O desejo e a escolha no processo de mudança
Tenho pesquisado, estudado, discutido com amigos e profissionais a dificuldade que nós, seres humanos, temos em lidar com as mudanças, em todas as dimensões de nossas vidas, independentemente da natureza, da extensão, da profundidade.
Não temos como fugir delas, como contorná-las, elas acontecem o tempo todo. Focarei aqui então, o mundo do trabalho, que nos últimos 30 anos, mudou significativamente, provocado por vários motivos.
A tecnologia é um destes. Quando realizamos uma análise histórica observamos, de fato, que com um intervalo de tempo cada vez menor, somos apresentados às inovações que impactam o nosso dia a dia e o das empresas.
Passamos a usar os computadores pessoais a partir de 1975, o telefone celular em 1983, a Internet a partir de 1991, o pen drive em 2000, o iPod e a Wikipedia em 2001, o smartphone em 2002, o Skype em 2003, o Facebook em 2004, o YouTube em 2005, o Twitter em 2006, o Kindle e o iPhone em 2007, o iPad em 2010, carro elétrico, Instagram, LinkedIn, realidade virtual, inteligência artificial, Metaverso.
Tenho certeza de que muitas destas inovações estão presentes na nossa vida, queiramos ou não.
A tecnologia possibilitou a comunicação, a conexão real time, por 24 horas por dia, todos os dias da semana e do ano. Em especial num mercado globalizado, onde temos colegas de trabalho, clientes, parceiros no mundo todo.
Com a competitividade, o capitalismo, a economia digital, as empresas precisam, de fato, se reinventar. Precisam de novidades, rapidez, melhorias para que se diferenciem, se mantenham no mercado de forma longeva.
Você deve estar pensando, que loucura! Vivi tudo isso, vivo neste mundo, estou mesmo nesse furacão! Deve ter passado pela sua cabeça um filme em velocidade de 1000 km por hora ao reviver estas mudanças todas. Ainda não chegaram os carros voadores.
O fato é que a escolha e o desejo da mudança interferem em nossas emoções, nossos comportamentos e motivações.
Se eu escolho e desejo, fica muito mais fácil, vivo a mudança com entusiasmo, alegria, coloco energia nela. Imaginemos que com estas inovações todas, você decide trocar de emprego, quer e aceita uma oferta que lhe é feita. Então sua motivação para esta troca, para esta mudança é enorme. Mesmo sabendo que no início terá um certo desconforto, até se aculturar.
Se eu quero uma mudança que não escolhi, é possível que considere boa esta oportunidade que me apareceu e a aproveite. Sentindo-me bem por ter aparecido neste momento de minha vida. Um exemplo é quando você trabalha numa empresa que é comprada por outra que você admira. E sente orgulho de estar nesta nova organização, vendo chances de aprendizagem, de crescimento.
Agora se não desejei a mudança, mas a escolhi, é como um dever, um sacrifício, preciso me esforçar para tirar o melhor proveito da situação. Um exemplo: numa reestruturação, numa fusão de empresas, me propõem uma posição inferior à minha e aceito, pois, sei que o mercado está recessivo e que é a melhor opção naquele momento.
Claro que minha motivação é menor, porque estou tolerando aquelas condições.
A última combinação é uma mudança que eu não escolhi e nem desejei, sentirei muita resistência a essa imposição. Talvez precise de outras pessoas para ir junto comigo, me empurrar, não havendo nenhuma motivação.
Posso lutar com todas as forças, fincar meu pé no chão, não querer mesmo mudar. E dependendo do quanto é desconfortável, se for possível, me retirar da situação. Aqui, fico pensando numa perda de alguém querido da família, não escolhi e nem desejei a situação, não será possível me retirar, então o apoio de alguém, será de muita valia.
Você já parou para pensar nesta relação entre escolha e desejo no processo de mudança? Comente.
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Quer saber mais sobre como lidar com as mudanças constantes da vida? Então, entre em contato comigo. Terei o maior prazer em responder.
Vera Godoi Costa
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Nota: Inspirado no livro Programado para Resistir, Britt Andreatta
Confira também: As Dimensões do Ser Humano: Pensar, Querer e Sentir
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