Resiliência, Estabilidade e Segurança: A decisão de pedir demissão
Os dados apontam que o Brasil perdeu 265.811 postos de trabalho com carteira assinada no mês de dezembro de 2021. Esse número é assustador já que é maior que a maioria das cidades de médio porte do país. Santarém, a terceira cidade em população do Pará e a candidata a ser a capital do próximo Estado a ser criado no Brasil, conta com cerca de 307 mil habitantes. O número de pessoas demitidas em dezembro passado é bem próximo de uma cidade do porte de cidades como Santarém. Ou seja, não é pouca coisa dentro da realidade do Brasil.
Ao todo em 2021 tivemos no país aproximadamente 20.699.802 admissões. Pessoas buscando se recolar no mercado de trabalho.
No entanto, no ano passado, em 2021, ocorreram 17.969.205 demissões.
Esse número de demissões fala muito sobre a dinâmica da resiliência corporativa que anda em curso no mercado formal e informal do trabalho.
Quanto será então o percentual dentro dos 17.969.205 que num ato de decisão pessoal pediram ou se demitiram dos seus postos de trabalho?
Esse percentual de trabalhadores que pedem demissão ou voluntariamente se demitem é um dos assuntos mais intrigantes desde que a pandemia se iniciou em 2020.
O que leva as pessoas, em meio ao ambiente de tantas incertezas, se demitirem?
Entre os profissionais que estão debatendo o fenômeno, há aqueles que dizem que a tendência está circunscrita aos nascidos depois de 1995/96. Os jovens no mercado de trabalho.
Ocorre, na realidade, que já fui procurado para processos de Mentoring, por mais de uma pessoa, nascida bem antes de 95. E elas estavam se apresentando como integrantes do grupo que se demite de trabalhos nocivos.
Um outro fato interessante é que, no final do ano de 2021, eu já havia trabalhado com pessoas residentes na periferia das regiões Norte e Sul, aqui da capital (SP), e que de fato estavam com a mesma iniciativa.
Oras, então, não é coisa da geração Z e nem dos pertencentes às classes média e alta, parece ser um movimento abrangente em todas as camadas da sociedade.
Podemos começar a pesquisar e investigar se a população começa a fazer uma Análise de Contexto muito mais criteriosa e, dessa maneira, em uma fatia significativa dos empregos, o trabalho nos moldes atuais, é visto e tido como prejudicial.
Outra investigação interessante para nós que estamos envolvidos com a capacitação no mercado de trabalho, é que as pessoas, novamente em um número cada vez maior, não estão encontrando um Sentido de Vida nas suas atividades de trabalho.
Como resultado? Estão se demitindo mais e mais.
Analisando os números nessa perspectiva das áreas da resiliência, há a possibilidade de entendermos que não se trata de classes mais ricas ou estudadas estarem produzindo tal fenômeno de pedir demissão, mesmo em meio a uma pandemia. É, de fato, uma mudança que está em curso na sociedade para encontrar melhor equilíbrio na resiliência. Nesse caso, na resiliência que envolve o trabalho de cada dia.
Dentro dessa mudança de visão, sobre a permanência ou não no trabalho aversivo, antigos temas como, por exemplo, “estabilidade” e “segurança no emprego”, já estão sendo questionados e rejeitados. Novos valores, podemos dizer assim, estão sendo colocados no topo das prioridades. Me refiro, à realização pessoal, saúde e qualidade de vida social.
Vamos aguardar mais alguns anos e já teremos um cenário mais delineado e o movimento que está em curso atualmente será, decerto, a nossa nova realidade no mercado de trabalho.
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Equipe de Especialistas na Promoção de Resiliência da SOBRARE
http://sobrare.com.br/
Fonte:
Ministério do Trabalho e da Previdência
Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Caged)
https://sobrare.com.br/resiliencia/
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