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Você acredita que o mundo está piorando ou melhorando?

O mundo está piorando ou melhorando? Será que sua sensação é devida às notícias, uma visão de mundo movida por acontecimentos?

Você acredita que o mundo está piorando ou melhorando?

Você acredita que o mundo está piorando ou melhorando?

“À medida que a tecnologia se acumula e as pessoas de mais partes do planeta se tornam interdependentes, o ódio entre elas tende a diminuir, pela simples razão de que alguém não pode ser morto e, ao mesmo tempo, negociar com ele. Muitas vezes, a economia tem precedência sobre preconceito.” (Steven Pinker – psicólogo e escritor canadense – Autor do “Novo Iluminismo”)

A qualidade de vida tem crescido em todo mundo e as pessoas estão mais seguras, mais saudáveis e mais felizes. Antes que você me pergunte: Onde está acontecendo esta vida? – eu lhe digo: Aqui mesmo no nosso lindo planeta azul.

Está muito difícil encontrar autores, psicólogos, sociólogos, pensadores positivistas e fundamentados em bases sólidas. Quando encontramos é algo a se comemorar e reverenciar.

Estamos vivendo um momento no qual parece ser um “crime” olhar o lado bom da nossa evolução – não rende manchetes. Pior – rapidamente é tachado como alienado e excluído. Para este artigo escolhi Steven Pinker – uma rara voz dissonante.

Se toda a sua base de conhecimento foi validada pelo seu cotidiano e reafirmada pelo que se veicula nos meios de comunicação, notadamente a imprensa,  partira do princípio de que as coisas estão piorando porque as notícias são uma amostra não-aleatória das piores coisas acontecendo no mundo em um determinado dia. E num mundo com pouco mais de oito bilhões de pessoas, sempre haverá coisas terríveis acontecendo todos os dias.

Mas, se você quiser ir um pouco mais além destas bases de validação e começar a pesquisar vai ficar muito surpreso sobre o quanto melhoramos e estamos avançando rápido.

Segundo a visão de Steven Pinker, “A começar pela violência: as taxas de crimes violentos estão caindo; taxas de mortalidade e de guerra, número de países com violência institucionalizada como a pena de morte e a tortura: historicamente todos eles apresentam uma tendência de queda.

Apesar de termos ainda várias guerras em curso no planeta, algumas tem mais de 10 anos, os números de países envolvidos e mortos são menores. O ponto desta matéria é que, precisamos sair do noticiário diário com suas demandas de audiência e começarmos a avaliar melhor as informações que vamos usar para nossa vida, nossa sociedade.

As pessoas não conhecem os números que efetivamente mostram o quanto melhoramos e como caminhamos melhorando – esta velocidade está aumentando – em parte o impacto das comunicações digitais.

Mas, se não fazemos uso das informações disponíveis e continuamos apenas a consumir o que chega pronto nas estatísticas dos jornais – então, não percebemos. Como psicólogo, Steven Pinker, chama a atenção para este progresso:

“Certamente quando se trata do progresso, da vida melhorando, é como um mistério, porque as forças do universo não melhoram a vida naturalmente; elas pioram a vida. As coisas quebram, a desordem aumenta…

A evolução é um processo competitivo, então não importa o quão feliz e saudáveis nós estamos, sempre há parasitas e germes evoluindo para nos atacar. Como conseguimos melhorar nossa vida mesmo assim?

Quando se trata de violência, atuando como psicólogo, eu fiz a pergunta de por que somos violentos para começo de conversa. Quais os diferentes motivos que fazem as pessoas violentas?

E quais as partes da natureza humana que inibem nossos impulsos violentos?

E então, o que há em uma determinada sociedade em uma determinada época que faz com que nossos “anjos bons”, como colocou Abraham Lincoln, controlem nossos impulsos violentos?

Ao fazer essa pergunta de forma mais abrangente, para incluir não somente a violência, mas também coisas como saúde, longevidade, democracia e educação, eu olhei para as ideias que permitiram que as pessoas melhorassem a condição humana.

A razão e a ciência sendo a tentativa de entender o mundo para que possamos mudá-lo, o humanismo sendo o objetivo de aplicar nosso conhecimento para fazer a vida dos seres humanos melhor.”

Se o mundo tem melhorado tanto em tantos aspectos diferentes, por que as pessoas acreditam que o mundo está piorando?

Steven Pinker, pensa que boa parte é devida simplesmente à natureza do jornalismo, que se você tem uma visão de mundo que é movida por acontecimentos — e são acontecimentos repentinos, que é do que se trata o jornalismo —, é muito mais fácil para algo ruim acontecer rapidamente do que para algo bom acontecer rapidamente.

