Como se constrói uma Organização ou Empresa de Valor?
A conexão social entre as pessoas é o mais importante nos times de alta performance. E essa conexão passa, de fato, por nossos valores e, claro, pelos valores da organização ou empresa.
Os grupos que têm maior sintonia, conexão e sensibilidade entre si mesmos, as ideias fluem, florescem e crescem de forma mais acelerada, pois eles não se sentem travados ou bloqueados, eles não se sentem perdidos ou sem energia no vazio. Eles valorizam a empatia para poder chegar aonde desejam, pois têm a clareza de que somente juntos poderão alcançar o que desejam. Porém, infelizmente, não é dessa forma que vemos em nossa sociedade, empresas, grupos sociais, famílias, instituições religiosas, organizações não governamentais, órgãos do governo, na política, dentre outros.
Na TED de Margareth Heffernan, 2015, ela cita a história de um engenheiro que precisava criar um espaço para os cavalos que iriam disputar as olimpíadas de Pequim. Ele poderia fazer milhões de planilhas, estudos, pesquisas etc. que levariam dias, semanas ou meses para chegar a alguma conclusão, mas ele decidiu procurar o responsável que criou a hípica de Nova York e resolveu o problema que tinha em menos de 1 dia, ou seja, a cooperação e a colaboração são fundamentais para que a empreitada seja bem-sucedida e que supere a inteligência individual.
O que ela nos mostra é que não precisamos saber tudo, ter respostas para tudo. Mas precisamos aprender a pedir ajuda e trabalhar com pessoas que também queiram ajudar tanto quanto querem ajuda, que elas comecem a se conhecer.
Muitos podem dizer isso é fácil, mas não é, as pessoas têm medo de se expor, de pedir ou rejeitar ajuda, o segredo toma conta e não se fala do problema ou do erro (silêncio), de pedir opinião ou feedback, compartilhar ideias, pois na cabeça dela (distorções cognitivas e vieses) podem ser vistas como tolas, bobas e se tornarem piadas para os outros, dizer que não sabe ou admitir que não entendeu o que foi falado, pode ser taxado como burro ou julgado por não saber ou entender. Existe uma lista maior nas quais de alguma forma nos encaixamos e evitamos a qualquer custo se colocar nesse lugar de vulnerabilidade.
Já escutei diversas vezes: “eu estou aqui para trabalhar e não para fazer amizade”, “não preciso de ninguém, eu dou conta sozinho”, “ainda bem que trabalho sozinho, não tenho ninguém para me perturbar”. “eu sou expert nesse assunto e não preciso de ninguém para dar opinião”. Você conhece alguém que sabe intimamente que pensa assim?
Bem, somos gregários e precisamos de suporte, ninguém vive sozinho. Ter alguém para conversar, trocar e desabafar quando algo não é possível resolver sozinho, nos ajuda a entender melhor o que se passa conosco. Quem sabe se pudermos realmente mudar nossos pensamentos, comportamentos e atitudes possamos agregar muito mais valor para as organizações, empresas e inicialmente para nós mesmos.
Precisamos ter a clareza e a percepção de que somos interdependentes, que estamos ligados por um fio invisível e que individualmente será muito mais difícil alcançar o que deseja.
As pessoas precisam ser escutadas, percebidas e sentidas de forma igualitária para que elas possam se perceber pertencidas em seus espaços. Acho válido trazer algumas das falas de Margareth:
“Empresas não tem ideias, só as pessoas têm. E o que motiva as pessoas são as conexões, a lealdade, a confiança que eles desenvolvem uns com os outros. O que importa é a argamassa e não somente os tijolos”.
Podemos observar o quanto essa fala é profunda, verdadeira e atemporal. Só crescemos quando temos o outro para interagir.
Outro aspecto importante será ser resiliente de forma estratégica.
Porque por meio dela é que poderemos buscar soluções em conjunto diante do estresse, do caos, dos conflitos e da adversidade. E somente com o tempo poderemos construir um time em que exista confiança, abertura e genuína sinceridade entre todos. Porém isso não é fácil porque teremos de nos desafazer dos julgamentos, interpretações, avaliações e críticas. As organizações são feitas por talentos individuais, mas pela inteligência coletiva, ou seja, um mix entre as pessoas que nela estejam inseridas.
A Comunicação Não Violenta vem dessa forma nos trazer mais clareza e ela não é moda, não é ser bonzinho e sim uma abordagem importante que apoia e complementa tantas outras que existem no mercado, por isso tenho fé na transformação do ser humano, cocriando no desabrochar da consciência e só assim poderemos ser pessoas plenas e felizes. Não existe felicidade quando apenas só um está feliz, mas sim quando todos estão felizes.
Existem no céu estrelas lindas, mas elas não são vistas de forma individual porque será apenas mais uma estrela, ela precisa de outras várias estrelas de vários tamanhos e em espaços diferentes, colaborando entre si, para que possamos ver a beleza que existe, pois daí temos uma constelação. Assim somos nós quando podemos agregar e colaborar entre si nos espaços que estamos inseridos, não seremos apenas uma estrela solitária competindo com outra estrela para ser a melhor, a mais bonita ou a maior, mas todas farão parte da constelação.
Gostou do artigo? Quer saber mais sobre o que são valores da empresa e como construir uma organização de valor? Entre em contato comigo. Terei o maior prazer em ajudar.
Um grande abraço,
Wania Moraes
http://www.waniamoraes.com.br/
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