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Fantoches e a Síndrome de Pinóquio

É hora de deixarmos de idolatrar falsos líderes empresariais e suas organizações alicerçadas na total falta de ética, na ganância e na vil exploração de funcionários e fornecedores.

Fantoches e a Síndrome de Pinóquio: Os impactos da falta de ética nas empresas

Fantoches e a Síndrome de Pinóquio: Os impactos da falta de ética nas empresas

“O pobre não é aquele que tem muito pouco, mas alguém que sempre anseia por mais” (Sêneca)

Nas últimas semanas, os noticiários têm dedicado grande espaço à fraude (talvez a maior já ocorrida no Brasil) praticada por uma grande organização de varejo controlada por alguns dos homens mais ricos do planeta. A “brincadeira contábil” deixou um passivo de mais de R$40 bilhões, o risco de insolvência para fornecedores e a incerteza pela continuidade no emprego para 43 mil funcionários e suas famílias.

A derrocada desta empresa pode ser a “ponta do Iceberg” que ainda não submergiu e que esconde o que ocorre com as outras empresas deste grande conglomerado. Então, em vez de simplesmente analisar e avaliar as consequências, deve-se compreender e analisar as causas que levaram a esta debacle – muitas delas conhecidas há décadas, mas, aqueles que “revolucionaram o capitalismo brasileiro” e “sonharam grande” sempre receberam os aplausos da mídia e do mercado. Algumas destas são cristalinas, a saber:

1. Ausência de Valores Corporativos:

Os valores foram (ou, ainda, são???) apenas peças produzidas por marqueteiros, nunca efetivamente praticadas por aqueles que estão no topo da pirâmide organizacional e que servem apenas e tão somente para ocupar paredes dos escritórios.

2. A falácia de Governança Corporativa / ESG:

Controles e Governança nestas organizações são políticas introduzidas “para inglês ver” e criar a falsa impressão de que as organizações são efetivamente comprometidas com a ética e boas práticas quando, na verdade, o que verdadeiramente importa é gerar resultados (mesmo que fictícios). Fato semelhante ao do Brasil ocorreu com uma das empresas do grupo nos Estados Unidos, penalizada com US$62 milhões de multa. Será este o significado de “Sonhar Grande”?

3. Executivos alpinistas

Acidentes com alpinistas profissionais e treinados geralmente ocorrem por fatores externos e fora de controle; por outro lado, acidentes que poderiam ser evitados acontecem com aventureiros.

Os executivos alpinistas e aventureiros da empresa varejista em questão, comportaram-se como meros fantoches manipulados pelos controladores e tinham como objetivo atingir o topo. Neste caso, representado por resultados financeiros excepcionais, valor de mercado recorde e, como consequência…aumentar suas contas bancárias através de remuneração variável (bônus + “stock options”). O resultado foi que a vaidade falou mais alto e, por fim, a ganância prevaleceu…

E, a mais grave…

4. Falta de engajamento e ambiente tóxico

Conforme dito por Vince Lombardi:

“Comprometimento individual a um esforço conjunto – isso é o que faz um time funcionar, uma empresa funcionar, uma sociedade funcionar, uma civilização funcionar”.

E, certamente, este conceito não é aplicado nas empresas do grupo onde o modelo de gestão é definido como “máquina de moer gente”, ou seja, não há o mínimo respeito pelas pessoas. O espirito de time é renegado a um segundo plano em prol da individualidade e da competição. E, ao final, o que importa são os resultados a qualquer custo; nas palavras de um de seus executivos: “atingimos os resultados, mas há cadáveres por todos os lados”; mais uma vez, será este o significado de “sonhar grande”?

Certamente não…

Organizações que prezam o valor humano e constroem ambientes saudáveis têm em comum:

  • Através de um processo contínuo, desenvolvem equipes e times eficazes;
  • Incentivam suas lideranças a adotar práticas para fazer com que equipes atuem como time coeso de maneira consistente e acima da individualidade;
  • Fazem com que todos identifiquem valor e reconheçam a importância dos objetivos a se alcançar; e
  • Disponibilizam os recursos necessários para desenvolver o espírito de equipe para formar times em busca de resultados consistentes.

E para promover o engajamento estimulam:

    • Conexões autenticas e relações significativas;
    • Equilíbrio trabalho / vida pessoal;
    • Respeito às diferenças Individuais (habilidades / estilo de trabalho);
    • Valores sólidos: evitam colocar a produtividade e resultados financeiros no topo;
    • A Segurança Psicológica, Empatia e Confiança;
    • O Senso de “pertencer”.

Este é um tema atual que deve servir como uma importante lição para que deixemos de idolatrar falsos líderes empresariais e suas empresas e organizações alicerçadas na total falta de ética, na ganância e na vil exploração de funcionários e fornecedores. E, ao contrário, devemos exaltar e valorizar organizações que privilegiam a ética e que têm no fator humano o foco de sua atuação.

Gostou do artigo? Quer saber mais sobre a síndrome de Pinóquio, os impactos da falta de ética e a importância de exaltarmos e valorizarmos empresas e organizações que privilegiam a ética e que têm no fator humano o foco de sua atuação? Então, entre em contato comigo. Terei o maior prazer em conversar a respeito.

Walter Serer
https://www.linkedin.com/in/walter-serer-86717b20/

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Palavras-chave: síndrome de Pinóquio, falta de ética, falta de ética nas empresas, falta de ética nas organizações

 

Walter Serer Author
Walter Serer possui extensa e sólida experiência executiva como CFO e CEO de empresas multinacionais de grande porte. Robusta formação em Finanças Corporativas adquirida na General Electric (graduado pelo Financial Management Program) onde atuou por 14 anos ocupando relevantes posições na área de Finanças e Administração. Atuou como CFO nas empresas TI Group, Valeo, Coldex Frigor e Black&Decker. Nos últimos 18 anos exerceu posição de CEO na Ingersoll Rand Brasil (2011-2014), Syncreon South America (2003-2010) e TI Group Latin America (1997-2003). Pós-graduado em Finanças pela FGV e graduado em Administração de Empresas pela (ESAN – PUC/SP).
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