Gabriel e as suas três vidas
Olá.
Gosto muito da frase que diz que a realidade é descrita em palavras, portanto quem domina as palavras domina a realidade. Ela me motiva a conhecer, escrever e ler de tudo um pouco. Os mais vanguardistas e poetas de rua aos clássicos mais duros e indigestos como filosofia russa, por exemplo. Neste meio de caminho existem verdadeiros amigos que infelizmente não conheci pessoalmente, mas pela leitura de seus textos, consigo até imaginar como seria uma boa prosa acompanhada de um café e um pão de queijo.
Um deles é o Gabriel. Intimidade de amigos, claro. Para o público em geral, Gabriel García Márquez, definido pela confiável Wikipedia como:
Gabriel José García Márquez, foi um escritor, jornalista, editor, ativista e político colombiano. Considerado um dos autores mais importantes do século XX, foi um dos escritores mais admirados e traduzidos no mundo, com mais de 40 milhões de livros vendidos em 36 idiomas.
Uma citação de Gabriel inspirou esta coluna: “Todos temos três vidas: A pública, a privada e a secreta.”
Uma verdade que há muito tenho apresentado aos meus milhares de alunos e pessoas que frequentam o consultório em busca de mentoria e remodelagem comportamental. Saber que existem estas três vidas (a pública, a privada e a secreta) e que tudo bem coexistem, traz uma paz interior sem precedentes, um verdadeiro sentido de liberdade e autonomia que poucas pessoas conseguem vivenciar.
Mas, se é tão bom, por que as pessoas não pensam assim?
O primeiro passo na busca pela resposta está na forma como criamos as crianças e logicamente como fomos criados. Pense um pouco se em algum momento da as vida, você ouviu frases como: Seja você mesmo. Não use máscaras. Quem fala a verdade não merece castigo.
Ao mesmo tempo as pessoas que diziam estas mesmas frases, também diziam: Comporte-se, Isso não é jeito de ficar. Aqui você precisa ser desta forma.
No fim, o que queremos que nossas crianças façam? Sejam absolutamente verdadeiras conosco para que não tenhamos que interpretar seus comportamentos e quando na presença de outros, sejam adequadas ao padrão comportamental exigido, seja na sala de visitas, na missa ou na casa de estranhos. Enfim, a educação formal contradiz as ideias do amigo Gabriel e dificultam o processo todo.
Voltando às nossas três vidas, de fato, o conceito está totalmente associado ao que chamamos de inteligência comportamental, ou seja, nossa identidade é uma coisa, coisa sagrada e protegida, muitas vezes desconhecida de nós mesmos e portanto, não sujeita a julgamentos. Outra coisa são os nossos comportamentos. Estes expostos, conhecidos, avaliados, julgados e criticados, pois são a única forma de outras pessoas nos conhecerem. Às vezes, são a forma como nos entendemos e pela repetição nos conhecermos. Confundindo-se com nossas próprias identidades.
Ao associar as vidas de Gabriel e a inteligência comportamental, vamos de trás para diante:
A vida secreta é a nossa real identidade.
Aquilo que sentimos e nem sempre é tão simples expressar em palavras. Quando nascemos, simplesmente somos! Não temos rótulos, identidade, nada. Somos e ponto final. Com o passar do tempo sabemos que temos um gênero, uma raça, uma nacionalidade, um temperamento e vamos então colecionando selos de identificação externos que nos qualificam. Mas, todavia, nunca serão suficientes para identificar nossa vida secreta. Pois esta, podemos passar toda uma vida sentido sem saber como definir em palavras. Somos e ponto final. Isso é um segredo para todos e muitas das vezes, para nós mesmos.
A vida privada envolve nosso círculo de segurança.
Nosso ambiente de confiança, geralmente formado pela família, amigos mais próximos, parceiros de vida e demais pessoas para as quais, nossos filtros comportamentais podem ser baixados. Nossas extravagâncias são mais toleradas e para as quais, já temos uma relação que suporta as pequenas quebras de protocolo. Geralmente este círculo apresenta uma relação de confiança e tranquilidade, uma espécie de acordo não escrito, onde sabemos que não seremos julgados com tanto rigor ou ainda, que seremos excluídos do grupo. Por exemplo, não se pode demitir um filho por insubordinação.
Por fim, a vida pública.
Esta sim, tão em alta nos dias de hoje. Esta combina a percepção que os outros apresentam sobre nosso comportamento demonstrado. Ou seja, recebemos feedback sobre o produto que apresentamos ao ambiente onde atuamos. Isso inclui as relações com clientes, colegas de trabalho, alunos, professores e não vamos esquecer os milhares de cyber-amigos que mantemos nas redes sociais. A vida pública é, por definição, situacional a cada situação ela se apresenta de acordo com nosso interesse, seja para celebrar, seja para manifestar ou mesmo lamentar. Importante lembrar que esta é a menos confiável de todas, apesar de ser a que mais se nota e a que mais toma nossa atenção.
Enfim, somos humanos.
Como diz meu amigo Gabriel, “A sabedoria é algo que quando nos bate à porta já não nos serve para nada”. “Não passes o tempo com alguém que não esteja disposto a passá-lo contigo”. “Te amo não por quem tu és, mas por quem sou quando estou contigo”. “Ter fama é muito agradável, mas a única coisa ruim é que ela dura 24 horas por dia”.
Pense nisso!
Gostou do artigo? Quer saber mais como viver sua vida pública, privada e secreta da melhor forma? Então, entre em contato comigo. Terei o maior prazer em conversar.
Edson Carli
https://inteligenciacomportamental.com
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