Psicologia Transpessoal: Como Acessar o Seu Potencial Máximo?
Ao se aproximar da ciência, a psicologia teve que se adequar aos princípios newtonianos-cartesianos, utilizando a lógica, objetividade e racionalidade como base para as suas pesquisas e investigações. Esse movimento fez com que a psicologia se afastasse dos estudos da “alma” (o prefixo “psico” vem de “psiqué”, que significa alma). Deixou a espiritualidade humana como um campo de estudo das religiões. E voltou-se mais para os aspectos do comportamento humano que pudessem ser medidos e mensurados de forma objetiva.
Surge então a Psicologia Comportamental que se baseia na premissa de que o ser humano é moldado pelo ambiente, a partir dos reforços positivos e negativos vindos do contexto social. Em seguida nasce uma nova força, a Psicanálise, impulsionada pelos descobrimentos de Freud sobre o inconsciente e o seu reflexo nos nossos comportamentos e atitudes.
A terceira força da psicologia denominada Psicologia Humanista ampliou a compreensão do ser humano, não focando apenas nas doenças e dificuldades, mas trazendo também aspectos saudáveis, como por exemplo, o sentido e significado da vida. Por fim, surge a quarta força da psicologia, conhecida como Psicologia Transpessoal que teve sua origem na década de 1960 e elegeu como objeto de pesquisa a experiência dos “estados ampliados de consciência”.
A psicologia transpessoal nasce a partir de um inconformismo de psicólogos da época com as correntes da psicologia tradicional que não incluíam a dimensão da espiritualidade nos estudos sobre o ser humano. Tornou-se então a 4ª força da psicologia convencional, onde as experiências dos estados ampliados de consciência eram sua proposta maior, tendo como meta a transcendência.
Ela integra as correntes anteriores da psicologia, adicionando a dimensão da espiritualidade, e de outros enfoques científicos como, por exemplo, a física quântica, a antropologia, a medicina, a filosofia, a neurociência, a biologia, a sabedoria das grandes tradições da humanidade (como por exemplo o budismo, hinduísmo, taoísmo). Abaixo serão destacados três pontos fundamentais da abordagem transpessoal:
1) A psicologia transpessoal tem como meta desenvolver o Ser e não a pessoa.
O ser humano tem de fato o desejo de se reunir e reintegrar com a sua essência. É vivenciarmos a espiritualidade em busca da transcendência. A espiritualidade vai além da religião, que se funde em ritos, templos e doutrinas. A espiritualidade transcende a necessidade da formalidade e envolve a compreensão mais profunda da existência de uma Consciência maior presente em tudo. O convite é mudar a percepção para uma visão holística, na qual não há separação. É a separação, a dualidade que gera apego a pessoas e objetos, e com isso vem o medo da perda. Isso causa frustração, insegurança e ressentimento. Trabalhar então a integração com o Todo, o desapego, e a desidentificação é o que levará à harmonia interior.
2) A realidade como função do estado de consciência, ou seja, a consciência cria a realidade.
O postulado fundamental da Psicologia Transpessoal é traduzido pela expressão PR=f(EC), onde compreendemos que, percepção de realidade é função do estado de consciência. Sabemos que é a percepção da realidade que irá determinar os comportamentos. Dessa forma, a consciência se torna determinante do resultado de toda a experiência. A psicologia transpessoal oferece a possibilidade de acessar níveis de realidade superiores, que vão além dos cinco sentidos. A experiência da espiritualidade, por exemplo, é que permitirá ampliar a capacidade de percepção da realidade. É através da experiência de expansão da consciência que podemos vivenciar a unidade com o Todo.
3) A metodologia da Transpessoal requer a prática da desidentificação do estado de ego em direção ao estado de Ser.
O ego é formado pela identificação que fazemos no início de nossas vidas. Nos identificamos com uma autoimagem, crenças, pensamentos, que criam uma realidade imaginária. Esse processo é fundamental para a construção de um ego fortalecido que permite termos estrutura para caminharmos na experiência da vida humana.
No entanto, para transcender os nossos limites, e acionarmos as nossas potencialidades, precisamos ir além do domínio pessoal e olhar a realidade de forma mais ampla. Um dos passos é a desidentificação daquelas solidificações egóicas biográficas e socioculturais que carregamos. Se quisermos entender quem realmente somos, então teremos que aprender a transcender o ego, que é uma identidade parcial, distante da nossa verdadeira essência, o Self.
A psicologia transpessoal utiliza como nomenclatura “estados” ou “níveis de consciência” sugerindo que este é um processo evolutivo e contínuo, não estático, mas em movimento constante. É um convite para buscarmos um aprofundamento no nosso autoconhecimento e com isso acessarmos o nosso máximo potencial.
Gostou do artigo? Quer saber mais sobre Psicologia Transpessoal e como acessar o seu potencial máximo? Então entre em contato comigo. Terei o maior prazer em responder.
Veronica Ahrens
https://www.masterleader.com.br/
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