo sabe bem do que estou falando. Se não foi, deve ter ficado muitas vezes surpreso(a) ou indignado(a) com a forma como seu(sua) irmão(irmã) conseguia muito mais as coisas que você.
A persuasão é uma incrível arte de sedução que faz com que algumas pessoas tenham maior sucesso e facilidade de conquistar aquilo que desejam. Portanto, se tivéssemos mais consciência de que essa é uma etapa da vida da qual poderíamos ter tirado maior proveito para nos prepararmos e treinarmos nossa capacidade de pedir o que quer que fosse ao outro, teríamos, com certeza, desenvolvido muito mais o nosso lado vendedor, conquistador, líder de ser.
Líder? Sim.
Os grandes líderes são, acima de tudo, pessoas que têm muito carisma, exatamente, porque sabem como “seduzir” ou conquistar a confiança do outro. São exímios comunicadores e sabem, sem nenhum apego, delegar. São pessoas que têm a humildade de pedirem ajuda e de valorizarem o auxílio e trabalho do(a) outro(a).
Uma das ferramentas que conheci na primeira formação de coaching foi a Roda da Prosperidade ou Roda da Abundância e lembro-me que a devolutiva de minha Coach foi como um tapa na minha cara. Minha capacidade de solicitar, naquela época, era baixíssima. Minha coach me fez enxergar que a minha baixa capacidade de solicitar, de pedir ajuda, não era apenas medo de incomodar o(a) outro(a), mas estaria também ligada a uma certa arrogância. Foi duro, mas vi que ela tinha razão. Não pedir me fazia sentir melhor e mais poderosa. Era minha pura soberba.
Eu tinha sido uma adolescente muito rebelde e vivia em pé de guerra com meus pais porque queria impor uma independência que não tinha e aí brigava por não saber me comunicar bem nem negociar nada. Mesmo quando pedia alguma coisa, a falta de traquejo para tal também revelava o meu lado egoísta no qual eu estava muito mais preocupada em suprir as minhas vontades e desejos.
Por muitos anos, fui uma “patroa” insuportável pelas mesmas razões. Como não tinha desenvolvido a habilidade de solicitar, de pedir com humildade, quase sempre impunha e mandava nos meus colaboradores(as).
Quando me lembro daqueles tempos, sinto-me envergonhada e só anos depois, investindo na minha formação humana e em liderança, aprendi que uma comunicação mais assertiva, não violenta assim como a sedução e a persuasão são fundamentais na construção de relacionamentos saudáveis e duradores e de uma vida mais bem-sucedida em todas as áreas.
No exercício da liderança é fundamental que líderes entendam a importância das pessoas perceberem o seu valor e se sentirem motivadas para ação. Isso só acontece quando elas sentem valor e importância no que estão sendo solicitadas a fazer.
Não é para preencherem o seu ego que as pessoas existem ou fazem alguma coisa. Elas fazem quando percebem que estão também atendendo às suas vontades próprias e interesses. É isso que as faz mover!
Uma outra razão pela qual muitas pessoas não pedem algo é o medo de receber uma resposta negativa. Ora, aí fica uma reflexão: como você saberá? A única forma de saber é pedindo e, como já diria o velho ditado, você não tem nada a perder quando o não você já tem e o não pode se transformar no sim. Tudo vai depender da sua perspicácia e competência para comunicar exatamente aquilo que precisa e deseja que não conseguiria sem a ajuda de quem está solicitando.
E você, como anda sua capacidade de solicitar? Se você acredita que pode melhorar nesta poderosa arte de comunicação, pratique. Faça exercícios diários para chegar ao resultado que quer. Assim como é necessária persistência para fortalecer os músculos, é para se tornar um(a) líder de sucesso. Sugiro que tenha como meta, solicitar, pelo menos, uma coisa todos os dias de alguém.
Observe não apenas o que está falando, mas, principalmente, como está falando. Seu tom de voz, o momento mais adequado e, acima de tudo, a empatia são fundamentais. Sempre que solicitar algo, pergunte o que a pessoa precisa para lhe atender e como você também pode ajudá-la na execução daquilo que pediu. Certifique-se sempre que a pessoa entendeu exatamente o que você pediu, perguntando a ela se está claro e se ela quer repetir a solicitação para conferir se não ficou nada por esclarecer.
Nesse processo de construção da sua capacidade de solicitar, posso lhe assegurar que estará trilhando um caminho muito mais ascendente no qual você crescera como pessoa e profissional. Afinal, como disse Clarice Lispector:
“Quem caminha sozinho pode até chegar mais rápido, mas aquele que vai acompanhado, com certeza vai mais longe.”
Gostou do artigo? Quer saber mais sobre o que aprender para ser um líder? Então entre em contato comigo. Terei o maior prazer em responder.
Cris Ferreira
https://soucrisferreira.com.br/
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