A Mediação como Inovação no Campo da Resolução de Conflitos
Caros leitores,
Inicio a coluna deste mês entusiasmada com o crescimento da mediação de conflitos no Brasil. Temos visto uma crescente procura desse modo de resolver conflitos que se desenvolve a partir da melhor comunicação entre as partes e se pauta na autonomia de vontade dos envolvidos em escolherem as melhores soluções para si.
Em geral, quando pensamos em melhor solução para nós, temos a ideia de vencer uma disputa, é assim com você também?
Como a Mediação se desenvolve por meio da integração dos interesses das pessoas, a ideia de vencer permanece, porém com uma importante diferença. Eu venço e o outro também vence.
Ao dialogar, com a facilitação de uma terceira pessoa – o mediador – as pessoas vão descobrindo nuances das histórias que não tinham acessado antes. Como quando vemos um filme pela segunda ou terceira vez, sabe? Sempre descobrimos algo que não tinha nos chamado atenção antes, não é mesmo?
Nas histórias de nossas vidas, especialmente naquelas onde existem conflitos, deixamos de ver muitas coisas, tanto pela dificuldade emocional na administração de situações conflituosas, quanto pela disponibilidade de escuta do outro.
A relação fica tão desgastada que, para escutar o ponto de vista para o outro, temos que demandar tanta energia, que essa tarefa fica prejudicada. Ou ainda quando criamos uma espécie de imagem do inimigo sobre o outro e deixamos de ver que se trata de uma pessoa como nós, passamos a vê-la como alguém que quer nos prejudicar, quer o nosso mal.
Ao enxergarmos o outro assim, claro que entramos no modo defensivo e não queremos nem ouvir o que teria a nos dizer ou que pensa.
Na Mediação começamos a conversar pelas histórias de cada um sobre o que está acontecendo.
Sim, cada pessoa envolvida na mesma situação conta histórias diferentes sobre o que aconteceu. Em geral as pessoas tendem a achar que alguém pode estar mentindo, mas não, cada um está contando sua versão de como viveram os acontecimentos.
Muitas coisas influenciam a nossa percepção do que está acontecendo. Nossas crenças, sonhos, desejos, expectativas, cultura, educação familiar, entre outros aspectos sociais e psicológicos. Por isso, cada versão da história é uma e a oportunidade de ouvir o outro contando como foi para ele viver aquela mesma situação pode abrir portas antes travadas para o consenso.
E fico muito feliz ao perceber que finalmente as pessoas estão escolhendo passar por um processo de Mediação ao invés de entregar a decisão sobre suas vidas a alguém que nem sequer as conhece.
São mais de 13 anos atuando na Mediação, em âmbito público e privado, e vejo finalmente essa ser uma opção mais conhecida pela sociedade, que ao conhecer, pode escolher por ela.
Veja não somente no meu escritório, mas também num movimento geral desse “mercado”. Advogados se especializando em atuar acompanhando seus clientes na Mediação, mediadores buscando aperfeiçoar cada vez mais seus recursos, o Poder Judiciário recomendando que as pessoas busquem por si a solução de seus conflitos, isso parecia tão distante há alguns anos e celebro agora ver que está acontecendo.
Ainda temos muito chão para percorrer, afinal, uma cultura institucionalizada como a nossa não muda com tanta velocidade. Mas, ver que as pessoas já passam a saber dessa possibilidade já é um grande passo.
Vejo muitas mudanças na sociedade, no mercado de trabalho, nas empresas, há sempre alguém falando sobre a inovação, tão desejada pelas pessoas para facilitar suas vidas. Vejo a Mediação como uma inovação no campo da resolução de conflitos, desde o método até os efeitos.
E você, já conhece a Mediação de Conflitos?
Temos já alguns artigos aqui publicados na minha coluna (veja aqui) falando mais sobre esse tema
Gostou do artigo?
Quer saber mais sobre Mediação como ferramenta na Resolução de Conflitos? Então, entre em contato comigo para saber como funciona e tirar suas dúvidas. Terei o maior prazer em ajudar.
Um abraço,
Juliana Polloni
https://www.linkedin.com/in/juliana-polloni
Confira também: Mediação ou Terapia: Qual a diferença?
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