Direcionais Vida e História – Os Jogos de Poder, Direito Natural, Hierarquia e do Alguém (parte I)
Na nossa vida temos dois lados entrelaçados: os Direcionais Vida e História. Eles funcionam como balizadores ou apontadores para onde canalizamos as nossas energias e atividades em determinado momento.
I. Direcional Vida
O Direcional Vida é nossa caminhada no mundo quando estamos conectados com a Vida na sua essência, imaculada, pura, realizando os aspectos vivenciais fundamentais.
O Direcional Vida de uma criança por exemplo, é ela se sentir plena, aceita, integrada e tem o que chamamos de Direito Natural de Viver (DNV). O viver pela vida, a liberdade plena de viver, de estar alegre, feliz e atendendo às necessidades básicas para se manter viva.
DNV – Direito Natural de Viver
De um modo geral, o Direcional Vida é atender os impulsos básicos da Vida, onde há:
- O Campo da Sobrevivência, por exemplo: fome, sede, casa, roupas, etc;
- Os Impulsos de Geração: sexualidade, família;
- Os Relacionamentos Gregários, por exemplo: atividades que reúnem pessoas em empresas, sociedade, escolas, clubes, grupos de estudos ou lazer, etc;
- E o Campo da Reunidade, Comunhão ou Espiritualidade.
É o que a Vida nos pede que vivamos nos seus aspectos mais básicos. E esses atendimentos têm a capacidade de fazer as pessoas felizes e se sentirem plenas, satisfeitas, distensionadas, realizadas em equilíbrio ou em homeostase energética. Disto resulta o que gosto de denominar de Autocondução Pacífica. A plenitude da Vida na sua essência.
II. Direcional História
Os cerceamentos, as imposições, as proibições, os castigos abafam o DNV – Direito Natural de Viver, e cria sensações de Não Direito Natural de Viver (NÃO-DNV)
NÃO-DNV – Não Direito Natural de Viver
É como se perdêssemos a alegria da Vida, a paz interior, gerando tensões internas. Através das inúmeras experiências de cerceamento, como por exemplo: maus tratos, imposições, bullings, doenças mentais, ataques, perseguições, brigas, guerras, corrupções, desgostos, fofocas, confusões, etc., então surge NÃO-DNV, provocando insatisfações e infelicidade nas pessoas, um estado de permanente tensão.
Vamos voltar ao exemplo clássico da criança: quando cerceada, ela irá de alguma forma buscar ou recobrar seu DNV – Direito Natural de Viver. Entretanto, agora de forma diferente e artificial, através de mecanismos condicionados e não satisfatórios. Vejamos:
1 – Busca de autorização – reforço – aprovação
A criança torna-se “boazinha”, queridinha, para receber elogios. Ou aliar-se a seu cerceador adulto (geralmente os pais na tenra idade ou professores) para se sentir autorizada, reforçada e aprovada. Assim, recobrando uma falsa sensação de DNV – Direito Natural de Viver.
2 – Atitudes de indiferença – apatia – ser ignorada
A criança pode fazer-se de vítima, injustiçada, ativar mecanismos de tristeza. Ou alguns fingimentos de sofrimento para receber atenção ou aprovação. E recobrando assim novamente uma falsa sensação de DNV.
3- Busca de proibição – culpa – castigo
A criança torna-se “malcriada”, agressiva, quer receber bronca e mais reprovação. Busca o confronto para sentir-se reprovada, culpada e receber castigo, para recobrar assim uma sensação ilusória de DNV.
A partir desses três mecanismos básicos condicionados acima, o ser humano acabou criando diferentes formas relacionais. Formas estas, anômalas à Vida, visando desse modo recobrar uma falsa sensação de DNV.
Este mecanismos comportamentais criam então o que denomino de Jogos Relacionais.
Classifico-os em quatro jogos, segundo o autor Odival Serrano ao formular originalmente estes mecanismos, denominados de Quatro Retensores. Isso porque são mecanismos que retêm a tensão interna e não distensionam o ser humano, permanecendo sempre tenso, defasado e desconectado com a Vida.
Esses Jogos estão profundamente presentes nas dinâmicas relacionais. Todas elas fundamentadas em condicionamentos que se supõe que tragam de volta ilusoriamente o DNV – Direito Natural de Viver.
Na próxima publicação então vamos classificá-los. Ao tomar conhecimento deles, você poderá perceber assim como estão presentes nas tuas relações. E de como geram dificuldades relacionais que não se resolvem de fato.
Gostou da parte I deste artigo? Quer saber mais? Então não deixe de acompanhar a próxima publicação.
Marcos Wunderlich
https://holos.org.br
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