O conflito é a solução para a nossa existência
A percepção de estar imerso em um conflito nem sempre é possível.
Estar envolvido em um conflito significa admitir a existência do embate.
Se uma das partes não reconhece a existência dele, é necessário que isso seja esclarecido por aquele que foi escolhido para ajudar a solucionar a questão conflituosa.
A dificuldade para aceitar essa realidade reside no fato de que não se trata tão somente de uma conceituação jurídica. Mas de não se sentir com deveres e obrigações que não são oriundos do sistema normativo legal.
O conflito se inicia na pessoa e os fatos são consequências de uma sucessão de acontecimentos, próprios de cada personagem envolvido nessa trama.
De fato, é necessário reconhecer que as regras de uma sociedade, tais como deveres morais, religiosos, éticos e de convivência social não são necessariamente oriundos do sistema legal.
Tais deveres são aceitos pela sociedade como regras de boa convivência. E, os conflitos basicamente se iniciam nesse âmbito, eis que partem daqueles que por questões pessoais e absolutamente subjetivas ferem os princípios básicos da boa convivência.
No entanto, aquele cuja pretensão viola uma norma jurídica, aceita estar em conflito com quem tem objetivos incompatíveis com os seus, pois sua percepção passa pelo que é justo e o que é injusto.
Ao observarmos tanto a violação do preceito jurídico quanto às regras de convivência social os conflitos se iniciam com os indivíduos, então daí surgem as perguntas:
Por que alguém viola uma regra jurídica pré-estabelecida?
Por que outro alguém não aceita as regras de boa convivência?
Estariam as regras de convivência atreladas às pré-estabelecidas pelo sistema legal?
Se analisarmos a subjetividade do conflito ao invés de julgarmos, fica claro que sempre existem razões pessoais que provocam qualquer conflito.
Quando se afirma a inexistência de qualquer conflito entre pares, eis que a visão de quem observa é a de absoluto bem-estar no convívio entre os observados, parece uma afirmação ingênua. Se estivermos atentos que em algum ponto os objetivos de ambos podem ser diferentes, e que bom que o sejam, eis que as diferenças sempre acrescentam e podem também tornar-se o ponto de solução para ele.
A partir disso podemos verificar que a existência do conflito ainda não foi detectada. Mas existe pela falta de congruência entre as metas. Ora, cada pessoa possui objetivos específicos, pessoais e subjetivos, por mais que os negue. Até a negação pode ser um objetivo.
Transcender o conflito passa pelo processo de conscientização de que ele existe, ainda que um dos atores não tenha percebido. E torná-lo reconhecido por aquele que não o percebe é a tarefa a se realizar por aquele que ajuda a solucionar a questão conflituosa.
Uma das formas de demonstrar a imersão da parte que não admite estar em conflito é verificar se suas metas são congruentes ou não com a do outro.
Quando um dos atores não reconhece o conflito, a resolução deste só se torna possível a partir da solução do impasse. Abandonar o conflito só aumenta o problema. Interioriza-se o que podia ser esclarecido e fica-se com uma nuvem negra que poderá trazer novos conflitos.
A percepção de que é parte muitas vezes é negada, pelo fato do indivíduo não perceber a impossibilidade de haver qualquer incompatibilidade com o outro, porém não acredita tratar-se de um conflito.
O conflito nasce em cada um de nós independentemente de compatibilidades. Somos seres únicos, portanto com ideias, vivências e olhares diferentes e por isto divergimos de outros. Isso só nos ajuda a crescer e a criar cada vez mais soluções para o que nos causa desconforto.
O CONFLITO É A PRÓPRIA SOLUÇÃO PARA A NOSSA EXISTÊNCIA.
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Luísa Santo
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