Coaching e o Trabalho em Regime de Home Office
Como faço todo início de ano, estava selecionando revistas e artigos que guardei durante algum tempo no meu escritório. Deparei-me com um exemplar da Você S/A de Julho de 2009 que não sei bem o motivo, eu mantive na minha estante. E para minha surpresa ao ler a capa, vi que havia um artigo sobre Carreira com o título “A distância, mas a todo vapor.”
E já naquela época a SOBRATT – Sociedade Brasileira de Teletrabalho e Teleatividades estimava que o número de profissionais trabalhando de casa crescia na ordem de 10% ao ano. O estudo recente (abril de 2020) – “Tendências de Marketing e Tecnologia 2020: Humanidade redefinida e os novos negócios” pela FGV prevê um crescimento de 30% no pós pandemia.
Minha pergunta foi: e agora com o advento da pandemia do COVID-19 como os profissionais de coaching têm apoiado seus clientes para liderarem e gerirem suas equipes à distância ou home office?
De lá para cá, observei que o regime de Home Office adotado por algumas empresas, tem exigido mudanças nas configurações das atividades. E considerando algumas realidades que listo abaixo:
- Antes as equipes estavam no mesmo ambiente e tinham contato com seus gestores. Agora mais que nunca, os membros de equipes precisam desenvolver a competência de autogerenciamento;
- Por sua vez o gestor precisa atuar mais como líder, na busca do engajamento de seu time;
- O gestor precisa ainda desenvolver a capacidade acompanhamento e avaliação de resultados, pois já não conseguem controlar as tarefas de forma individual.
Não vou aqui, entrar em detalhes das diferenças entre Liderança e Gestão. A não ser mencionar que elas existem e precisamos explorá-las com rigor e cuidado. Merecem um outro artigo a respeito.
O que desejo explorar, é que apesar das diferenças, Liderança e Gestão são complementares. E podem ser ampliadas com apoio de técnicas de Coaching num processo de coaching profissional.
Como coach e membro ativo da ICF-International Coaching Federation, quero destacar a definição de coaching da instituição.
“Coaching é uma parceria entre profissional (coach) e cliente (coachee) em um processo criativo e instigante que inspira o cliente a maximizar seu potencial pessoal e profissional.”
Além do já exposto aqui, temos testemunhado nos últimos anos, como as tecnologias e a chamada revolução digital transformaram o mercado de trabalho. E, não por acaso, um desses impactos é o crescimento do home office.
Até mesmo as empresas que tinham uma certa resistência ao conceito de trabalho remoto, estão revendo o modelo de negócio, durante a pandemia. Muitas vezes pensando nisso como a única saída, admitindo que há possibilidade de ganhos financeiros, por redução de custos relevantes. Além disso, o aumento de produtividade e ampliação de retenção de talentos, preocupados(as) com o equilíbrio entre vida profissional e pessoal.
Importante mencionar que, apesar de muito desejado devido a flexibilidade que oferece, o formato não é indicado a qualquer perfil de profissional.
Antes de decidirmos trabalhar em casa, o recomendável é fazermos uma autoavaliação. Nos desafiarmos de forma honesta, como melhor nos adaptamos ao conceito de trabalho remoto. Por exemplo: nossa capacidade de execução sem a supervisão direta do gestor, nossa capacidade de organização e escolha do ambiente onde vamos trabalhar.
Retornando ao artigo da Você S/A, foram feitas algumas recomendações que reproduzo em linhas gerais, com os devidos créditos e alguns comentários:
- Família, família, negócios à parte: é preciso conscientizar a família, que não estamos disponíveis durante o expediente;
- Delimite seu espaço de trabalho;
- Organize seus e-mails de modo a definir as prioridades;
- Use a tecnologia a seu favor, internet de baixa qualidade por exemplo não ajuda em nada, ao contrário pode ser o motivador de estresse;
- Não leve o estresse do trabalho para casa; aqui na minha opinião uma tarefa difícil em função das fronteiras entre casa e trabalho estarem cada vez mais estreitas;
- Cria uma rotina diária, a flexibilidade de horário pode ser uma faca de dois gumes. Tanto por trabalhar mais horas que o necessário e esperado, como trabalhar menos e ainda achar que os “pijamas” podem ser usados o tempo todo.
Assim, as soft skills como concentração, disciplina, foco, inteligência emocional, reinvenção, resiliência e resolução de problemas tornaram-se a meu ver, essenciais. E podem ser desenvolvidas com a ajuda de um coach profissional habilitado para isso.
E você caro leitor e prezada leitora, como estão cuidando de seu trabalho em casa? Deixe aqui seus comentários.
Gostou do artigo? Quer saber mais sobre Coaching e o Trabalho em Regime de Home Office? Então entre em contato comigo. Terei o maior prazer em responder.
João Luiz Pasqual, PCC, CMC & ACS
PCC – Professional Certified Coach
CMC – Certified Mentor Coaching
ACS – Accredited Coaching Supervisor
https://www.intervisionclub.com.br/
Referências:
Revista Você S/A – Edição 133 – julho de 2009 – páginas 60 e 61
ICF – International Coaching Federation – https://coachingfederation.org/
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