fbpx

Diferenças (ir)reconciliáveis

As diferenças nos valores individuais são a maior causa de conflitos no ambiente corporativo. Como e por que essas diferenças impactam o ambiente corporativo?

Como as diferenças nos valores individuais impactam o ambiente corporativo?

Diferenças (ir)reconciliáveis e os valores individuais

“Os homens são como as moedas; devemos tomá-los pelo seu valor, seja qual for o seu cunho” (Carlos Drummond de Andrade)

A maneira como reagimos ao sucesso ou ao fracasso determina o nosso grau de realização – podemos ter tudo, sermos alvo da admiração e até da inveja alheia e, mesmo assim, nos sentirmos frustrados. Cabe aqui a frase do autor e especialista em PNL, Robert Dilts: “Os nossos sucessos e fracassos não determinam quem nós somos”.

E por que aquilo que para uns é um sucesso retumbante, para outros é um enorme fracasso? A resposta está nos valores de cada um – não existe sucesso real se não alcançado dentro dos limites dos valores individuais.

E o que são valores individuais?

Os princípios que em sua essência representam um conjunto de normas e padrões a seguir no convívio social são a base da formação dos valores que, por sua vez, são o conjunto de crenças pessoais e individuais acerca do que é realmente importante; os valores governam as nossas escolhas e nossas ações no cotidiano e, por isso, podem ser definidos como a nossa constituição individual. Podemos, dentre uma vasta lista de valores, listar alguns, como por exemplo: honestidade, responsabilidade, sucesso, segurança, respeito fama, aceitação social, beleza, liberdade, amor, prazer…

Mas, por que falar nisso?

As diferenças nos valores individuais são a maior causa de conflitos no ambiente corporativo; não existe o certo ou o errado pois as pessoas são diferentes, foram educadas em ambientes distintos com histórias de vida e realidades muitas vezes diametralmente opostas.

Um dos exemplos marcantes de como diferentes valores individuais podem ser o estopim para grandes conflitos no mundo corporativo é representado por uma grande indústria nacional que recebeu oferta bilionária para vender sua operação para uma empresa global: um dos sócios imediatamente aceitou, contudo o outro refutou com enorme convicção – o caso se arrastou por longo período nos tribunais e a empresa não foi vendida até hoje. Se o valor oferecido para a compra era não só justo como vantajoso, o que explica opiniões diametralmente opostas dos sócios? A resposta pode estar nos valores conflitantes: para um (o que não queria vender) no topo de sua hierarquia de valores deveriam estar o crescimento contínuo, o comprometimento com o próximo e status/aceitação social; por outro lado os valores mais relevantes para o sócio que aceitou a proposta seriam a segurança e a liberdade.

Nas organizações, pessoas têm a tendência de relacionar-se com aqueles com quem se identificam e isso, na maioria das vezes, significa com pessoas que compartilham dos mesmos valores – valores comuns significam a harmonia máxima; esse é um dos grandes erros cometidos por muitos gestores que agem com seus subordinados como o cineasta Woody Allen que, logo após um de seus casamentos, disse à nova esposa: “agora somos uma só pessoa: EU”.

Assim, o caminho correto a seguir, não só na vida profissional é:

  1. através do autoconhecimento identificar e hierarquizar valores – como regra geral pode-se dizer que aqueles que estão no topo da hierarquia não podem nem devem ser “flexibilizados”;
  2. identificar e reconhecer os valores daqueles que nos cercam e;
  3. reconhecer e aceitar a própria dualidade bem como a de outros para construir o alicerce da confiança.

Algumas “regras de ouro” para praticar no ambiente corporativo:

  1. Os valores corporativos devem sempre se sobrepor aos valores individuais. A grande maioria das empresas adotam alguns valores que são inegociáveis – honestidade, por exemplo. Se houver incompatibilidade profunda o colaborador deve buscar novos caminhos ou ser “incentivado a mudar de ares”;
  2. Entender e aceitar diferenças individuais: um dos pilares do coaching Ericksoniano determina que “atrás de toda a ação existe uma intenção positiva”;
  3. Não julgar: o julgamento é uma ação narcisista – sempre que julgamos nos colocamos em posição de superioridade. A regra é não necessariamente concordar, mas entender que determinados comportamentos ou ações são determinados por valores que nem sempre são compatíveis com os de quem julga;
  4. E, finalmente, cabe aos gestores, promover e incentivar o alinhamento dos valores corporativos com os das pessoas para que trabalhem em grupo e desenvolvam o espírito de equipe respeitando sempre as diferenças individuais.

E você? Conhece e hierarquizou seus valores? Parou para pensar o quanto aqueles que o cercam tem valores diferentes dos seus?

Gostou do artigo? Quer saber mais como as diferenças nos valores individuais impactam o ambiente corporativo? Então entre em contato comigo. Terei o maior prazer em responder.

Walter Serer
https://www.linkedin.com/in/walter-serer-86717b20/

Confira também: Como fazer Planejamento em Tempos tão Voláteis?

 

Walter Serer Author
Walter Serer possui extensa e sólida experiência executiva como CFO e CEO de empresas multinacionais de grande porte. Robusta formação em Finanças Corporativas adquirida na General Electric (graduado pelo Financial Management Program) onde atuou por 14 anos ocupando relevantes posições na área de Finanças e Administração. Atuou como CFO nas empresas TI Group, Valeo, Coldex Frigor e Black&Decker. Nos últimos 18 anos exerceu posição de CEO na Ingersoll Rand Brasil (2011-2014), Syncreon South America (2003-2010) e TI Group Latin America (1997-2003). Pós-graduado em Finanças pela FGV e graduado em Administração de Empresas pela (ESAN – PUC/SP).
follow me
Neste artigo


Participe da Conversa