Máquinas e Equipamentos: Quando Consertar ou Substituir?
Na minha opinião não existe uma regra, cada caso é um caso, mas sempre cabe uma análise financeira.
Sim, é uma avaliação financeira que precisa ser, de fato, feita não apenas no caso de uma empresa em que a máquina ou equipamento pode custar dezenas, centenas ou milhares de reais, mas também pelas pessoas físicas.
Acredito que todos nós já passamos por uma situação parecida e seguimos uma linha de raciocínio, mesmo que inconscientemente, para a tomada de decisão. Abaixo alguns pontos que julgo importantes considerarmos:
1. Valor do conserto
Como exemplo, a minha máquina de lavar roupa cujo conserto é apenas a troca de uma válvula de R$ 60,00 (sessenta reais). Pelo baixo valor envolvido, comprei a válvula e agendei a vinda do técnico para trocá-la.
2. Valor do conserto em relação ao valor de uma máquina nova.
Não existe uma relação exata, mas se o valor do conserto da máquina ficasse acima de R$ 700,00 (setecentos reais), consideraria comprar uma nova que custa cerca de R$ 1.800,00 (mil e oitocentos reais) em função:
- Fluxo de caixa: Uma máquina nova pode ser parcelada em até 12 vezes, enquanto o conserto é dividido em 2 ou 3 vezes; e
- Garantia: A garantia da máquina nova normalmente é de 12 meses, podendo ser ampliada para 24 ou 36, enquanto a do conserto é de 90 dias.
3. Obsolescência do equipamento
Isso é fácil de entender no caso do celular ou notebook que ficam lentos e travam frequentemente, mesmo depois de desinstalar programas ou aplicativos, eliminar arquivos e até trocar peças (memória, por exemplo). Chega um momento que precisamos trocá-lo.
Na linha de produção de uma empresa, como no caso da ‘Exemplo Ltda.’ – nome fictício que adotei para preservar o sigilo do nome da verdadeira empresa – também observamos essa situação.
O valor do conserto era da ordem de 20% de um novo o que, pelo exemplo acima da máquina de lavar roupa, justificaria o conserto. Porém, por ser um equipamento antigo e sem peças de reposição o conserto seria parcial, justificando a decisão de comprar um equipamento novo, o qual além de poder ser financiado em até cinco anos, também traria ganhos de produção.
Apesar das recomendações em contrário, a direção da empresa decidiu pelo conserto do equipamento antigo justificando como uma economia, o que não se confirmou. Mesmo depois do conserto o equipamento não atendia às necessidades da operação, comprometendo a qualidade do produto e aumentando o retrabalho.
4. Tempo de conserto em relação ao tempo de entrega
O conserto no caso acima somente seria justificável se houvesse impactos na produção. Em hipótese alguma a produção pode depender do equipamento novo.
Nessa situação a questão não é “consertar ou comprar”, mas avaliar o “consertar e comprar”. O conserto para manter a produção como está e a compra pensando no futuro da operação, inclusive avaliar se não vale manter os dois equipamentos dependendo da sua importância no processo produtivo.
Vale ressaltar que os pontos de avaliação acima valem para equipamentos e máquinas de uso comum e, portanto, que possam ser substituídas.
No caso de máquinas ou equipamentos colecionáveis, ou aqueles com valor afetivo, a decisão se torna menos racional. Em muitos casos, nem chamamos de conserto, mas sim de restauro, cujos valores podem parecer impensáveis para quem não está diretamente envolvido. E avaliar esse tipo de investimento se torna uma tarefa mais complexa.
Como você costuma fazer nesta situação? Compartilhe comigo.
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Marcio Motter
https://marciomotter.com.br/
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