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Desescolarizar para Aprender

Para sermos capazes de verdadeiramente acompanhar processos de aprendizagem desde aquilo que cada criança pede, precisamos desescolarizar a nossa criança interior. Compreender tudo aquilo que apagamos por nossa forçada adaptação à escola.

Desescolarizar pra Aprender: Nem toda criança se adapta à escola!

Desescolarizar para Aprender

Em agosto de 2021, eu publiquei aqui o artigo “Você é estudante ou aluno?” – O que o sistema cultiva em cada um de nós”, em alusão ao Dia do Estudante, 11 de agosto. E eu terminei esse artigo com o convite para sair do questionamento “Qual é o problema dessas crianças?” e começar a se perguntar “Qual é a falha do sistema?”.

Hoje, motivada pela lista internável de tarefas para as “férias de inverno” da minha filha de 9 anos, quero voltar novamente a essa questão.

Começando pela Realidade do Sistema.

Você já parou para pensar sobre quanto do conhecimento produzido no mundo é ensinado no sistema formal de ensino? Miseráveis 1%.

A Organização das Nações Unidas para a Educação, Ciência e Cultura – UNESCO é responsável pelo cronograma de ensino em praticamente todo o mundo. Essa organização é bancada pelas grandes empresas, pelos grandes players mundiais.

O que essas grandes empresas precisam? Mão de obra.

Interessa a eles desenvolver pensamento crítico?

Que questionem o isolamento, a máscara, o ensino on-line e as vacinas, por exemplo?

Interessa ao sistema desenvolver talentos e individualidades?

Interessa ao sistema desenvolver pessoas plenas, íntegras e pouco consumistas?

E interessa ao sistema pessoas seguras de si, sem medo das barbaridades que os meios de comunicação propagam?

Não interessa. Então o primeiro ponto aqui é tomarmos consciência que essa agenda de ensino universal, foi pensada estrategicamente para atender aos interesses da minoria dominante. Não são decisões inocentes. Nem decisões que consideram o SER.

O sistema quer pessoas pouco conscientes de si, de seus dons e talentos, com pouca curiosidade, criatividade, criticidade. Que estudem apenas o suficiente para trabalhar para construir as ambições das grandes corporações. E que ainda acreditem que “tiveram sucesso na vida”.

Essa é a realidade que o sistema nos impõe.

E qual é a Realidade das Crianças?

A realidade é que elas chegam únicas e singulares na escola e saem da escola todas iguais. Porque é isso que a escola faz melhor: padronizar o ensino. Quando na realidade, cada criança tem uma necessidade e um interesse distinto.

Loris Malaguzzi, criador e diretor das escolas Reggio Emilia, disse em um dos poemas do seu livro “As cem linguagens das crianças” que, para ele, as crianças possuem mais de cem línguas, cem maneiras de pensar, de sonhar e de fazer, mas lhes roubam 99. Quem rouba as crianças não é, em minha opinião, apenas a escola. Acredito que ela tenha muita responsabilidade nesse processo, mas que não seja a única. Mães e pais, em primeira instância são os maiores responsáveis.

Como fazemos isso?

Oferecendo pouco.

A escola diz (e a maioria de pais e mães concordam), que o que interessa é saber escrever, contar, um pouco de ciência e nada mais. O resto não interessa. E, claro, os que nasceram literários, matemáticos ou científicos se encontram bem nessa proposta. Mas aqueles que nasceram bailarinas, músicos, artistas, esportistas, exploradores ou investigadores ficam de fora. A escola não os reconhece e eles não reconhecem a escola.

Percebam: As crianças pedem aos pais, à escola e à cidade, mais autonomia e mais liberdade.

Seus pais pedem, à escola e à cidade, mais controle, mais vigilância e mais proteção.

E às crianças, os pais pedem mais obediência, responsabilidade e disciplina.

A escola pede às crianças mais resignação, para desistir dos seus interesses e talentos, porque ela acredita que sabe o que é importante ensinar e aprender.

E pede aos pais vigilância e exigência para que as tarefas sejam cumpridas conforme o determinado.

Como isso pode dar certo??

Não dá certo. Essa é a verdade.

Para sermos pontes de uma nova sociedade, precisamos ter a valentia de crescer COM as crianças. Nós adultos precisamos ter a humildade de entender que temos muito pouco a ensinar às crianças.

Porque estamos desconectados do nosso ser essencial desde que nós éramos crianças. E as crianças estão mais perto do desenho original do SER humano: conectados com sua essência, sua potência e suas necessidades mais vitais e genuínas.

Para sermos capazes de verdadeiramente acompanhar processos de aprendizagem desde aquilo que cada criança pede, precisamos desescolarizar a nossa criança interior. Ou seja, compreender tudo aquilo que tivemos que esquecer e apagar por nossa forçada adaptação à escola. E é isso que realmente nos impede de compreender verdadeiramente o que nossos filhos nos pedem.

Não é porque nós vivemos e aprendemos determinadas coisas que significa que está certo. Meu convite hoje é para que possamos questionar essas “verdades” e “jeitos certos de fazer”.

Somente estando dispostos a questionar os registros da nossa própria escolarização, dispostos a descolonizar a nossa mente de todos os mandatos, projeções, introjeções e crenças sobre a vida, dispostos a questionar a ideia escolarizada da vida é que poderemos dar o primeiro passo para sermos agentes de uma revolução positiva na sociedade.

Gostou do artigo? Quer saber mais sobre desescolarização e os problemas da forçada adaptação escolar? Então, entre em contato comigo. Terei o maior prazer em conversar com você.

Liz Cunha
https://www.lizcunha.com.br/

Confira também: Qual é o Ponto de Partida para uma Liderança Genuína?

Palavras-chave: adaptação escolar, adaptação na escola, criança na escola, desescolarização, desescolarizar

 

Liz Cunha Author
Liz Cunha é Profissional de Eneagrama, acreditada pela International Enneagram Association, dos Estados Unidos e associada da Awareness to Action, desenvolvendo o Programa Personalities@Work no Brasil. Graduada em Administração com Habilitação em Comércio Exterior. MBAs nas áreas de Gestão de Comércio Exterior, Negociação Internacional e Marketing – pela Fundação Getúlio Vargas. Master Oficial em Administração e Direção de Empresas pela Universidad Pablo de Olavide (Espanha). Possui formações em Personal & Professional Coaching, Executive Coaching e Xtreme Positive Life Coaching, Psicologia Reichiana. Certificações internacionais em Eneagrama Profissional, Liderança e Coaching. Atualmente cursa a Especialização em Biografia Humana. Há mais de uma década estudando o SER humano e em busca do próprio autoconhecimento. Hoje atua como Coach, ministra palestras e workshops voltadas ao desenvolvimento e constante evolução do ser humano.
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