Como ajudar as crianças a enfrentar perdas significativas
Crianças que vivenciam situações extremas de perda, separações ou mudanças drásticas, precisam de um adulto responsivo e atento às suas necessidades para ajudá-las a dar sentido à experiência que viveram. Elas precisam se sentir autorizadas a reconhecer e expressar suas emoções genuínas, encontrando o apoio que precisam para seguir em frente.
Para que processem suas memórias traumáticas, elas podem precisar contar e recontar várias vezes o que viveram, brincar para elaborar e repetir a experiência como forma de integrar as mudanças que ocorrerão. Quando a criança quiser compartilhar seus sentimentos, pare tudo o que estiver fazendo para se concentrar em ouvi-la.
Ao falar sobre o que aconteceu, ela pode levantar questões e preocupações. Encoraje-as a expressar suas dúvidas e perguntas. Assim você poderá confirmar suas próprias observações sobre o que está acontecendo em suas vidas. Caso não queiram falar nada no momento, respeite o tempo delas. Nessas situações, o que elas precisam é ser, de fato, compreendidas com empatia e respeito para passarem pela sua dor.
Se você não se encontra em condições psicológicas para ter esta conversa com seus filhos neste momento, saiba que isso é muito normal. Quando é preciso tratar um assunto difícil com os filhos tendo que atravessar a própria dor, é compreensível querer adiar essa conversa, para evitar vê-los sofrer.
Nestes casos, o acesso a alguém com quem a criança convive e seja de sua confiança, assegura que ela não está sozinha, que há outras pessoas disponíveis para fornecer proteção e cuidados vitais. O auxílio de um profissional da saúde, também pode ser necessário em momentos de crise.
As crianças precisam saber que não são os responsáveis em resolver os problemas dos adultos ou em fazê-los se sentir melhor. Pode trazer um certo alívio, saber que parentes ou amigos os ajudarão. No entanto, não é preciso esconder a própria dor. Não subestime o quão sensíveis as crianças são às preocupações e tensões parentais.
O retorno para uma vida saudável envolve dor e não há como evita-la, é preciso de tempo para superar os acontecimentos. É preciso que elas saibam que chorar e sofrer faz parte da cura, mesmo que ainda não compreendam como isso pode acontecer. As crianças devem ser tranquilizadas de que eventualmente irão se sentir melhor.
A possibilidade de se despedir de pessoas e lugares dá à criança a oportunidade de rever e reconhecer as coisas boas que serão perdidas. A despedida deixa menos assuntos inacabados para intensificar a dor que se segue à perda. Ajuda na habilidade de enfrentamento e no trabalho de reorganização.
Quando a criança compartilha tristeza, raiva, culpa ou vergonha, seja verbalmente ou através de seu comportamento, não peça que esses sentimentos sejam minimizados, negados ou ocultados. Afinal, os sentimentos são apenas sinais de um estado emocional à nossa resposta a algo que nos afetou.
A superação de situações traumáticas, não é uma questão de se ver livre da memória do que aconteceu, mas de encontrar um espaço seguro para expressar todas as emoções existentes.
É o reconhecimento, a aceitação e a validação de cada emoção à medida que elas ocorrem, que permitem que a criança passe de um estado emocional para outro, para que as perdas possam ser elaboradas.
A criança precisa sentir que não está sozinha com sua dor. Um gesto que expresse que você está com ela, como um abraço, um toque, um olhar amoroso é mais reconfortante do que palavras de consolo. Lembre-se que muitas vezes a criança só precisa de um adulto responsivo que testemunhe seu sofrimento.
Desta forma a criança pode receber a permissão amorosa para seguir em frente e ter uma vida satisfatória e feliz novamente.
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Danielle Vieira Gomes
http://daniellegomescoach.com.br/
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