Ética no Autocuidado e Resiliência
Tem clientes e tem clientes.
Aceitar determinadas situações depende de outras situações.
Deixa-me explicar essas afirmações, propositadamente, redundantes.
Até março deste 2020, o fato de ser hipertenso, não fazia a menor diferença em minha vida pessoal e profissional. Não tinha maiores consequências em minha rotina e nenhuma implicação para outras pessoas de fato.
No entanto, desde abril, aprendi a falar uma nova frase: Eu sou do grupo de risco para a COVID_19.
Essa frase mudou a natureza das minhas relações pessoais.
Como nem tudo se tornou virtual, nitidamente, então identifiquei os diferentes graus de ética nas pessoas que tiveram e têm contato comigo.
Por exemplo, alguns clientes, para a minha segurança, viabilizaram que as atividades ocorressem no âmbito virtual. Outros, exigiram que eu estivesse presente.
Esses modos diferentes de se posicionar nas relações interpessoais me levaram para algumas reflexões entre como me apresento, minha condição pessoal, as demandas recebidas e a percepção da ética aí implicada.
A partir dessas reflexões, então passei a ter algo como um roteiro para melhor entender meu lugar na situação e como deveria agir. Estou me referindo a:
- Ficar realmente atento às circunstâncias nas quais há uma conduta ética da outra pessoa sobre me proteger. Tenho verificado que alguns eticamente cuidam e outros, de fato, não têm a menor consideração sobre se preocupar comigo. Este item do meu roteiro tem muito me ajudado assim a me posicionar diante de tais condutas.
- Outro item foi passar a diagnosticar as probabilidades dos riscos. Algumas ofertas de trabalho se mostraram ser, simplesmente, trocar figurinhas. Então o risco, definitivamente, não compensava.
- Um novo item foi analisar com cuidado se havia ou há um significado nobre para o trabalho apresentado. Fazer por fazer ou somente por dinheiro, se antes já não tinha valor, agora então muito menos.
- Em algumas empresas encontrei o clima de que dois fazem serviço de cinco. Ou de que as atividades perduram por 12 horas ou até mais. Os resultados estão acima da saúde. Quadros depressivos e de ansiedade são motivos para demissões. O que me tem levado a orientar o meu trabalho para gerar clareza na evitação de danos a si e aos colegas – inclusive de liderança.
- Outro item foi reeducar-me a não ter medo do futuro durante uma pandemia. No início, em abril, eu achava que não teria trabalho. A verdade é que me peguei trabalhando muito mais que antes de fato.
- Um importante item foi declarar a mim mesmo que eu seria não mais um profissional de desenvolvimento, mas sim, um agente de transformação nas empresas. Em algumas eu literalmente denunciei aos líderes as condições nada resilientes que estavam.
Essas reflexões tiveram um enorme impacto na minha saúde emocional e física.
Uma pequena aflição e menor ansiedade quando me deparei e me deparo com a pobre ética em assegurar meu bem-estar.
Por outro lado, me vejo com maior conforto em meu bem-estar físico.
Em conclusão, amplio a responsabilidade com aqueles que tenho interações, cultivo a clareza de que estou passando por um transformação singular com a pandemia e exercito a ética de nutrir relações de cuidado, investindo em minha autonomia para tomar decisões.
Não é uma receita é um dividir com você. Acredite em mim; isso faz toda a diferença para a nossa segurança em tempos de pandemia.
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Gostou do artigo? Quer saber mais sobre ética e resiliência? Então entre em contato comigo. Terei o maior prazer em responder.
George Barbosa
http://sobrare.com.br/
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