Que você pode ter um ataque terrorista, uma guerra começando, uma crise de fome, uma pandemia, e essas coisas acontecem rapidamente e são consideradas notícias. As coisas boas tendem a consistir de nada acontecendo, como uma região do mundo que não teve nenhuma guerra nos últimos 30 ou 40 anos — mas isso não dá uma manchete. Ou as coisas que mudam gradualmente, como todos os dias 137 mil pessoas escapando da extrema pobreza.

Acontecimentos graduais tendem a não ser notícia, então não ficamos cientes deles, enquanto as coisas que dão errado estão no topo dos sites de notícia e ficamos bem cientes delas. Também existe na cultura do jornalismo, além desse viés negativo inerente, um pouco de viés negativo proposital. Muitos jornalistas com os quais eu conversei acreditam que qualquer mudança positiva não é jornalismo real, sério e responsável; que é propaganda para o governo, que é relações públicas corporativas, que é imprensa cor-de-rosa, e que se você é um jornalista responsável você notícia corrupção, fracassos e catástrofes.”

“Steven Pinker, resiste à ideia de que é apenas uma perspectiva otimista. É só, na verdade, atenção aos dados. E isso inclui coisas que pioram, porque seria inconcebível que tudo melhorasse em todo lugar todo o tempo. Isso seria um milagre! E o progresso não é um milagre, ele consiste de seres humanos usando o conhecimento para resolver problemas.

Mas problemas são inevitáveis, soluções criam novos problemas, então não deveria ser surpreendente que mesmo com esse cenário de progresso as coisas podem dar errado.

Ao mesmo tempo, é importante quantificar as mudanças, mantê-las em proporção. É verdade que houve desafios à democracia durante a última década, mas, por exemplo, os índices da Freedom House[i] é um dos mais pessimistas, sobre aspectos políticos como democracia x regimes fechados — outros não mostram a mesma queda, embora eles certamente mostrem uma desaceleração. Mas mesmo com a Freedom House, em quaisquer das medidas, o mundo nunca esteve mais democrático do que ele esteve nesta década. A América Latina seria um caso para estudo: nos anos 1980, a maioria dos governos eram ditaduras de direita ou militares; hoje a maioria dos países latino-americanos são democracias.

E isso é verdade no mundo inteiro.

Países como Espanha e Portugal, que tão recentemente quanto nos anos 1970 eram ditaduras fascistas, hoje são democráticos. Todo o Leste Europeu, que estava sob o controle de ditaduras comunistas: todos democráticos. No Leste Asiático: Taiwan, Coreia do Sul, Filipinas. Portanto é fácil se deixar levar pelos países que se tornaram menos democráticos recentemente, como a Turquia e a Rússia, e esquecer o panorama geral. E é verdade que tem coisas que estão piorando, as emissões de carbono sendo um exemplo notável, e outras ameaças ao meio ambiente. E junto com mudanças específicas que são negativas, existem forças políticas e intelectuais que eu diria que estão lutando contra os motores do progresso, entre as quais o populismo autoritário é o exemplo principal.

De muitas maneiras o populismo autoritário é um movimento que exalta líderes carismáticos ao invés do processo democrático de pesos e contrapesos. Glorifica a nação ou a tribo, às vezes a raça, ao invés de dar valor a toda a humanidade. Tende a depositar muita confiança na religião ao invés de na razão e na ciência. Ele se opõe a algumas instituições específicas, como o livre comércio e os mecanismos de governança global, como a União Europeia e a ONU. E é o mais recente de uma série de movimentos que se opuseram aos valores iluministas desde o próprio Iluminismo.”

Na sua opinião, o mundo está melhorando ou piorando?

Gostou do artigo? Quer discutir mais sobre o mundo, se está melhorando ou piorando? Então, entre em contato comigo. Terei o maior prazer em conversar sobre este tema.

Sandra Moraes
https:// www.linkedin.com/in/sandra-balbino-moraes

[i] Freedom House é uma organização sem fins lucrativos sediada em Washington, com escritórios em aproximadamente doze países. Fundada em 1941.

Confira também: Consciência da Escolha: Sempre colhemos o que plantamos!

 

Sandra Moraes é Jornalista, Publicitária, Relações Públicas, frequentou por mais de 8 anos classes de estudos em Filosofia e Sociologia na USP.É professora no MBA da FIA – USP. Atuou como Executiva no mercado financeiro (Visa International (EUA); Banco Icatu; Fininvest; Unibanco; Itaú e Banco Francês e Brasileiro), por mais de 25 anos. Líder inovadora desenvolveu grandes projetos para o Varejo de moda no país (lojas Marisa – Credi 21), ampliando a sua larga experiência com equipes multidisciplinares, multiculturais, altamente competitivos, inovadores e de alta volatilidade.
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