Conheça a Tendência: Vida de Portfólio promete carreiras à prova de Burnout
Você não é o que você faz e nem foi feito de somente uma coisa. Sua vida é um portfólio de atividades, que te transformam em quem você é. Descubra a tendência “vida de portfólio”, que influenciará o futuro do trabalho.
A vida pós-pandemia instigou profissionais de diversas gerações e profissões a buscarem opções de trabalho flexível, diversidade de carreira e vida. Nos Estados Unidos, um movimento chamado “Great Resignation” (Grande Resignação, em inglês) documentou que profissionais em massa começaram a pedir demissão questionando os modelos de trabalho existentes e criou um alerta aos profissionais de RH em todo o mundo. No Brasil, ainda que o início do processo tenha sido igualmente democrático, a saída dos profissionais se concentrou na mão de obra qualificada.
Mas o que esse movimento nos alerta sobre o futuro do trabalho nas empresas?
O modelo linear de trabalho está obsoleto. Constantemente nos meus atendimentos de coaching e mentoria de carreira, escuto lideres e RHs comentarem que as pessoas não pediram demissão por obstáculos que a pandemia criou em seu modelo de trabalho, mas porque, acelerados por uma crise sanitária mostrando na prática que “só se vive uma vez”, foram capazes de repensar o funcionamento de suas vidas, balanceando o trabalho, família, saúde e outras áreas.
Mesmo que o fenômeno tenha perdido força devido à inflação, aumento das taxas de desemprego e medo de ficar sem dinheiro, jovens profissionais e médias lideranças vêm questionando a meritocracia e o acúmulo de trabalho em posições que ficam no “meio do sanduíche” da hierarquia organizacional.
“A tendência de assumir atividades paralelas está aumentando constantemente e é particularmente popular entre as gerações mais jovens, com 70% da Geração Z e 50% dos millenials admitindo ter algo além do trabalho principal” afirma Rachel Wells para FORBES.
Definitivamente, os mais jovens estão fazendo escolhas diferentes de carreira, deixando para trás o modelo linear de crescimento, a missão de curtir a vida só após se aposentar e estão buscando certa urgência em encontrar modelos de trabalho que tragam mais satisfação e sustentabilidade.
Essa é uma oportunidade de redefinir o modelo de sucesso já que uma pesquisa recente realizada pela CoderPad, uma plataforma de entrevistas para equipes e líderes, mostra que 36% dos trabalhadores de tecnologia expressaram não querer assumir uma função gerencial, para priorizar equilíbrio entre vida pessoal e profissional.
Se o modelo atual não funciona, qual é a alternativa?
Abaixo demonstro os 4 pilares da abordagem “Vida de Portfólio”, proposta pela professora de Harvard e empreendedora serial Christina Wallace, que adapta práticas de negócio que podem constribuir para criar uma verdadeira “Carreira à prova de futuro”, evitar o burnout e construir uma vida “maior do que o seu crachá”:
Primeiro Pilar: Identidade
Como você se apresentaria num evento sem poder falar sua profissão, sua formação ou o que você faz?
Pense na sua resposta para dar significado ao primeiro pilar da Vida de Portfólio: sua vida significa muito mais do que aquilo que você faz para viver. Seu trabalho deve se encaixar na sua vida e não o contrário.
Limitar-se exclusivamente ao que você faz não somente é obsoleto como também perigoso.
Segundo Pilar: Opcionalidade
O que você quer ser quando crescer?
Essa era a pergunta que a maioria de nós deveria responder quando criança. O que demonstra um equívoco comum de que temos um único futuro correto pela frente, que precisamos escolher cedo e manter.
Muitos caminhos de vida e carreira são possíveis, mas fomos treinados a percorrer somente um testado e aprovado pelas gerações anteriores.
Terceiro Pilar: Diversificação
“Dedicar-se a um único emprego de tempo integral é a jogada mais arriscada que você pode tomar”, afima Wallace.
Embora fomos treinados a acreditar que ter um trabalho CLT é seguro, ao escolher um caminho linear você está colocando todos os seus rendimentos, benefícios e economias nas mãos de um líder ou organização, que pode não precisar mais de você amanhã.
Quarto Pilar: Flexibilidade
Se esqueça do conceito de “equilíbrio de qualidade de vida”. Ter uma vida de portfólio não significa dividir igualmente o seu tempo de trabalho com sua vida pessoal.
Em vez disso, é a capacidade de reservar tempo para coisas importantes, como e quando elas aparecerem. Não mais “ligar e desligar” o trabalho, mas incluir e combinar os fluxos de trabalho remunerado e não remunerado, que você pode estar prestando à empresas, à sua família ou à comunidade.
Finalmente, ter um Vida de Portfólio te incentiva a criar uma visão empreendedora e criativa sobre sua vida. E oferece a você um modelo para prosperar em meio às constantes perturbações do século XXI.
Lembre-se de que você é mais do que uma posição ou oportunidade. Não colocar todos os ovos na mesma cesta te ajudará a mudar e navegar pela incerteza. E quando (não se) as mudanças ocorrerem, então você poderá se reestabelecer de novo.
Se abra para mais diversidade em suas competências e habilidades e diversifique sua experiência em múltiplos segmentos empresariais. Além disso, amplie sua rede de network para ter uma carreira à prova de futuro, evitar o burnout e viver muito além do seu crachá.
E se não houver outra vida, esta você viveu?
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Quer saber mais sobre os 4 pilares da abordagem “Vida de Portfólio”, proposta pela professora de Harvard e empreendedora serial Christina Wallace? Então, entre em contato comigo. Terei o maior prazer em ajudar.
Estelä Spineli
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