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Inclusão de Pessoas Surdas: Quebrando Barreiras!

A inclusão de pessoas surdas é um tema importante que deve ser discutido com atenção. Aprenda como promover a inclusão de pessoas surdas no mercado de trabalho, as leis que a respaldam e a importância da linguagem brasileira de sinais (LIBRAS).

Inclusão de Pessoas Surdas: Quebrando Barreiras!

Inclusão de Pessoas Surdas: Quebrando Barreiras!

No mês de setembro são comemoradas diversas datas relacionadas às pessoas com deficiência, em especial às pessoas surdas.

  • 10 – Dia Mundial da Língua de Sinais;
  • 21 – Dia Nacional de Luta da Pessoa com Deficiência;
  • 23 – Dia Internacional das Línguas de Sinais;
  • 26 – Dia Nacional do Surdo.

Nada mais justo do que dedicar o artigo de setembro a este tema, então abordarei sobre a LIBRAS – Língua Brasileira de Sinais.

Para garantir a inclusão dessa parcela da sociedade no mercado de trabalho, criou-se a Lei nº 8.213/91, que aborda a questão das cotas para pessoas com deficiência que prevê a obrigação das empresas destinarem parte de suas vagas para pessoas com deficiência de acordo com a seguinte proporção:

  • 100 a 200 funcionários = 2%
  • 201 a 500 funcionários = 3%
  • 501 a 1.000 funcionários = 4%
  • Acima de 1000 funcionários = 5%

O descumprimento está sujeito a multa que varia de R$ 2.656,61 a R$ 265.659,51, conforme a gravidade da infração. Os valores são atualizados anualmente e foram reajustados este ano pela Portaria SEPRT/ME Nº 477, de 12 de janeiro de 2021 do Ministério da Economia.

A Lei de Cotas garante que a empresa promova a diversidade no seu ambiente de trabalho gerando oportunidades para as pessoas com deficiência, porém, a inclusão vai além da contratação. Refere-se ao acolhimento e dignidade que a pessoa com deficiência receberá na organização.

Em se tratando de Pessoas surdas no Brasil, cerca de 5% da população é surda. De acordo com dados do IBGE, esse número representa 10 milhões de pessoas. Deste universo há pessoas com diversos graus de acuidade auditiva sendo que 2,7 milhões têm deficiência auditiva severa.

Apesar da representatividade, ainda há muitas barreiras para pessoas surdas na sociedade como um todo.

A barreira comunicacional certamente é a maior delas. Poucos estabelecimentos mantêm pessoas na linha de frente com conhecimento em Libras, ou pessoas sem deficiência tem o domínio da língua de sinais.

Em 2002 que a Lei nº 10.436 reconheceu a Língua Brasileira de Sinais como meio legal de comunicação e expressão, determinando que o poder público deve garantir o seu uso e difusão.

Em 2005, com o Decreto 5.626, o ensino da Libras tornou-se obrigatório como disciplina curricular nos cursos de formação de professores e fonoaudiólogos. E nos demais cursos de ensino superior são optativas.

Você percebeu que nas datas comemorativas dos dias 10 e 23 de setembro são feitas referências a Dia Mundial e Dia Internacional da Língua de sinais e não a Língua Brasileira de Sinais? Isso ocorre porque as línguas de sinais são diferentes ao redor do mundo.

Nos Estados Unidos, é adotada a American Sign Language (ASL), na França a Língua de Sinais Francesa (LSF), em Portugal a  Língua Gestual Portuguesa (LGP), em Angola Língua Gestual Angolana  (LGA) e em Moçambique a Língua Moçambicana de Sinais (LMS) e assim por diante nos demais países.

Importante ressaltar que a língua de sinais não é a única forma de comunicação. Há surdos oralizados, com implante coclear que não necessitam utilizar deste recurso assistivo, mas LIBRAS tem grande relevância quando o tema é inclusão.

Como podemos promover uma maior inclusão de pessoas surdas?

O primeiro passo de qualquer movimento sempre passa pelo conhecimento, entendimento e conscientização.

Qualquer pessoa pode aprender Libras. Há cursos pagos e gratuitos disponíveis no mercado que proporcionam um excelente aprendizado. Ter contato com a comunidade surda para compreender os contextos vividos diariamente são algumas formas de autodesenvolvimento.

As empresas, além de contratar pessoas surdas ou com perdas auditivas:

Revisar seus processos internos, treinamentos, vídeos, sinalizações de emergência e adaptar com intérprete de libras, adicionar estímulos luminosos para avisos sonoros, promover cursos de Libras para seus colaboradores e estimular a participação do máximo de pessoas e manter obrigatoriamente pessoas com conhecimento em Libras e áreas estratégicas, Contratação de um intérprete de Libras (Língua Brasileira de Sinais) para reuniões, cursos, treinamentos e outros tipos de eventos internos, Adoção de tecnologias assistivas que facilitam o dia a dia de trabalho do profissional e o relacionamento com pessoas sem deficiência auditiva.

E principalmente envolver as pessoas surdas na construção de soluções e comitês para que contribuam com ações mais assertivas à comunidade.

Nada sobre nós, sem nós.

Fica sempre meu convite para agirmos com empatia e respeito por uma sociedade mais justa e inclusiva.

Gostou do artigo?

Quer saber mais como promover uma maior inclusão de pessoas surdas? Então, entre em contato comigo. Terei o maior prazer em conversar com você a respeito deste tema.

Luciano Amato
http://www.trainingpeople.com.br/

Confira também: Como Elaborar um Censo de Diversidade?

 

Pós-Graduado em Tecnologia Assistiva pela Fundação Santo André/ITS Brasil/Fundação Don Carlo Gnocchi (Itália/Milão). Pós-graduado em Psicologia Organizacional pela UMESP e Graduado em Psicologia pela UNIMARCO. Extensão em Gestão de Diversidade pela PUC (Trabalho final: “O impacto do imaginário dos líderes no processo de diversidade e inclusão nas organizações”), Credenciado em Holomentoring, Coaching e Advice pelo Instituto Holos. Formação em Coaching Profissional pela Crescimentum. Formação em Facilitação Digital pela Crescimentum, Formação em RH e Mindset Ágil pela Crescimentum. Formado como analista DISC Vivência de 30 anos na área de RH, em subsistemas como Recrutamento & Seleção, Treinamento, Qualidade, Avaliação de Desempenho e Segurança do Trabalho. Desempenhou papéis fundamentais em empresas como Di Cicco., Laboratório Delboni Auriemo, Wal Mart, Compugraf, Mestra Segurança do Trabalho.Atualmente é Diretor da TRAINING PEOPLE responsável pela estratégia e coordenação de equipe multidisciplinar especializada em temas como Diversidade, Liderança e Gestão, Vendas, Educação Financeira, Comunicação, Turismo e Segurança do Trabalho. Coach de transição de carreira, desenvolvimento de competências e de líderes e Mentor em Empreendedorismo e Diversidade, Equidade e Inclusão.Presidente e Fundador do Instituto Bússola Jovem, projeto social com foco em jovens de baixa renda que tem por missão transformar vidas através da Educação, Trabalho e Carreira. Colunista das Revista Cloud Coaching. Atua como Mentor no Programa Nós por Elas do Instituto Vasselo Goldoni.Coautor do livro: Segredos do sucesso: da teoria ao topo – histórias de executivos da alta gestão pela Editora Leader e do livro Gestão Humanizada de Pessoas pela Editora Leader. Coordenador e coautor do livro Diversidade em suas dimensões pela Editora Literare Books.
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