Como Aprender a Ter Calma? O Filósofo Epiteto ensina!
Você se lembra do último dia em que, ao final, conseguiu dizer: Puxa, que legal, hoje não tive nenhuma frustração.
Se você não se lembra, eu também não. Todos os dias temos algum tipo de frustração. Quer seja pelas coisas não acontecerem do nosso jeito, quer por perceber que o mundo não se curva à nossa vontade. E isso sem contar todos os outros fatores que nos levam, de fato, a ter algum tipo de aborrecimento.
O Filósofo Epiteto, que viveu no primeiro século desta era, nos ensina a quebrar este ciclo, simplesmente iniciando a reflexão com uma pergunta simples: O que está fora do nosso controle?
Se analisarmos os acontecimentos que nos aborreceram, perceberemos então que a maioria está fora de nosso controle, portanto como reagimos ao fato é que realmente podemos controlar. Nada podemos fazer com o acontecimento, apenas como reagimos a ele.
Eu estou no controle dos meus sentimentos e de minhas reações, mas da maioria dos acontecimentos não tenho poder de ação.
“Não são os eventos que perturbam as pessoas”, ensinou Epiteto, “são seus julgamentos a respeito deles”. Sabemos disso, mas muitas vezes ficamos frustrados, tristes ou zangados com coisas sobre as quais não temos controle.
Epiteto passou grande parte de sua vida como escravo. A maioria dos escravos de Roma antiga foi desumanizada e roubada de sua identidade e dignidade. O próprio nome Epiteto significa “propriedade”. Sua filosofia talvez tenha sido desenvolvida com a necessidade prática de manter a sanidade em tal situação abjeta. Ele era coxo, possivelmente como resultado de uma surra e literalmente não tinha esperança de exercer qualquer controle significativo sobre seu próprio destino.
Sua compreensão do “eu” é mais restrita, embora concentrada, do que o senso de si que uma pessoa livre média pode ter.
Muitos de nós considerariam nosso status e reputação parte de nosso “eu”. Também podemos sentir o mesmo em relação aos nossos bens – nossas roupas, veículos e casas – como parte de nós. Afinal, eles são nossos por lei. Mas muitas vezes nos sentimos impotentes, que não temos controle, o que somos “nós” está à mercê de forças fora de nosso controle.
As coisas que estão fora de nosso controle afetarão nossa liberdade de movimento ou de riqueza, mas não podem interferir em nossa liberdade de vontade.
Como escravo, Epiteto tinha mais noção de si mesmo do que qualquer outra pessoa. Nenhum dano pode acontecer à vontade quando sabemos que somente a vontade é nossa. Tudo o que precisamos fazer é não confiar nossa paz de espírito a ninguém ou a nada além de nós mesmos.
Epiteto nos aconselha a ensaiar nossas intenções. Sempre que empreendemos uma ação que envolve muitas coisas fora de nosso controle, devemos então paralelamente definir a intenção de “manter nossa vontade em linha com a natureza.“
Manter a nossa “vontade alinhada com a natureza” é uma ideia estoica que significa essencialmente “ser racional”.
Nenhum outro animal, raciocinaram os estoicos, é dotado de razão. É um traço exclusivo e natural do ser humano. Portanto, manter nossa vontade alinhada com a natureza é agir com razão.
Ao longo de nossas vidas, todos os dias, somos induzidos pelo destino a perder a paciência ou a sucumbir a muita tristeza, ou a ficarmos frustrados e aborrecidos. A filosofia nos fornece as ferramentas para permanecermos calmos, para entender que temos controle total sobre como respondemos aos eventos, mas não aos próprios eventos.
Aí reside nosso verdadeiro eu e nossa verdadeira liberdade.
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Cleyson Dellcorso
https://www.dellcorso.com.br/
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