A Arte da Autocompaixão: Como você lida com suas falhas e fraquezas?
Diariamente somos cobrados para sermos os melhores, os mais bem-sucedidos, os mais bonitos. Ao final do dia fica a sensação de que não demos conta do que era esperado e, inevitavelmente, a autocobrança. Você se sente assim?
Não são poucas as vezes em que escuto de meus Coachees que se sentem incapazes diante dos desafios diários porque não atenderam a expectativa alheia – e a sua própria. Passam um tempo enorme se recriminando, infelizes com seu desempenho. O resultado é baixa autoconfiança e baixa autoestima.
Expectativas todos temos. É natural e, quase sempre, a causa de nossas dores. Estamos sempre na esperança de que o outro aja de acordo com o que precisamos ou queremos; de que daremos conta de tudo o que esperam de nós, ou de que a vida nos retribua conforme nossos desejos. Só que não funciona assim e o resultado é a frustração.
As grandes companheiras das frustrações são as emoções fora de controle.
Fato é que não temos controle sobre nada, só sobre nós mesmos – ainda assim, só com autoconhecimento e muita consciência. Reconhecer que a dor e o sofrimento fazem parte da vida, e que não estamos sendo punidos ao experimentá-los, pode ser o primeiro degrau para aumentar o bem-estar.
Já mudar de patamar implica em desenvolver a autoestima, a autoconfiança e uma boa autoimagem. Mas há um componente básico nessa fórmula – a autocompaixão, peça essencial para superar os desafios, aprender com as falhas e melhorar a resiliência emocional.
Se compaixão pode ser definida como um profundo sentimento de simpatia e preocupação com outras pessoas, especialmente em suas adversidades, sem julgamento excessivo – reconhecendo que a humanidade e a vulnerabilidade são inerentes a todos – a autocompaixão implica em olharmos para nós mesmos com a mesma bondade, compreendendo que sim, temos falhas, e erramos como todos. Às vezes somos incapazes.
E tudo bem! Somos apenas humanos
Reconhecer não é fácil já que a autocrítica nos transforma em nosso próprio juiz correndo atrás de metas e objetivos nem sempre realistas. Alimentar um relacionamento gentil consigo mesmo, principalmente nos momentos desafiadores ou nos fracassos, é autocompaixão. Aliás, bem diferente de ser autocomplacente, arrumando uma desculpa para todas as falhas.
Aceitar-se, reconhecendo suas falhas e imperfeições sem se punir, é um passo importante no processo. Importante inclusive para traçar seu caminho de aprimoramento e crescimento.
Vejo, no trabalho diário com meus clientes, a dificuldade que a maioria sente em reconhecer suas forças e qualidades da mesma maneira que vê suas fraquezas, como se só tivessem um lado. Aliás, na mesma medida em que não aceitam um elogio ou reconhecimento.
A prática da autocompaixão começa com a aceitação de quem você é na realidade, reconhecendo imperfeições e falhas sem autopunição, bem como as virtudes e competências sem vaidade. E isso só acontece quando se olha para a vida de uma maneira ampla, compreendendo a impermanência, tanto da alegria como do sofrimento. Por isso mesmo, vivemos um processo contínuo de crescimento e transformação – ou pelo menos podemos escolher viver assim.
Ser autocompassivo é uma porta para o desenvolvimento
Ao ser gentil consigo você fica mais resiliente diante dos fracassos e se recupera com mais facilidade das adversidades, além de aumentar sua autoconfiança. Claro que isso é resultado de trabalho e de autoconsciência constante para identificar padrões autocríticos, substituindo-os por pensamentos mais compassivos.
Ao abrir essa possibilidade é possível mudar a perspectiva sob a qual olha a vida: os desafios passam a ser obstáculos a serem superados e se transformam em uma oportunidade genuína de aprendizado, autodescoberta e crescimento pessoal. Vergonha e desespero deixam de fazer parte do que sente ao lidar melhor com as situações difíceis.
As adversidades continuam? Sim, claro. Bem como os erros, as falhas e frustrações. Só que no lugar de passar dias em sofrimento, você reage a eles rapidamente e segue em frente sem marcas. Quem muda é você, não o mundo.
Isso é resiliência. A capacidade de resistir à pressão, enfrentar obstáculos e recuperar-se das situações difíceis. Na física, resiliência é a capacidade de um material absorver e liberar energia sem sofrer deformações permanentes. A dor, é temporária.
Como fazer para girar a chave?
Mudança de atitude, antes de tudo. Você não é vítima, não é incapaz, não está sendo injustiçado, nem a vida é cruel com você. Portanto, não pedirá insistentemente que sintam pena. Tem problemas? Sim, mas quem não os tem? Mude a perspectiva!
- Comece por treinar a atenção plena (mindfulness) mantendo o foco nos acontecimentos presentes para reduzir a autocrítica;
- Mude a sua linguagem interna eliminando as frases de autorrecriminação e autocobrança. Use, consigo mesmo, uma linguagem positiva e encorajadora;
- Identifique seus padrões de autocrítica e reflita para entender o quanto está sendo duro e exigente consigo mesmo, sem necessidade. Treine não se julgar;
- Aprenda a cultivar a gratidão encontrando valor nas experiências, ainda que provoquem uma dor momentânea;
- Habitue-se a usar todas as suas experiências, boas e ruins como fontes de aprendizado e de crescimento;
- Reflita sobre falhas que incomodam e identifique novas formas de interpretá-las de maneira mais compassiva;
- Faça uma lista de suas conquistas, qualidades e pontos fortes procurando reconhecer-se para desenvolver a autoestima, a autoimagem e a autocompaixão;
- Leia, aprenda, diversifique seus interesses, apaixone-se pela amplitude da vida e entenda que faz parte dela;
- Escreva uma carta para si mesmo expressando apoio, compaixão e encorajamento, como se fosse para um amigo querido. Isso reforça a autoaceitação e incentiva a gentileza consigo mesmo.
É isso. Seja gentil consigo mesmo, aceite o que sente, estabeleça limites e não viva buscando a aprovação dos outros. Afinal, é preciso amar a si para amar aos outros.
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Quer saber mais sobre a Arte da Autocompaixão e aprender como lidar com suas falhas e fraquezas? Então, entre em contato comigo. Terei o maior prazer em falar a respeito.
Isabel C Franchon
https://www.q3agencia.com.br
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