G20 Brasil 2024: O Brasil no Centro do Mundo e a Glocalização
Bom dia aos amigos deste espaço, em que hoje inauguramos a temporada 2024. Para marcar esta reabertura de nossa comunicação direta, quero me prender a um depoimento dado pelo meu grande amigo Paulo Protásio, para a Revista RI, em dezembro de 2023. A publicação, lançada há 25 anos, tem foco em Mercado de Capitais e Relações com Investidores, sendo especialmente dirigida à comunidade de investimentos.
Por princípio, temos a relevância do Paulo Protásio como o Presidente do Conselho do CODEMEC – Comitê para o Desenvolvimento do Mercado de Capitais e, também, como Diretor Executivo da Autoridade do Desenvolvimento Sustentável do Estado do Rio de Janeiro. Isso o coloca como uma das presenças marcantes no próximo evento internacional do G-20.
O G20 é o principal fórum global sobre finanças e economia, e se mostra como prioridade máxima da agenda internacional do governo brasileiro. Em conjunto, os países-membros do G20 respondem por 90% do PIB mundial, assim como 80% do comércio internacional (incluindo o comércio intra-União Europeia) e congrega dois terços da população do planeta.
Ao invés de interpretar as palavras do texto publicado, vou me prender aos trechos que considero mais impactantes para, ao final, fazer meu comentário. E nesse depoimento, Protásio começa por afirmar que:
Desde que um imenso maremoto devastou as costas do Sudeste Asiático, em 26 de dezembro de 2004, ceifando centenas de milhares de vidas e deixando pelo menos um milhão de desabrigados, a palavra tsunami entrou em nosso vocabulário.
O fato de a catástrofe ocorrer na época do Natal, e fazer vítimas entre a humanidade pobre e carente dos países do Terceiro Mundo, registrou um abalo profundo nos alicerces de nossa visão global. A mídia mundial, como um raio, conectou o trágico evento com outras questões, como mudanças climáticas, política ecológica, contrastes Norte-Sul e desastres relacionados ao clima. Fomos todos atingidos e sem explicação.
Continuando, o Paulo avança em um contexto mais brasileiro e recente, como podemos conhecer por esta afirmação:
Na literatura global, o Brasil não deve esquecer a evidência de que a mão de Deus estava em nosso ombro, nos deixando longe dos terremotos terrestres e marítimos, erupções de vulcões, nevoeiros secos como registra a Meteorológica de Aristóteles e a Bíblia como parte da história.
A ideia de que o tempo e o clima são forças decisivas para forjar as características dos povos ou comunidades é antiga. Agora, em reação ao determinismo climático, que remonta a mais de dois milênios, apesar de sua história eclética, os pensadores liberais associam o imperialismo moderno e o neocolonialismo, a ciência social.
Desde a combinação entre Estocolmo e Rio, ao longo do último meio século, a visão ganhou a percepção de que o clima e o tempo são moldados fortemente pela experiência cotidiana de arranjos sociais, políticos e econômicos. Estamos juntos diante do mesmo desafio, acrescido pela obrigatória sustentabilidade.
Em 2023, o calendário mundial abriu mais uma porta para destacar nosso continente e discutir diferentes formas e perspectivas para avançar, e tudo isso com o papel da liderança brasileira. Nada mais oportuno e importante. Nos últimos anos foram muitas as perdas, mas igualmente ricos os aprendizados.
Graças aos Objetivos do Desenvolvimento Sustentável foi possível ao Governo do Estado do Rio de Janeiro declarar 2022 como o Ano Internacional do Desenvolvimento Sustentável. Foi possível comemorar, de forma independente, os 30 anos da Rio 92, e a avançar com aproveitamento do Bicentenário da Independência, vários temas como os da Conferência Clima, Conhecimento Local e Vida Cotidiana, realizada no Rio, em maio de 2008.
E para completar, temos mais um trecho do depoimento do Paulo Protásio. Mas vale explicar que a expressão “glocalização”, usada por ele, nada mais é do que aplicar adaptações dos negócios globais aos costumes e características locais, onde serão consumidos.
Agora, em 2024, o Brasil sucede a Índia como país-sede da Cúpula do G20. A Índia, no momento, é a principal proponente das questões levantadas pelas nações do Sul Global durante as reuniões do G20, pedindo uma “glocalização centrada no ser humano”.
Isso pode ser um vetor que se transformará em “grande apoio” e de significativo interesse por dois motivos: em primeiro lugar, esta é a segunda vez que o G20 é composto por três economias em desenvolvimento e emergentes – como foi Indonésia, Índia e Brasil. Em segundo lugar, por continuar a ser uma Troica sul-sul-sul por mais um ano, com a África do Sul, que sucederá o nosso país.
Tudo indica que a próxima venha a ser uma trinca sul–sul-norte. Ou seja, a Índia poderá trazer à mesa outros pontos de grande reflexão, sendo o membro mais populoso e o de dimensão superior aos demais no nível de sua economia. O tempo do Brasil tem tudo para ser igualmente produtivo. O atual G20 é visto como “super-representado” pela Europa, já que a União Europeia é membro de pleno direito do G20, ao lado de três de seus Estados-membros que também são membros permanentes: França, Alemanha e Itália. A Espanha é convidada permanente para as reuniões do G20.
E nesse cenário descrito pelo meu amigo Paulo Protásio, quero agregar pontos para reflexão.
Como publica a Agência Brasil, o nosso país deve aproveitar a presidência do G20, este ano, para projetar os seus objetivos de política externa, como a defesa da reforma do Fundo Monetário Internacional (FMI) e a consolidação do Brasil como líder na luta contra as mudanças climáticas e pela transição energética. Porém, os aspectos econômicos a se debater certamente influenciarão a vida de empresas de todo o tipo e porte.
Afinal, os interesses do Brasil são os mesmos dos de outros 19 países, quais sejam a integração econômica, privatizações, desregulamentações, derrubar barreiras fiscais para os investimentos de capital internacional, bem como a abertura dos portos, aeroportos e fronteiras para a entrada e saída de produtos para e de outros países membros.
E, já no início de 2024 já foi dado o primeiro passo da agenda carioca dos eventos diplomáticos. O evento de abertura chamado, Negócios 20 (B20, na sigla em inglês). Fórum que reúne representantes de empresas dos 20 países mais ricos do mundo.
Portanto, fica desde já dado alerta aos empresários, lideranças, gestores e, até mesmo, ativistas ambientais. A agenda do G20 em 2024 promete muito debate e muita proposta para o futuro imediato e, por certo, o Brasil estará no centro do mundo, figurativa e praticamente. E para homenagear esse contexto, reproduzimos a seguir um mapa produzido com toda a tecnologia adequada, em que o Brasil é colocado como referência geopolítica de forma diferente do eurocentrismo a que nos habituamos na escola e no atlas em que estudamos.
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Quer conversar mais sobre o que esperar das reuniões do G20 no Brasil em 2024 tendo como tema a glocalização centrada no ser humano? Então, entre em contato comigo. Terei o maior prazer em conversar a respeito.
Eu sou Mario Divo e você me encontra pelas mídias sociais ou, então, acesse meu site www.mariodivo.com.br.
Até nossa próxima postagem!
Mario Divo
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