Sensibilidade e fragilidade andam sempre juntas? Pense um pouco em algumas situações em que você ou outras pessoas conhecidas vivenciam e como reagem frente a elas.
Pense também em situações em que você não reage, ou seja, onde sua dinâmica não tem como pauta a reatividade, mas sim ações.
Essas duas palavras que são tão simples e corriqueiras, muitas vezes, são confundidas e misturadas de forma aleatória e até mesmo tratadas como se tivessem o mesmo significado e isso faz com que, muitas vezes, passem a ter um peso que não teriam normalmente e até mesmo provocar muita confusão interna e na relações sociais.
Aqui, vou abordar a questão da fragilidade e sensibilidade especificamente do ponto de vista emocional.
Fragilidade tem a ver com estrutura com alicerce. Todos nós temos nossas fragilidades, pontos que nos machucam, ou até nos “quebram”.
Nosso alicerce faz parte de nossa estrutura social, econômica, cultural e emocional. Em todos esses aspectos estão as pessoas que participam conosco direta ou indiretamente das nossas experiências.
Imagine uma criança ou até mesmo um(a) bebê, que vai recebendo informações, sensações, olhares, falas; esses pequenos serão construídos e se construindo o tempo todo. Isso permanece para a vida toda, porém quando pequenos estão sendo estruturados.
Se essa estrutura é frágil ou não, é uma outra coisa. Mas o que estou querendo propor aqui é que possamos observar como simplesmente por sermos humanos temos contato com aspectos frágeis.
Nos compreender em nossas fragilidades nos ajuda a dar passos para:
- Nos aceitar;
- Aprender a lidar com elas;
- Nos fortalecer naquilo que possa ser.
Não olhar para as nossas fragilidades não nos fortalece, muito pelo contrário, só nos deixa mais expostos e pode nos desorganizar internamente a ponto de nos perder de nós mesmos.
E agora, onde entra a sensibilidade?
A sensibilidade tem a ver com a nossa percepção. Claro que tudo que diz respeito ao nosso mundo interno atua sobre nossas percepções, ou seja, nossa percepção acaba sendo atravessada por nossas fragilidades.
O que podemos fazer é:
- Saber identificar de forma diferente as duas posições;
- Procurar não atuar no imediatismo;
- Usar de franqueza cada um consigo mesmo para usar nossas percepções a seu favor.
Isso não é uma regrinha simples e muito menos que seja viável estar atento a tudo o tempo todo. Se fosse assim, as pessoas perderiam o que tem de mais bonito que é a sua própria singularidade.
O que estou propondo aqui é que a nossa percepção sobre nós mesmos seja fortalecida através da sutileza da sensibilidade.
Ser sensível não é ser fraco. Ser sensível é usar algo que vai muito além de uma racionalidade, e do aparelho mental. É usar nossos sentidos que podem ser nossos aliados e nos fazer bem.
Só podemos ser empáticos se houver alguma sensibilidade em nós mesmos, e isso está longe de ser fragilidade, ao contrário pois inúmeras vezes precisamos ser fortes para percebemos as mazelas da vida (tanto nossas como dos outros).
Se não formos sensíveis aos acontecimentos, podemos passar pela vida somente sobrevivendo.
Paradoxalmente, criarmos uma carapaça de fortaleza que tende a nos enfraquecer. Portanto, ser forte e sensível faz parte de um enorme trabalho interno em direção à vida bem vivida.
Nesse sentido, vida é nos permitir vivenciar nossas potências e impotências, com harmonia. E isso não é dado. Isso é uma conquista interna muito importante.
Vamos lá, vamos em harmonia. Sensíveis diante de nós mesmos. Viva, a boa vida!
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Rosângela Claudino
http://provoca.com.br/
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