Sua Crítica é Severa?
Você sabia que a crítica pode esconder seu maior sabotador? Aquele que faz com que você se ache ruim e que pode estar intimamente ligado à síndrome do impostor?
Ter consciência deste sabotador crítico traz a clareza de como você tem lidado consigo mesmo, com o outro e com as circunstâncias.
A autocritica está relacionada com as experiências negativas que se teve na infância e que ficam armazenadas lá no fundo da alma. Trazê-la à tona é muito difícil, sendo necessária uma análise profunda.
Fomos ensinados a nos cobrar a qualquer custo, que quando fazemos algo de errado, somos fracassados e errar está fora de contexto. Dessa forma, a criança cresce com a crença de que, se não tirar uma nota acima da régua do que os pais, avós, professores e acham, ela não será nada na vida.
Então, desde a tenra infância, somos incentivados a competir, a ser melhor do que o outro. E quando o outro não está à nossa altura, o rejeitamos. Daí vem a tal falada palavra em voga “diversidade”. Ser diverso é ser ruim, é estar fora da turma, é não fazer parte do grupo e consequentemente é não ter espaço.
Que tipo de adulto estamos criando com todas essas mazelas que se seguem há milhares de anos?
Mesmo que a pessoa seja bem-sucedida, ela convive com a sombra do crítico. Externamente, ela costuma apresentar uma fachada de força, que é boa, mas muitas vezes é aquela pessoa que exige do outro da mesma forma que exige de si mesma, sem trégua, podendo levar a si mesmo e ao outro a uma crise de ansiedade, síndrome do pânico ou a um burnout.
Cada pessoa tem sua maneira de lidar com as suas inseguranças e elas acionam sabotadores, cúmplices do crítico. O crítico pode estar associado ao hiper-realizador, ou seja, o crítico diz para a pessoa que ela não está fazendo o suficiente ou que para ser, de fato, reconhecida precisa trabalhar muito. Isso está muito ligado aos C-Levels que acreditam que só chegaram aonde chegaram porque se dedicaram muito. Abriram mão muito do lazer, de estar com as pessoas que ama ou mesmo fazer o que gostava como hobby. Dessa forma, se tornaram workaholics e ainda se sentem orgulhosos.
O que eles esquecem é que se desconectam das relações com as outras pessoas e das suas necessidades. A autoaceitação e a autoavaliação estão condicionadas ao sucesso que irá ter por seu desempenho. Podemos observar nas pessoas em quem a figura materna foi ausente ou, por mais que os pais tenham sido presentes, a validação parece vir das conquistas de notas altas, de seguir as regras dadas pelos pais ou de serem “bonzinhos”.
Junto do crítico, temos nove cúmplices, acionados a todo momento e que, se a pessoa não estiver consciente, ela se torna tomada por eles. Daniel Kahneman costuma dizer que vivemos a maior parte do tempo no piloto automático e Keagan nos diz que vivemos a maior parte do tempo no modo sobrevivente.
A pessoa nesse lugar só se sente feliz por meio das conquistas que realiza e não por ser feliz por simplesmente ser amada de forma incondicional.
O crítico costuma estar normalmente com raiva de si, do outro ou das circunstâncias. Não consegue olhar o erro como aprendizado e seguir em frente. Ou, como diz Carol Dweck, a ter uma mentalidade de crescimento, porque está sempre remoendo o passado, se culpando, se sentindo envergonhado ou ansioso diante das situações, ou seja, ele está sempre na mentalidade fixa.
Nas relações, o crítico é aquela pessoa que está sempre cobrando o outro por um melhor desempenho.
Querendo saber quem cometeu o erro ao invés de procurar a solução, que precisa punir o outro porque ele não aprendeu a fazer o certo, aquele que persegue, colocando medo para que não erre mais, pois se não ficará preguiçoso.
Na CNV, o crítico é aquele que costuma ser o “sincericida”.
Em outras palavras é aquele que diz que fala a verdade, doa a quem doer, sem tomar cuidado com as necessidades.
O crítico está sempre infeliz, negativo, tem uma sombra que permeia sua aura. Quem tem mais sensibilidade costuma dizer que não gosta de estar com tal pessoa. Ela parece pesada, carregada e negativa.
Um exemplo que podemos trazer é quando as pessoas se apaixonam, começam em um emprego novo e tudo parece mil maravilhas. Em um dado momento, parece que as coisas desandam, mas na realidade, o crítico começa a se manifestar e tudo que eram flores, se tornam espinhos.
No caso de ser crítico às situações, está diretamente relacionada à autorresponsabilidade.
Quando a pessoa vê problema em tudo e tem o hábito de achar que nada tem a ver com ela, mas sim com as circunstâncias. Ela não assume que ela é quem precisa fazer algo para mudar, pois muitas coisas na vida são como são e cabe a cada um de nós aprender a como lidar com elas.
E aí, como você tem lidado com o seu crítico? Você é daqueles que costuma criticar a si mesmo, o outro ou as circunstâncias? Aprendeu que precisa ser autorresponsável e dono da sua própria vida?
Gostou do artigo?
Quer saber mais sobre o sabotador crítico e como ele, de fato, sabota seu sucesso e, claro, sua felicidade? Então, entre em contato comigo. Terei o maior prazer em ajudar.
Um grande abraço,
Wania Moraes Troyano
Especialista em Resiliência Científica e Neurociências
http://www.waniamoraes.com.br/
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