O Sonho Após a Catástrofe: A Resiliência no Rio Grande do Sul
Qual seria o sonho daqueles que sofreram o flagelo no Rio Grande do Sul?
Todos os sobreviventes desta calamidade têm o direito de sonhar com o fim da tragédia.
Alguém pode negar o direito ao sonho de cada um?
O sonho como uma questão subjetiva não pode ser limitado por quem quer que seja, ainda que, muitas vezes este seja muito mais um pesadelo do que um sonho.
Muitos perderam coisas materiais que definiam sua própria identidade no espaço que ocupavam. Outros perderam entes queridos e será difícil compreender o luto. Eis que visualizar a perda é importante para que haja o reconhecimento dessa perda.
O luto do povo gaúcho ficou em suas entranhas
Penso, e tão somente penso, porque nunca passei por situação semelhante. Tudo o que imagino são elucubrações, fantasias da minha mente. E esta busca, praticamente em vão, um alento para o acontecido com a população gaúcha.
Continuando com minhas conjecturas sobre os possíveis sonhadores desse povo, me pergunto:
- Sentem-se eles seguros em voltar para os mesmos lugares que tiveram que abandonar inesperadamente?
- O inesperado que massacrou profundamente essas pessoas vem acompanhado de quais sentimentos, aflições ou até mesmo resignação?
- Estão elas acompanhadas pela raiva daquilo que não foi possível perceber ou simplesmente continuam anestesiadas como se tudo que aconteceu foi tão somente um pesadelo?
Questões e mais questões povoam meu pensamento, por me parecer incompreensível que praticamente todo um estado, que é maior que muitos países neste planeta, açoitado pela natureza com tamanha força de destruição.
O consolo foi perceber a solidariedade despontar com a mesma força que a natureza os surpreendeu, ainda que alguns poucos tenham aproveitado a desgraça para cometer abusos.
Sonho e só sonho em ver a força deste povo despontar de forma inimaginável. E mostrar a todos aqueles como eu, que os gaúchos são maiores que quaisquer um possa imaginar.
Este povo detém uma galhardia que os acompanha e que vai imperar na reconstrução de suas vidas.
Vidas essas que serão reconstruídas com a força daqueles que entendem que, muitas vezes as tragédias acontecem para que todos, e neste incluo aqueles que não sofreram o mesmo dilema, fiquem alertas e compreendam os sinais que a natureza mostra para que encontremos os caminhos que ela nos oferece como mais viáveis para nossas pretensões neste mundo.
Se a população do Rio Grande do Sul ainda não começou a sonhar, é preciso saber que os sonhos são a realização, na mente, daquilo que pretendemos ver no mundo real.
Desejo a todos os sonhadores que seus sonhos se concretizem o mais rápido possível, e que a construção destes sonhos seja o ápice de suas vidas.
Glória ao Rio Grande do Sul e a todos aqueles que estão empenhados no bem-estar desse povo.
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Luísa Santo
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