Reencontrando o Propósito: Como a Maternidade Pode Fortalecer a Motivação para o Trabalho
O retorno ao trabalho após a licença maternidade pode ser um momento desafiador para muitas mães. Afinal, a adaptação a uma nova rotina, o cuidado com o bebê e a saudade do tempo dedicado exclusivamente a ele pode tornar a ideia de voltar ao trabalho bastante desmotivadora. Comigo, ainda que não tivesse uma obrigatoriedade de retorno ao trabalho (tinha sim. Uma não, algumas obrigatoriedades chamadas boletos…rs…), não foi diferente. Eu teria que mudar de papel por algumas horas e nem sempre quis.
Além disso, muitas mulheres se deparam com um cenário de ocorrência no mercado de trabalho quando retornam da licença maternidade. Infelizmente, a cultura organizacional ainda não oferece o suporte necessário para que as mulheres conciliem a maternidade com a carreira de forma plena, o que pode gerar ansiedade e insegurança em relação ao retorno.
Confesso que essa cultura retrógrada, sempre me incomodou em trabalhos de regime CLT. Vi muitas mulheres talentosas e totalmente apaixonadas por suas carreiras, se desligarem de empresas por onde passei, renunciando ao sonho profissional para viverem a maternidade integral. A pressão sobre elas era tamanha que, naquele momento de maior sensibilidade, não suportavam.
Entretanto, é importante lembrar que a maternidade não deve ser vista como um obstáculo, mas sim como uma oportunidade para desenvolver habilidades que podem ser utilizadas no ambiente de trabalho.
Afinal, a rotina de uma mãe exige organização, flexibilidade, resiliência e muita capacidade de adaptação, características essenciais em qualquer profissional. Mães, mesmo que não tivessem essas habilidades bem desenvolvidas, se tornam experts em cada uma delas, quando desejam manter seu trabalho com a mesma qualidade e entrega de antes.
Uma forma de se motivar para o retorno ao trabalho e que fez muito sentido para mim, é buscando o equilíbrio entre a vida profissional e pessoal. Significa, por exemplo, planejar bem os horários e atividades, para que seja possível cuidar do filho e ainda cumprir as obrigações profissionais. O trabalho em home office também ajuda muito.
Assim, mamãe e bebê estarão pertinho um do outro. Esse com certeza seria um ambiente propício para essa mãe produzir com criatividade e tranquilidade. Fundamental também é ter um apoio emocional, seja da família, amigos ou mesmo de grupos de mães que passam até pela mesma situação, as chamadas redes de apoio (que infelizmente nunca tive).
Outra estratégia que também apliquei e deu certo, é buscar o autoconhecimento e a autoconfiança. Muitas vezes, a insegurança em relação ao retorno ao trabalho vem do medo de não dar conta das tarefas ou de não ser valorizada profissionalmente após a maternidade. Por isso, é fundamental trabalhar a autoestima e reconhecer as próprias habilidades e conquistas, para ter a certeza de que é capaz de conciliar a carreira e a maternidade.
Além disso, é importante ter um diálogo aberto com a empresa em relação às necessidades da mãe e do bebê. Isso pode envolver ajustes no horário de trabalho ou mesmo a criação de espaços até para amamentação e cuidado com o bebê dentro da própria empresa. Uma empresa que valoriza seus funcionários, especialmente como mães, pode tornar um ambiente de trabalho muito mais acolhedor e motivador.
Num ambiente em que a mamãe é empreendedora e seu chefe é sua agenda, é necessário muita organização e auxílio em alguns períodos para que a produção não seja afetada.
Felizmente no meu caso, encontrei a ferramenta certa que me possibilitou isso: produtividade em alta escala e contrapartida, tempo de ternura e tranquilidade com minhas filhas.
É importante destacar que a dedicação ao trabalho de forma tão intensa quanto nos cuidados com o filho não significa deixar de lado o cuidado e atenção que o bebê precisa. É fundamental que a mãe possa conciliar suas atividades profissionais com momentos de qualidade ao lado do filho, garantindo sua saúde física e emocional. Nesse sentido, a escolha e de confiança para deixar o bebê durante o período de trabalho é fundamental.
E nessas horas também que devemos ficar de pé e aplaudir sem tempo pra acabar, as “mamães solo”. Aquelas que não são casadas, as divorciadas…. enfim, aquelas que criam, educam, cuidam de seus bebês sozinhas. Todo o nosso respeito e admiração por vocês que são demais. Incrível conseguirem se organizar tão bem a ponto de serem várias dentro de si.
Por fim, é fundamental ter em mente que a superação e a volta por cima após a maternidade não aconteçam de forma imediata. É um processo que exige tempo, paciência, dedicação e muito amor. E se estiver numa empresa que não valoriza ou tem empatia com profissionais pós maternidade, se reinvente.
Não aceite pressão ou humilhações desnecessárias também por conta de salário. Empresas e empregos vão e vem. Sua sanidade mental e seu bebê não. Coloque aquele projeto em prática e se refaça. O importante é não desistir diante dos desafios e buscar sempre o equilíbrio e a harmonia entre a vida profissional e pessoal. Com amor, resiliência e espiritualidade, é possível ser uma mãe e uma profissional de sucesso.
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Abraços fraternos!
Juliana Rassi
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