Quem sou eu agora após a catástrofe?
A importância da busca pela Identidade e Essência Humana
As catástrofes nos fazem pensar em como será a vida após o acontecido.
A recente catástrofe no Rio Grande do Sul, trouxe-me uma imensidão de questionamentos sobre as sensações dos sobreviventes ao escaparem com vida deste flagelo?
Só quem passa por uma situação como esta é capaz de entender sobre a perda, quem sabe até da própria identidade.
Falo da identidade emocional, porque a documental se refaz.
Muitos perderam a história de toda uma vida, o abrigo, a família, as inspirações e todas as informações construídas e vivenciadas durante o tempo em que lá estiveram.
O que poderão dizer sobre o seu EU atual? Qual a descrição que farão sobre si mesmos?
O ponto forte a se identificar nessas pessoas é a própria essência, que é indestrutível, pois cada qual tem a sua própria e única.
E essa passa a ser a verdadeira identidade.
Aos que colaboram para diminuir a dor dos flagelados, penso, e digo penso, porque por mais que esta catástrofe tenha me abatido emocionalmente, estou convicta de que a dor dos que por ela passaram é maior do que qualquer um possa ter sentido.
Mais uma vez penso, que talvez estejam anestesiados com o que parecia improvável, e quando a anestesia passar, ao se depararem com a realidade deverão estar preparados para a nova vida.
Como o que lhes restou foi a essência como identidade, penso que, e de novo penso, porque nada é definitivo. Nós, que por enquanto estamos a salvo dessa catástrofe devemos olhar com atenção para a essência, que nada mais é que a nossa verdadeira identidade e aquilo que nos personaliza. Por isso, não podemos ser escravos de nossas outras identidades, a não ser a nossa essência. Esta deve ser observada e cuidada com o carinho necessário, para que qualquer mudança em nossas vidas não arrefeçam a luz, que é nossa essência primária.
O que na verdade acontece é que toda e qualquer identidade que não seja a nossa essência, na verdade, só existe pela continuidade do lugar de conforto que desfrutamos. E, ao menor sinal de mudança, ela se modifica para se adequar ao novo.
Todos aqueles que estão ajudando aos sofredores desta catástrofe, penso que, e de novo penso, se identificam com esse sofrimento não pela identidade de opiniões ou semelhanças, mas sim pela identidade espiritual ou pela maneira como entendem a vida.
Quantos encontros que perdurarão acontecem com este ocorrido? Esta é a vida.
As emoções se encontram pela dor sentida na desventura, a vontade de alentar e cuidar é sempre maior quando o sentir do outro se encontra com o nosso sentir, ainda que por situações diferentes.
O lamentável é que na maioria das vezes é preciso uma dor maior para acordar aqueles que não compreendem, que somos um só.
Quando me pergunto “QUEM SOU EU?”. Respondo: “sou a minha essência”.
Finalizo este texto com a letra desta música, que encontrei por acaso na Internet, lançada em 2017, pelo compositor Mark Hall.
Esta música me fez pensar neste texto independentemente de qualquer credo, penso eu, mais uma vez penso, que serve a todos.
QUEM SOU EU?
Quem sou eu?
Pra que o Deus de toda Terra
Se preocupe com meu nome
Se preocupe com minha dorQuem sou eu?
Pra que a Estrela da manhã
Ilumine o caminho deste duro coraçãoNão apenas por quem sou
Mas porque Tu és fiel
Nem por tudo o que eu faça
Mas por tudo o que Tu ésEu sou como um vento passageiro
Que aparece e vai embora
Como onda no oceano
Assim como o vaporE ainda escutas quando eu chamo
Me sustentas quando eu clamo
Me dizendo quem eu sou
Eu sou Teu ,eu sou TeuQuem é você?
Quem sou eu?
Pra ser visto com amor
Mesmo em meio ao pecado
Tu me fazes levantarQuem sou eu?
Pra que a Voz que acalma o mar
E acaba com a tormenta
Que se faz dentro de mimJesus, eu sou Teu
Eu dependo de Ti
Me abraça, Senhor
Quem temerei? Quem temerei?
Se eu sou Teu
Eu sou Teu, Jesus
Fonte: LyricFind
Compositores: Mark Hall
Artistas: PG, Hadassa Mazarão
Álbum: Música e Palavra (Acústico)
Data de lançamento: 2017
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Luísa Santo
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